A primeira vez que a ciência buscou por civilizações alienígenas por meio de sinais de rádio ocorreu em 1960, com um experimento liderado pelo astrônomo Frank Drake. Nomeado Projeto Ozma, o objetivo de Drake era utilizar o radiotelescópio do Observatório Nacional de Rádio Astronomia, nos Estados Unidos, para buscar evidências de vida inteligente fora da Terra.
O nome Ozma foi escolhido como uma homenagem à personagem de mesmo nome da série de livros O Mágico de Oz. No projeto, os cientistas buscaram frequências de rádio que poderiam ter sido emitidas por civilizações inteligentes em outras regiões do universo, com foco específico na frequência de 1.420 MHz.
Por exemplo, eles focaram em estrelas próximas e semelhantes ao Sol, como Tau Ceti e Epsilon Eridani, devido à possibilidade de essas estrelas abrigarem sistemas planetários. Para Drake, se existirem outras civilizações no universo, provavelmente elas utilizam ondas de rádio para se comunicar com outras colônias espaciais.
Desde então, a busca por vida alienígena aumentou consideravelmente; nos últimos anos, o tema tem ganhado grande relevância na comunidade científica e entre governos ao redor do mundo. Inclusive, políticos norte-americanos já realizaram congressos oficiais para discutir o tema no congresso dos EUA.
O Ozma é considerado o início oficial do programa Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI), famoso por buscar sinais de alienígenas em frequências de rádio distantes.
“Projetos para procurar tais sinais são conhecidos como o Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI). O primeiro experimento SETI moderno foi o Projeto Ozma do astrônomo americano Frank Drake, que ocorreu em 1960. Drake usou um radiotelescópio (essencialmente uma grande antena) em uma tentativa de descobrir sinais de estrelas próximas semelhantes ao Sol”, a enciclopédia Britannica explica.
SETI, sinais de rádio e alienígenas
Os pesquisadores do SETI dedicam suas vidas a analisar dados de frequências de rádio no universo que possam evidenciar vida inteligente fora da Terra. O Instituto SETI, fundado por Tom Pierson e pela astrônoma Jill Tarter, iniciou oficialmente suas operações em fevereiro de 1985.
Apesar de o instituto ter sido formalizado apenas em 1985, o conceito do SETI iniciou-se com as pesquisas de Frank Drake, como a Equação de Drake. Formulada em 1961, a equação tem o objetivo de estimar o número de civilizações com tecnologias avançadas na Via Láctea que poderiam se comunicar via rádio.
Grande parte do tempo do programa foi dedicada a pesquisar dados coletados pelo Radiotelescópio de Arecibo, mas eles também utilizam sinais captados por outros radiotelescópios terrestres — as atividades de Arecibo foram encerradas em 2020. Em português, SETI significa ‘Busca por Inteligência Extraterrestre’.
Em um estudo publicado na revista de pré-impressão arXiv, um grupo de cientistas do SETI e da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, descreveu o uso do radiotelescópio terrestre Allen Telescope Array (ATA) para buscar sinais de vida no sistema TRAPPIST-1.
A região fica fora do Sistema Solar e abriga três planetas em uma Zona Habitável, que podem oferecer condições para a presença de água.
Eles vasculharam sinais de rádio durante 28 horas, buscando qualquer evidência de algum tipo de tecnologia extraterrestre. No fim, os pesquisadores explicaram que não encontraram nenhum sinal definitivo que indique a presença de uma civilização alienígena, mas acreditam que os dados poderão ser utilizados para refinar futuras buscas.
“Esta pesquisa mostra que estamos chegando mais perto de detectar sinais de rádio semelhantes aos que enviamos para o espaço”, disse um dos autores do estudo e pesquisador da Penn State University, Nick Tusay.
A detecção mais famosa é conhecida como Sinal WOW, uma sequência de sinais captada em 1977, com características de uma frequência que poderia ter sido emitida por uma civilização extraterrestre. Infelizmente, até hoje os pesquisadores não desvendaram o mistério da origem do Sinal WOW.
Sinais de rádio são eficientes?
Para muitos cientistas e entusiastas do tema, a busca por sinais de rádio pode ser obsoleta; eles acreditam que a radiofrequência é uma tecnologia ultrapassada para uma suposta civilização extraterrestre capaz de viajar para outras regiões do espaço.
Segundo esses críticos, é provável que esses seres usem outro tipo de tecnologia mais avançada para se comunicar. Ou seja, eles consideram improvável que alienígenas utilizem uma tecnologia tão ultrapassada para realizar qualquer tipo de comunicação.
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