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quinta-feira, fevereiro 6, 2025

Usando um cotonete, novo teste prevê quanto uma pessoa ainda tem de vida

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Os relógios biológicos são mecanismos moleculares que nos permitem medir o envelhecimento biológico de uma pessoa ou organismo. Isso porque essa idade nem sempre bate com a cronológica. Fatores externos, como dieta, estresse, tabagismo, álcool e exercícios físicos podem deixar marcas em nosso genoma, a forma como nossos genes se expressam.

Chamados de modificações epigenéticas, essas marcas no genoma são usadas por modelos de aprendizado de máquina em biomarcadores conhecidos como relógios de envelhecimento epigenéticos. Mais do que simplesmente biológica, a idade epigenética mostra a metilação do DNA, enzimas que, como clipes, “desligam” trechos específicos do nosso código genético. 

Um estudo recente publicado na revista Frontiers in Aging apresentou o CheekAge, um relógio epigenético capaz de prever com precisão o risco de mortalidade, usando dados de metilação coletados em células de dentro das bochechas. Diferente dos demais relógios de última geração, o CheekAge pode ser feito em âmbito doméstico, com o uso de um swab

CheekAge e a epigenética

Relógios epigenéticos mostram marcas em nosso DNA, causadas por fatores externos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O CheekAge inova entre os biomarcadores de última geração, por conseguir trabalhar com informações epigenéticas obtidas em amostras bucais, na previsão da idade biológica de uma pessoa e na estimativa confiável do seu risco de mortalidade. Segundo o novo estudo, isso é possível “mesmo se dados epigenéticos de outro tecido forem usados como entrada”.

Primeiro autor do artigo e chefe de biologia computacional e ciência de dados da empresa Tally Health (startup que desenvolveu o CheekAge), Maxim Shokhirev, explicou ao Medical News Today (MNT) que o relógio epigenético “está significativamente associado a fatores de estilo de vida, como sono, exercícios e consumo de álcool, bem como fatores de saúde, como infecção por COVID, tratamento de câncer e IMC”.

Mas, no estudo atual, os pesquisadores testaram se o CheekAge também está associado ao risco de mortalidade, usando um conjunto de dados de sangue coletado de um grupo de adultos mais velhos“, explicou Shokhirev. O objetivo foi comprovar se um biomarcador treinado em células da bochecha seria capaz de avaliar o risco de mortalidade em um banco de dados baseado em amostras de sangue.

Testando o poder de previsão de mortalidade do CheekAge

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O CheekAge trabalha com modificações químicas do nosso DNA. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Por meio de programas de computador usados para análise estatística, Shokhirev e seus colegas avaliaram o quão precisamente o modelo conseguiu prever a mortalidade por qualquer causa em 1.513 mulheres e homens, nascidos em 1921 e 1936 e acompanhados ao longo da vida pelo programa de pesquisa Lothian Birth Cohorts (LBC) da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

No LBC, os pesquisadores buscavam estabelecer conexões complexas entre o declínio ou manutenção das capacidades mentais e fatores como estilo de vida pessoal, condições psicossociais, dados biomédicos, informações genéticas, características epigenéticas e resultados de imagens cerebrais dos participantes. 

Para testar a capacidade de o CheekAge prever o risco de mortalidade, a equipe atual utilizou o último ponto de tempo de metilação (modificações químicas no DNA) disponível do LBC e os dados sobre óbitos obtidos no sistema de registro de saúde único na Escócia, o Scottish NHS Central Register. 

Quais os resultados da avaliação do CheekAge?

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Envelhecer só faz sentido associado a uma melhor qualidade de vida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Os resultados do novo biomarcador superaram as expectativas. Segundo os autores, “o CheekAge está significativamente associado à mortalidade em um conjunto de dados longitudinais e supera relógios de primeira geração treinados em conjuntos de dados contendo dados de sangue”.

A avaliação estatística indicou que, quando há um aumento de um desvio padrão no CheekAge, ocorre um incremento de 21% na taxa de risco de mortalidade por todas as causas. Isso significa que quanto mais o biomarcador indica um envelhecimento além do esperado para a idade cronológica, maior é o risco de morte.

Para a terapeuta ocupacional Britany Ferri, do Conselho Nacional de Envelhecimento dos EUA, “tornar essa tecnologia amplamente acessível pode levar a práticas de saúde mais equitativas, beneficiando pessoas de diferentes origens”. Não se trata apenas de vida mais longa, diz a escritora ao MNT, “mas uma melhor qualidade de vida à medida que envelhecemos”.

Para saber um pouco mais sobre o processo de envelhecimento, entenda como funciona na prática o “cronômetro da morte”. Para assuntos como esse e, principalmente, para descobrir dicas sobre uma vida mais saudável, continue conosco, no TecMundo. Até breve.

[Fonte Original]

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