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domingo, dezembro 22, 2024

FED Frustra Mercado Ao Indicar Corte Menor de Juro Americano em 2025

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Chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em Washington, março de 2020

Pela primeira vez desde 1974 o índice Dow Jones registrou dez quedas consecutivas. Na quarta-feira (18) o mais tradicional indicador do mercado acionário americano, o índice Dow Jones de 30 ações industriais, recuou 1,13% e fechou a 42.959 pontos. Isso ocorreu porque, apesar de ter confirmado as expectativas e reduzido os juros em 0,25 ponto percentual, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, manteve um tom cauteloso em relação aos juros para 2025.

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Em uma decisão amplamente esperada pelos mercados, o Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano cortou os juros referenciais (FED Funds) para uma faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, retornando ao nível de dezembro de 2022, quando as taxas estavam em movimento de alta.

Embora houvesse pouca dúvida sobre essa decisão, a principal questão era sobre a sinalização do FED sobre a trajetória dos juros em 2025. A inflação americana segue consistentemente acima da meta de 2% e o crescimento econômico permanece sólido. Essas condições não coincidem com a flexibilização da política monetária.

Apesar da redução dos juros, a decisão foi considerada conservadora. “A conjuntura está marcada por incertezas com relação à condução da política econômica dos Estados Unidos, especialmente em função da agenda do presidente eleito Donald Trump”, diz Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. Porém, ela avalia que o FED não vai se intimidar com pressões políticas. “Se a implementação dessa agenda trouxer inflação, o banco central estará pronto para garantir que seus objetivos sejam cumpridos, ainda que isto signifique sacrificar a trajetória de pouso suave que vinha sendo construída até aqui”, diz ela.

Corte menor

O FED indicou que, provavelmente, reduzirá as taxas apenas duas vezes mais em 2025, segundo o “gráfico de pontos” (dot plot), que reflete as expectativas individuais dos membros do Comitê para as taxas futuras. Os dois cortes projetados representam uma redução pela metade das intenções do comitê desde a última atualização do gráfico, em setembro.

Assumindo variações de 0,25 ponto percentual, as autoridades indicaram mais dois cortes em 2026 e outro em 2027. No longo prazo, o comitê prevê a taxa neutra de FED Funds em 3%, 0,1 ponto percentual acima da atualização de setembro, já que o nível subiu gradualmente ao longo deste ano.

Pela segunda reunião consecutiva, um membro do Fomc se opôs à decisão: a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, que defendeu a manutenção das taxas no nível anterior. A governadora Michelle Bowman votou contra em novembro, sendo a primeira vez desde 2005 que um governador se opôs a uma decisão sobre taxas.

O corte foi realizado mesmo após o comitê elevar sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano para 2,5%, meio ponto percentual acima de setembro. No entanto, nos anos seguintes, as autoridades esperam que o PIB desacelere para sua projeção de longo prazo de 1,8%.

Outras alterações nas projeções incluíram uma redução na expectativa de taxa de desemprego para este ano, agora prevista em 4,2%. Ao mesmo tempo, as projeções para a inflação geral e o núcleo da inflação (que exclui os preços mais voláteis de alimentos e de energia) subiram para 2,4% e 2,8% respectivamente, levemente acima da estimativa de setembro e acima da meta de 2% do Fed.

Inflação em alta

A decisão do comitê ocorre em um momento em que a inflação não apenas permanece acima da meta do FED, mas também enquanto a economia deve crescer a uma taxa de 3,2% no quarto trimestre e a taxa de desemprego tem se mantido em torno de 4%.

Embora essas condições normalmente justifiquem que o Fed aumente ou mantenha as taxas, as autoridades estão cautelosas em mantê-las muito altas e correr o risco de desacelerar a economia desnecessariamente. Apesar dos dados macroeconômicos que indicam o contrário, um relatório do Fed divulgado no início deste mês apontou que o crescimento econômico aumentou apenas “ligeiramente” nas últimas semanas, com sinais de enfraquecimento da inflação e desaceleração nas contratações. Jerome Powell indicou que os cortes nas taxas visam recalibrar a política monetária, já que não é necessário que ela seja tão restritiva nas condições atuais.

Com o movimento desta quarta-feira, o Fed já reduziu as taxas básicas em um ponto percentual completo desde setembro, mês em que tomou a medida incomum de cortar meio ponto percentual. Geralmente, o Fed prefere movimentos menores de um quarto de ponto percentual, enquanto avalia o impacto de suas ações.



[Fonte Original]

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