O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou um novo horizonte financeiro para os países do BRICS durante o fórum “Russia Calling!”, organizado pelo banco VTB.
Putin destacou o papel estratégico das moedas digitais nacionais e das criptomoedas no esforço do bloco para reduzir a dependência do dólar em transações internacionais.
Ele mencionou que especialistas já previam que o uso de ativos digitais e suas infraestruturas beneficiaria o crescimento econômico global. Durante o evento, o presidente russo reforçou o potencial dessas tecnologias para transformar o sistema financeiro global.
O digital rublo, que está em fase piloto, ocupou parte importante do discurso de Putin. Ele revelou que 9.000 cidadãos e 1.200 empresas já participam dessa etapa inicial.
No próximo ano, o governo russo pretende integrar o digital rublo no sistema de liquidação do orçamento federal, com lançamento para o público geral programado para julho.
Putin e as criptomoedas
Putin conectou o desenvolvimento do rublo digital à criação de uma plataforma de investimentos para os BRICS. A plataforma pretende reunir as economias do bloco, que agora incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Segundo ele, esses ativos digitais poderiam desempenhar um papel essencial em liquidações multilateralizadas, promovendo maior integração entre as economias do grupo.
Além das moedas digitais nacionais, Putin destacou as criptomoedas, como o Bitcoin, como opções viáveis para contornar restrições financeiras impostas por terceiros.
Ele afirmou que, diferentemente do dólar, as criptomoedas possuem características únicas que as tornam resistentes a proibições. “Ninguém pode banir o Bitcoin na sua forma atual”, afirmou Putin, enfatizando a resiliência dessas tecnologias.
O discurso também ressaltou a liderança russa em tecnologias financeiras, um diferencial que pode fortalecer parcerias internacionais e projetos de integração econômica entre os países do BRICS.
Para Putin, o uso dessas inovações financeiras não só alavanca a posição da Rússia, mas também acelera a convergência econômica entre os membros do bloco.