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domingo, janeiro 12, 2025

A fascinante história do oricalco, o metal precioso do mundo antigo

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Você já ouviu falar do oricalco? Pois saiba que este é um dos metais mais preciosos que se tem conhecimento e que, segundo as lendas, teria sido usado na fictícia ilha de Atlântida. No entanto, até hoje tudo o que se descobriu sobre esse material está ainda no campo do desconhecido.

Cercado de mistérios, o oricalco teria sido muito usado para adornar templos e fundir moedas na Grécia e em Roma, para então desaparecer da Terra há mais de mil anos.

O que é oricalco?

O oricalco é mencionado em textos de autores célebres como Platão, Cícero e Virgílio. (Fonte: Alberto Lopes / Reprodução)

Citado em Crítias, um dos últimos diálogos escritos pelo filósofo grego Platão, o oricalco é entendido como um metal criado a partir de uma liga de cobre e zinco que teria sido muito valioso – ele era apenas menos precioso que o ouro. Já na Eneida, de Virgílio, o poeta escreveu que o peitoral do principal antagonista, Turno, era todo revestido de oricalco, o que deixava claro o seu poder.

O nome desse metal é uma tradução literal do grego de um termo que designa “cobre da montanha” ou “metal da montanha”. O curioso é que, tantos séculos depois, o oricalco segue envolto de mistérios. Ele foi mencionado pela primeira vez por volta do século VII a.C. e descrito como um metal dourado com características quase sobrenaturais. Supostamente, as paredes do Templo de Poseidon, localizado no centro de Atlântida, teriam sido revestidas de oricalco.

Por séculos, os historiadores não conseguiam ter certeza se o oricalco realmente existiu ou foi uma invenção coletiva. Além de Platão, o filósofo Cícero também o mencionou em sua obra De Officiis, na qual escreve que a liga era tão similar ao ouro que as pessoas confundiam frequentemente os dois metais. Depois disso, as menções a ele aparentemente desapareceram da Terra.

Descobertas atuais

Naufrágio próximo da Sicília onde teriam sido encontrados lingotes de oricalco. (Fonte: Soprintendenza del Mare)
Naufrágio próximo da Sicília onde teriam sido encontrados lingotes de oricalco. (Fonte: Soprintendenza del Mare)

No entanto, em 2015, dezenas de blocos de metal foram encontrados por pesquisadores em destroços que datavam de 2.600 anos e que estavam em um navio naufragado na costa da Sicília. A grande suspeita era que esse material poderia ser, finalmente, oricalco. Contudo, uma análise química acabou revelando que o metal presente nestes lingotes era uma liga de cobre e zinco muito semelhante ao latão. O material era formado de 75% a 80% de cobre, 15% a 20% de zinco, além de alguns vestígios de níquel, chumbo e ferro.

Além dos blocos de metal encontrados no navio afundado perto da Sicília, há também alguns achados arqueológicos que teriam sido usados pelos antigos romanos para fundir moedas a partir de 45 a.C. Esses itens eram elaborados com zinco e cobre, mas até hoje não há total certeza que se trata da mesma liga referenciada em textos gregos do mesmo período.

Mesmo que o oricalco tenha sido bastante mencionado pelos gregos e romanos, há ainda dúvidas se os autores falavam a respeito desse mesmo metal. Mas talvez o aspecto mais interessante do oricalco é que ele se relaciona com outro mistério: o da lendária ilha de Atlântida.

O mistério de Atlântida

(Fonte: Discovery / Reprodução)
A Atlântida é uma ilha fictícia, mas há quem acredite que ela realmente existiu. (Fonte: Discovery / Reprodução)

A ilha de Atlântida é uma localidade fictícia mencionada nas obras Timeu e Crítias, de autoria do filósofo Platão. Na verdade, os estudiosos dizem que ela seria uma alegoria criada por ele para falar sobre a arrogância das nações, já que a civilização existente na ilha teria incitado a fúria dos deuses. Por conta disso, a cidade foi destruída e afundou no oceano.

Nas histórias de Platão, a Atlântida é descrita como um império naval que governava todas as partes ocidentais do chamado mundo conhecido, o que dava a ela uma imagem oposta ao Império Aquemênida. Uma vez que Platão descreve Atenas como semelhante ao seu Estado ideal na obra A República, a história de Atlântida teria a intenção de fazer referência à superioridade do seu conceito de Estado.

De acordo com Platão, a ilha seria maior que a Líbia e a Ásia juntas, ou ao menos do que se conhecia desses territórios em sua época. A Atlântida seria muito rica, já que dispunha de grandes quantidades de oricalco. Até hoje, muitas pessoas acreditam na real existência de Atlântida e defendem que esta pode ser uma cidade ainda perdida — e que a preciosa liga de metal seria mais uma chave para chegarmos até ela.

Nos trechos em que escreve sobre a ilha, Platão menciona que o oricalco “era extraído da terra em muitas partes da ilha” e era “mais precioso naquela época do que qualquer coisa, exceto ouro”. Ele também escreve sobre o Templo de Poseidon na Atlântida: “(ele) brilhou com a luz vermelha do oricalco… Todo o exterior do templo, com exceção dos pináculos, eles cobriram com prata, e os pináculos com ouro. No interior do templo, o teto era de marfim, curiosamente trabalhado em todos os lugares com ouro, prata e oricalco; e todas as outras partes, as paredes, pilares e piso, eles revestiram com oricalco”.

Sabe-se que a Atlântida nunca existiu, mas há muita gente que defende que o oricalco, sim, é real. Até hoje, os pesquisadores seguem discutindo se o metal encontrado nas moedas na Roma Antiga era de fato o famoso material tão valorizado pelos gregos.

[Fonte Original]

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