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quarta-feira, dezembro 11, 2024

Senado aprova indicados do governo para 3 diretorias do Banco Central

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Correa, que recebeu 48 votos favoráveis e três contrários no plenário, vai ocupar a vaga deixada pela diretora de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta, Carolina Barros. Vivan, indicado para o lugar do atual diretor de regulação, Otávio Damaso, teve 53 votos a favor e três contrários. David, indicado para a cadeira de Gabriel Galípolo, que hoje ocupa a diretoria de política monetária e a partir de janeiro assumirá a presidência do BC, teve 50 votos a favor, três contrários e uma abstenção.

Com a aprovação dos três nomes, a diretoria do BC terá, a partir de 2025, sete dos seus nove membros indicados pelo atual governo. Apenas os diretores de organização do sistema financeiro e resolução, Renato Gomes, e de política econômica, Diogo Guillen, foram indicados pelo governo Jair Bolsonaro.

Na sabatina, David abriu sua fala destacando o momento desafiador da conjuntura econômica e citou, entre outros pontos, as incertezas geopolíticas. No âmbito doméstico, ressaltou o cenário de baixo desemprego, expansão do crédito, da atividade e da renda ao mesmo tempo em que a inflação e as expectativas estão acima do centro da meta. Segundo o executivo, que fez carreira no mercado financeiro, a inflação e as expectativas “requerem atuação firme do Banco Central para o cumprimento do mandato que lhe foi conferido, processo que, aliás, já está em curso”.

A aprovação aconteceu em paralelo ao primeiro dia de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide na quarta-feira (11) o rumo da taxa Selic, atualmente no patamar de 11,25% ao ano.

David disse que a diretoria do BC tem condições, mandato e instrumentos para assegurar a estabilidade de preços, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica, zelar pela estabilidade e eficiência do sistema financeiro e fomentar o pleno emprego.

Em suas falas, Correa e Vivan destacaram a comunicação adotada pelo Copom de “firme compromisso” com a convergência da inflação à meta. Na ata da última reunião, o colegiado apontou que o ritmo de ajustes futuros da taxa de juros e a magnitude do ciclo “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”.

Vivan, servidor do BC desde 1994, destacou que o país enfrenta um ciclo inflacionário, com ambiente externo desafiador e desancoragem das expectativas. O último relatório Focus mostrou que a mediana de projeções para a inflação neste ano é de 4,84%. A meta é de 3%, com teto de 4,5% e piso de 1,5%.

Correa afirmou que o Copom tem adotado as medidas necessárias para assegurar a estabilidade de preços. “O Copom tem sido bastante vocal e claro em relação ao seu compromisso firme de convergência à meta de inflação. Sendo aprovados, é esse o mandato que vamos perseguir”, afirmou a indicada, servidora do BC desde 2006.

Sobre o tema cambial, David disse que o Brasil tem “sólidos fundamentos externos” que, junto com o câmbio flutuante, “formam a primeira linha de defesa do país”. Questionado sobre intervenções do BC no mercado cambial, ele afirmou que a iniciativa altera temporariamente o preço do câmbio, “mas a minha experiência mostra que ela é apenas efêmera”.

Quando foi indagado sobre questões fiscais, David afirmou que não cabe ao BC ou a pessoas que possam ser parte da autoridade comentar sobre o tema. Para ele, o fiscal é uma “variável de entrada”.

O indicado disse ter convicção de que o país não está próximo de um cenário de dominância fiscal, situação em que a deterioração das contas públicas leva à perda de eficácia da política monetária. “O que eu vejo dos dados da economia é que o surpreendente nível de atividade não é condizente com o nível de inflação que a gente está vendo. Dadas as premissas, a atividade deveria ter gerado inflação ainda maior do que a gente viu, o que prova que a política monetária, sim, cumpriu um papel de conter pelo menos um ‘spike’, um aumento ainda maior da inflação”, disse.

Sede do Banco Central — Foto: Jorge William/Agência O Globo

[Fonte Original]

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