O furacão Melissa, de categoria 5, com ventos de até 280 km por hora, atingiu com força várias ilhas do Caribe, incluindo Jamaica, Cuba, Haiti, República Dominicana e Bahamas, causando danos extensos em infraestruturas essenciais.
Essa é considerada uma das tempestades mais intensas do século e provocou inundações generalizadas, deslizamentos de terra e mortes.
“Uma das tempestades mais destrutivas já registradas”
A ONU ativou uma resposta humanitária de grande escala, combinando apoio logístico, ajuda financeira e coordenação entre agências.
Em declaração nesta quarta-feira, o secretário-geral, António Guterres, reafirmou o compromisso da ONU com os governos e populações afetadas.
Ele expressou “profunda preocupação” com a escala dos impactos do furacão, que devastou partes da Jamaica antes de seguir para Cuba, Bahamas, República Dominicana e Haiti.
Descrevendo o desastre como “uma das tempestades mais destrutivas já registradas”, Guterres enviou condolências às famílias das vítimas e desejou rápida recuperação aos feridos.
O líder da ONU sublinhou que a prioridade é salvar vidas e garantir o acesso humanitário a todas as comunidades atingidas. Neste momento, diversas equipes da organização estão avaliando necessidades, apoiando evacuações e distribuindo assistência de emergência.
Uma imagem de satélite mostra o furacão Melissa atingindo a costa perto de New Hope, no oeste da Jamaica
Impacto na Jamaica
O coordenador residente da ONU na Jamaica, Dennis Zulu, descreveu o impacto do furacão Melissa como uma “devastação sem precedentes”, com infraestruturas, energia e comunicações severamente danificadas em todo o país.
Segundo ele, cerca de um milhão de pessoas foram diretamente afetadas, embora “todos sintam as consequências”.
A ONU está trabalhando em conjunto com o Governo jamaicano e parceiros humanitários numa resposta imediata, centrada em água, alimentos e assistência essencial, com suprimentos e especialistas enviados a partir de Barbados.
Zulu destacou que equipes já estão no terreno, apesar das dificuldades de acesso e falta de eletricidade, e que o aeroporto de Kingston deve reabrir em breve para facilitar o envio de ajuda.
Segundo o coordenador, até ao momento, há três mortes confirmadas e alguns feridos, mas o alcance total dos danos ainda está a ser avaliado com apoio de drones e imagens de satélite. Zulu alertou que o principal desafio será o financiamento da recuperação, sobretudo nos setores da agricultura e turismo, gravemente afetados.
Cuba e Haiti: evacuações em massa em curso
Após atingir a Jamaica, o furacão chegou em Cuba. As autoridades cubanas planejam levar cerca de meio milhão de pessoas para zonas seguras. O presidente Miguel Díaz-Canel garantiu que “nenhum cidadão será deixado para trás”.
No Haiti, os departamentos do Sul e Grand’Anse permanecem sob alerta vermelho, com mais de 3,6 mil pessoas já abrigadas em centros de emergência apoiados pela, Organização Internacional para Migrações, OIM.
Em paralelo, o Programa Mundial de Alimentos, WFP, pré-posicionou mais de 800 toneladas de alimentos para atender 86 mil pessoas, e o Fundo das Nações Unidas pçara Infância, Unicef, mobilizou kits de higiene e nutrição para milhares de famílias e crianças.

Alimentos estão sendo embalados para distribuição às pessoas afetadas pelo furacão Melissa na Jamaica.
Alarme internacional
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, “centenas de milhares de pessoas estão em risco imediato”, e os danos generalizados poderão isolar comunidades por dias ou semanas.
O WFP lidera uma operação logística marítima a partir de Barbados, transportando alimentos, kits de emergência e suprimentos médicos de outras agências da ONU.
Paralelamente, um envio aéreo de 2 mil kits de ajuda humanitária será realizado assim que as condições meteorológicas permitirem.
Importância da solidariedade internacional
Especialistas alertam que o impacto de Melissa poderá anular anos de progresso económico em ilhas altamente dependentes do turismo, expondo a vulnerabilidade da região às mudanças climáticas.
O secretário-geral sublinhou que “a solidariedade internacional deve ser tão forte quanto os ventos de destruição” e reiterou o compromisso da ONU em apoiar os países caribenhos “a reconstruir com resiliência, dignidade e esperança”.
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EleEle anunciou que o Fundo Central de Resposta a Emergências da ONU destinou US$ 4 milhões para o Haiti e outros US$ 4 milhões para Cuba, como parte de um programa de ação antecipada.
O objetivo é reduzir o impacto da tempestade e apoiar comunidades vulneráveis antes e após a passagem do furacão.