O “problema” é: “A Substância” não é um filme musical, nem mesmo uma comédia. O longa conta a história de Elisabeth (Demi Moore), uma atriz que já foi muito famosa e bem-sucedida. Aos 50 anos, ela é apresentadora de um programa de ginástica e recebe a notícia de que será trocada por uma atriz mais jovem. Com isso, Elisabeth entra em crise até descobrir a Substância, uma espécie de droga que promete torná-la “a melhor versão de si mesma”, mais jovem e mais bonita.
O filme é dirigido pela francesa Coralie Fargeat e pode se encaixar como produção de terror, suspense e até mesmo drama. Chamar de comédia pode ser considerado uma grande “forçada de barra”.
Demi Moore concorrendo como atriz de musical ou comédia por “A substância” é o maior golpe desde que Jennifer Connelly concorreu (e venceu!) o Oscar por atriz coadjuvante de “Uma Mente Brilhante”. Ambas performances fenomenais, sim, mas claramente fora da categoria adequada.
? César Rocha (@alvesdarocha) December 9, 2024
Vale dizer que quem escolhe a categoria na qual concorrerá é a própria produção do filme, portanto, se “A Substância” foi inscrito como Comédia ou Musical, é assim que ele concorre. Por consequência, o mesmo acontece com o seu elenco, caso de Demi Moore.
A escolha, no entanto, pode ser uma manobra para que o título ou os atores tenham mais chances de vencer. “No caso de Demi Moore, era natural que ela tivesse mais chance na categoria de Melhor Atriz em Comédia ou Musical do que em Drama, em que Fernanda Torres foi indicada ao lado de medalhões como Nicole Kidman e Angelina Jolie”, explica a Flavia Guerra, colunista de Splash e votante do Globo de Ouro. Nicole Kidman concorre pela atuação em “Babygirl”, já Angelina Jolie, por “Maria”.