O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (13) que a Organização das Nações Unidas (ONU) é um “teatro absurdo” e a acusou de ser “cúmplice” do que chamou de “genocídio” na Faixa de Gaza.
Em um ato transmitido pelo canal estatal VTV, o ditador comentou que a humanidade quer um mundo “onde o direito internacional realmente prevaleça” e “não esse teatro absurdo [que] a ONU se tornou” que, segundo ele, “diante do genocídio, diante do assassinato de crianças, meninas e mulheres em Gaza, permanece em silêncio”.
“Que futuro queremos para a humanidade? Um futuro em que há apenas uma voz, apenas um comando, e se não obedecermos, as bombas e os mísseis caem? Um futuro de guerra? Que futuro a humanidade quer? Tenho certeza da resposta. Toda a humanidade no século XXI quer um futuro de paz, com o direito ao desenvolvimento garantido, à liberdade, à independência, ao respeito”, acrescentou.
Autoridades de saúde do enclave dizem que, desde que a guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas começou, há mais de 14 meses, 44.875 pessoas foram mortas e 106.454 ficaram feridas na Faixa de Gaza. Israel contesta esses números.
Essa guerra teve início em 7 de outubro do ano passado, após um ataque do grupo terrorista em território israelense que deixou cerca de 1,2 mil pessoas mortas.
O ditador venezuelano voltou a atacar a ONU depois que seu governo rejeitou o que ele considerou uma declaração “infame” do alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, que na sexta-feira afirmou que “muitos dos detidos” no país sul-americano “foram detidos arbitrariamente, inclusive adolescentes e jovens”.
Türk, a quem o regime de Maduro acusou de tentar “atacar” a Venezuela, pediu uma “investigação rápida e eficaz” de pelo menos 28 assassinatos nos protestos posteriores às eleições de julho, nas quais Maduro foi proclamado reeleito pelo órgão eleitoral, enquanto a oposição majoritária denunciou fraude e reivindicou a vitória de Edmundo González Urrutia.
O alto comissário também destacou que defensores dos direitos humanos, líderes sindicais, assessores de imprensa, membros da oposição e outros atores sociais são vítimas de ameaças e assédio.