“Nenhuma pesquisa jamais explorou as relações íntimas, nem a experiência humana das funções sexuais e do bem-estar, seja no espaço ou em análogos do espaço, nem a maneira como isso pode afetar a performance da tripulação”, afirmou Dubé em entrevista ao site americano Mic.
Consultada pelo Mic, a Nasa se disse aberta a esse tipo de pesquisa, “em caso de surgir a necessidade de um estudo mais profundo sobre a saúde reprodutiva no espaço”.
Falta de conhecimento
Uma das questões mais curiosas apontadas pelos cientistas canadenses é que, desde que a exploração espacial começou, há estudos sobre como ela afeta praticamente todas as funções humanas, como fluxo sanguíneo, força muscular e esqueletal, e até mesmo o equilíbrio dos hormônios. Sobre o sistema reprodutivo, porém, as informações são escassas.
No entanto, desde que, na década de 1980, a União Soviética lançou ao espaço a estação Mir, que permitia que os astronautas permanecessem no espaço por meses, a necessidade de falar sobre sexo no espaço aumentou. Já na época, a imprensa internacional questionava se estava havendo sexo no espaço e se ele tinha diferenças para o sexo praticado na Terra.
A Nasa registra ter feito experimentos reprodutivos com moscas, anfíbios, aves e roedores. Em 2018, entretanto, os cientistas Alex Layendecker e Shawna Pandya revisaram os dados desses experimentos e, num artigo sobre a reprodução no espaço, disseram que “não há informações suficientes para concluir se os processos reprodutivos podem ocorrer de forma exitosa no espaço”. Além disso, apontaram para o fato de que dados de modelos animais podem não se aplicar a humanos.