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domingo, dezembro 22, 2024

Conheça as Empresas Que Mais Pagam Dividendos na B3

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Paulo_Whitaker

Banco do Brasil: liderança no pagamento de dividendos

Há duas maneiras de ganhar dinheiro com ações. Uma delas é comprar para vender com lucro. E outra é investir em empresas que pagam proventos – os dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), que são a fatia dos lucros do negócio distribuída aos acionistas. A empresa de análise Ações Garantem Futuro (AGF) e a consultoria Elos Ayta estudaram todas as ações listadas na B3 e levantaram quais companhias abertas lideram na remuneração aos acionistas.

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A lista é muito curta. Inclui apenas oito companhias entre as cerca de 400 listadas, pouco mais de 2% do total. “O que diferencia essas empresas não é apenas elas pagarem proventos substanciosos, mas o fato de terem remunerado seus acionistas de maneira constante e crescente ao longo dos últimos cinco anos”, diz a empreendedora Forbes Under 30 de 2020 Louise Barsi, líder da AGF. “Podemos dizer que são as aristocratas da Bolsa.”

O critério da pesquisa, obtida com exclusividade pela Forbes Brasil, inclui as empresas que pagaram dividendos crescentes nos últimos cinco anos, tanto em termos nominais quanto ajustados pela inflação. Além desse critério, foram escolhidas ações líquidas, com média de negócios diária superior a R$ 2 milhões. Esse critério, diz Louise, filtra ações que impedem o investidor de mudar de ideia. Sem liquidez para os papéis, o acionista terá de conceder um desconto generoso se quiser sair da posição.

Setor financeiro

As líderes em dividendos são empresas dos setores financeiro e de serviços, além de companhias industriais. A ação que melhor remunerou seus acionistas foi a do Banco do Brasil (BBAS3). Há mais duas empresas financeiras na aristocracia dos dividendos: BTG Pactual, por meio de suas units (BPAC11) e CSU Digital (CSUD3).

O BB vem se destacando há anos como um dos líderes dos dividendos. Boa parte disso vem da consistência não apenas dos resultados, mas também societária. O número de ações não vem mudando, o que garante consistência de pagamentos. “Houve uma conversão de bônus em ações em 2010 e um desdobramento na proporção de 2 por 1 em 2024, são quase 15 anos de intervalo entre os dois eventos” diz Louise. E o retorno acumulado em cinco anos é de 57,6%, considerando o reinvestimento dos proventos.

O BTG Pactual (BPAC11) se destaca nos dividendos por sua forte cultura meritocrática. Muitos dos funcionários são sócios, assim como os executivos. Por isso há um grande alinhamento entre metas, resultados e remuneração. Seja por meio de bônus, seja por meio de proventos, distribuindo o retorno de 91,2% em cinco anos.

A terceira participante do setor financeiro é a CSU Digital. Fundada em 1991, ela abriu capital em 2006. Desde sua fundação, ela distribuiu R$ 240 milhões em proventos, tanto dividendos quanto JCP, e manteve um payout médio de 50%. Ou seja, distribui metade dos lucros aos acionistas. A valorização acumulada da CSU é a maior entre as empresas financeiras. Foram 167,6% em cinco anos considerando o reinvestimento dos proventos. Mesmo quem gastou os dividendos duplicou seu patrimônio nesses cinco anos, com um ganho de 107,4%.

Acima do CDI

Das oito ações, sete proporcionaram ganhos de capital aos investidores além do retorno com os dividendos. A exceção foi a Localiza (RENT3). O retorno para os investidores que reinvestiram os proventos nesses cinco anos foi negativo em 3,26%. Já os que optaram por não fazer esses reinvestimentos amargaram uma queda de 11,81%. Esses números são nominais e não consideram a variação da inflação.

Considerando valores sem reinvestimento de dividendos, quatro ações – WEG (WEGE3), Schulz (SHUL4), CSU Digital e BTG Pactual – renderam mais que a variação acumulada de 50,32% do CDI nesse período. Com o reinvestimento de dividendos, além das anteriores, as ações do Banco do Brasil superaram o CDI. E, mais uma vez considerando-se o reinvestimento, todas as ações com exceção da Localiza superaram a variação acumulada do Ibovespa.

Indústria e serviços

Duas empresas industriais estão entre as Aristocratas da bolsa, ambas são do setor metal mecânico: WEG e Schulz. A WEG é a mais rentável da amostra: ao longo dos últimos cinco anos, a rentabilidade acumulada é de 280,6%. Esse resultado é consequência de uma estratégia empresarial correta e bem implantada, e de boas práticas de governança. A WEG é apelidada de “fábrica de bilionários” brasileira. Cerca de 30 descendentes dos três empresários fundadores, cujas iniciais dão nome à companhia, estão listados na Forbes como tendo mais de R$ 1 bilhão em seu patrimônio graças à participação na WEG.

Nos serviços, além da Localiza, estão a TIM (TIMS3), de telecomunicações, e a Tegma (TGMA3) de logística. As “teles” são intensivas em capital, consumidoras vorazes de investimentos e sujeitas a mudanças imprevisíveis na tecnologia. O protocolo 5G ainda não está totalmente instalado no Brasil e já se fala do 6G, só para dar um exemplo. Mesmo assim, apesar de todos os problemas, a Tim conseguiu remunerar seus acionistas.

O mesmo raciocínio vale para a Tegma, apesar dos obstáculos que o setor logístico enfrenta todos os dias no Brasil. A companhia tem uma estratégia sólida e está em expansão, conseguindo ampliar também a remuneração aos acionistas.

Elétricas sem potência

A pesquisa trouxe um dado surpreendente. De maneira geral, as empresas de energia elétrica, especialmente as de transmissão, são consideradas as líderes em dividendos. Há bons motivos para isso. O setor divide-se em três atividades principais: geração, transmissão e distribuição, que é a entrega aos consumidores finais.

As transmissoras seriam a parte mais segura dessa atividade. Não têm de se preocupar com as incertezas climáticas (no caso da energia hidrelétrica) nem com os preços do petróleo (caso da geração térmica). Não precisam lidar com milhões de clientes de uma grande cidade. No entanto, nenhuma delas apareceu na lista. “Elas são concessionárias. Exploram uma concessão governamental que tem de ser renovada periodicamente. E são muito intensivas em capital. Assim, qualquer mudança regulatória pode afetar muito seus resultados”, diz Einar Rivero, da Elos Ayta.

Segundo Rivero, a pesquisa prova que não há setores que garantam por si mesmos uma boa remuneração aos investidores. “O que há são empresas com boas estratégias de negócio e que, por filosofia e responsabilidade, não se furtam a remunerar corretamente seus sócios.”

 



[Fonte Original]

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