O país mais rico do mundo em 2025 é Luxemburgo, na Europa — isso se considerarmos o Produto Interno Bruto (PIB) per capita das economias globais.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que o PIB per capita de Luxemburgo é de US$ 141,08 mil, no topo do ranking global.
Os Estados Unidos, que têm o maior PIB do mundo, aparece apenas em sétimo lugar nesta lista, com US$ 89,68 mil — enquanto isso, o Brasil tem um PIB per capita de US$ 10,82 mil.
Definir o nível de riqueza de um país é uma conta complexa. Com tantos parâmetros disponíveis, a medida mais usada nesses casos é o PIB per capita, mesmo que ele seja incapaz de mostrar as faixas de concentração de renda de um país.
O PIB per capita é o resultado da soma da produção de bens e serviços de um país em determinado período, dividido pelo número de habitantes daquela região, chegando a uma “média de riqueza” da população local. Veja abaixo o ranking de países mais ricos do mundo em 2025:
Países mais ricos do mundo em 2025
Posição | País | PIB per capita |
1 | Luxemburgo | US$ 141,08 mil |
2 | Suíça | US$ 111,72 mil |
3 | Irlanda | US$ 107,24 mil |
4 | Singapura | US$ 93,96 mil |
5 | Noruega | US$ 90,32 mil |
6 | Islândia | US$ 90,11 mil |
7 | Estados Unidos | US$ 89,68 mil |
8 | Macau | US$ 84,28 mil |
9 | Qatar | US$ 72,76 mil |
10 | Dinamarca | US$ 71,97 mil |
Essa conta, por si só, esconde lacunas que podem existir sobre a distribuição e concentração de renda em um país, ou seja, se há ou não muita renda concentrada em poucas pessoas.
“O PIB per capita é uma medida imperfeita, com um monte de falhas. Desigualdade é uma coisa muito dificultosa de se medir”, apontou Samuel Pêssoa, chefe de pesquisa da JBB e associado da FGV-IBRE, em uma entrevista dada em 2024.
O pesquisador explica que, de qualquer forma, indicadores mais complexos e que expressam melhor a qualidade de vida têm alta correlação com o PIB per capita e que, por isso, ele ainda é usado nesses casos — mas com certa parcimônia.
É aí que entram outros dados, como o índice de Gini e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) explica que o índice de Gini varia de zero a cem. Quanto mais próximo de zero, mais igualitária é a situação econômica de uma nação. Na outra ponta, quanto maior o número, mais a renda está concentrada em pouquíssimas pessoas naquela sociedade.
A questão é que os dados dos países são calculados em anos diferentes e por fontes diferentes. Levando isso em consideração, a pontuação do Brasil era de 52,0 em 2022. Em 2021, dado mais recente divulgado pelo World Bank, o índice de Gini de Luxemburgo era de 32,7.
Com o IDH, calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é o contrário: quanto mais próximo do número um, melhor. Em 2022, o IDH de Luxemburgo foi de 0,927, o 20º melhor do mundo. No mesmo ano, o IDH brasileiro foi de 0,760 em 89º lugar.
Luxemburgo, um dos menores países da Europa localizado entre Alemanha, França e Bélgica, é beneficiado pelo seu papel como centro financeiro — com 118 instituições internacionais de crédito instaladas no país, de acordo com o Banque Centrale du Luxembuourg —, de seu regime fiscal favorável e de um setor industrial forte, aponta Alexander Valentim, economista sênior da Oxford Economics.
O regime fiscal de Luxemburgo já foi muito questionado por outros países e chegou a receber a alcunha de paraíso fiscal. Em 2009, entrou para a “lista cinza” do Grupo de Ação Financeira (Gafi) devido à preocupação com as leis de sigilo bancário do país. Logo, o país adotou como regra os padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e foi retirado da categoria.
“Estes setores [financeiro e industrial] são altamente especializados e oferecem salários atrativos para trabalhadores qualificados que conduzem a um elevado padrão de vida. Além disso, o Luxemburgo tem uma pontuação muito boa no que diz respeito a medidas de Estado de direito e corrupção, tornando-o um destino atraente para investimentos estrangeiros”, disse Valentim, em uma entrevista em 2024.
No país europeu, o salário mínimo é de 2.638 euros. A taxa de desemprego fechou 2024 em 5,9%, com 19.532 pessoas desempregadas no país.
“Naturalmente, existe alguma desigualdade, mas, em linha com muitos dos seus pares europeus, o sistema de segurança social do Luxemburgo proporciona uma extensa rede de segurança para os seus habitantes”, completa Valentim.