Depois de uma semana turbulenta, parecia que os ativos domésticos tinham, enfim, digerido o seu descontentamento com o pacote fiscal — mas o desempenho do dólar e da bolsa nesta sexta-feira (06), mostram que não é bem assim.
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Nesta semana, a aprovação da tramitação de urgência do pacote no Congresso deu sobrevida aos ativos, mas a cautela voltou a pairar sobre os negócios.
Hoje, o dólar à vista interrompeu uma sequência de três quedas consecutivas para encerrar em um novo recorde histórico nominal — a R$ 6,07, após alta de 1,13%. Nos últimos cinco pregões, o avanço foi de 1,25%.
O Ibovespa também teve um dia marcado pela cautela. Com queda de 1,50%, o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 125.945 pontos. Na semana a alta foi de 0,22%.
O maior temor dos investidores é que o pacote fiscal seja desidratado no Congresso, reduzindo ainda mais a capacidade de economia do projeto.
Na bolsa, a queda do minério de ferro e do petróleo contribuíram para o resultado negativo. O recuo das commodities veio na esteira de uma nova decepção com a falta de pacotes de estímulos na China, maior consumidora do mundo.
A tendência é que na semana que vem a tensão continue pairando sobre os mercados, já que, na quarta-feira (10), o Banco Central fará a sua última decisão de juros do ano.
Dia de payroll
Nos Estados Unidos, o dia foi marcado pela divulgação do relatório do mercado de trabalho, o payroll.
O Departamento do Trabalho mostrou que a economia dos EUA abriu 227 mil vagas de emprego. Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 200 mil postos.
Os números não mudaram as projeções de que o Federal Reserve deve promover um novo corte de juros no encontro de dezembro.
Embora a queda do petróleo tenha pesado sobre o Dow Jones (que caiu 0,28%), o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 0,78% e 0,25%, respectivamente.