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sábado, fevereiro 8, 2025

Não compre o Samsung Galaxy S25+ [Review]

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O Galaxy S25+ é o irmão do meio da família atual de celulares da ponta da Samsung, posicionado entre o S25 base e o S25 Ultra – mas que é muito mais parecido com o menor do que com o maior (você pode até considerar que esta análise também é para o S25 base, já que avisamos no texto quando há alguma diferença entre os dois). Sobre o Ultra nós já temos um review separado no site e canal do TecMundo no YouTube.

Depois duas semanas intensivas de uso do S25+, posso dizer que ele sem sombra de dúvida é um ótimo aparelho em basicamente todos os sentidos – o melhor modelo Plus da fabricante coreana até agora. A construção é melhor que a geração anterior, ainda que a diferença visual seja difícil de perceber. O hardware em geral é igual em alguns pontos e superior em outros.

O software também deu um bom upgrade no visual e ganhou ainda mais recursos de IA, alguns mais úteis que os outros, mas todos pelo menos promissores e que no momento só quem tem um S25 vai poder usar – pelo menos enquanto os antigos não receberem a atualização para a OneUI 7.

Só que, ao mesmo tempo, nunca fez tão pouco sentido você comprar a geração atual da família Galaxy S da Samsung. E não escrevo isso só porque a OneUI 7 vai chegar para os modelos mais antigos. Esse é só um de vários motivos para você não comprar um dos S25. Detalhamos tudo ao longo desse review, então nos acompanhe até o final para entender o que isso quer dizer de verdade.

Design e biometria

A primeira impressão de quem vê o S25+ – e foi o que aconteceu quando tirei ele da caixa aqui na redaçã – é que todo mundo vai te falar que ele é exatamente o mesmo celular dos últimos 2 anos. Por aqui chegaram a colocar um S23+ do lado enquanto falavam justamente isso.

E essa impressão é sim justificada, por mais que não seja exatamente precisa. Ele tem aproximadamente as mesmas dimensões que os antecessores, só que 6 gramas mais leve. Tem o mesmo tamanho de tela, com o vidro reto, a câmera frontal no furinho centralizado e as câmeras traseiras separadas em três calombos alinhados verticalmente na traseira.

Os materiais também continuam sendo alumínio no corpo, com o titânio exclusivo apenas do Ultra, e vidro na frente e atrás com a proteção Gorilla Glass Victus 2. Nessas duas semanas eu não usei capinha enquanto andava com ele no bolso junto de outros aparelhos e cheguei a derrubar uma ou duas vezes, mas nem sinal de risco ou outros danos. No entanto, o recomendado é que você proteja um aparelho caro desse com uma capinha, não importa quão resistente eu, a marca ou qualquer outra pessoa diga que ele é.

  • Dimensões (A x L x E): 15,84 x 7,58 x 0,73 cm (mais espesso nas câmeras);
  • Peso: 190 gramas.

As principais diferenças visuais no S25+ em comparação com o antecessor são duas. A mais importante é que as laterais do aparelho são agora totalmente retas, o que para mim moderniza a estética ao mesmo tempo que traz de bônus a possibilidade de deixar o aparelho de pé sozinho para tirar uma foto em grupo, por exemplo.

E a segunda mudança de design é que agora existem pequenos anéis metálicos ao redor das câmeras traseiras. A Samsung diz que essas câmeras têm um design flutuante porque, se você olhar de lado, vai ver que esses aros não encostam na traseira do celular. Só que o Zack, do canal JerryRigEverything, mostrou que na verdade esses aros são só colados ao redor das lentes. Eles não saem fácil, mas quem estiver determinado a estragar o aparelho consegue tirar fazendo força o suficiente com uma ferramenta.

A minha teoria pessoal, baseada apenas nas vozes da minha cabeça e sem qualquer embasamento além da minha imaginação, é que a Samsung tinha essas peças sobressalentes das câmeras do Z Fold 6 e resolveu reaproveitar na família S25, só que como eles não têm o módulo levantado ao redor das lentes, a peça não encaixou direitinho e a coreana resolveu falar que é uma escolha de design. O resultado é que o celular tem mais alguns pequenos vãos para acumular poeira fina com o tempo.

Galaxy S25+

Falando em resistência, vale também dizer que os S25 continuam tendo certificação IP68 de resistência a água e poeira, então dá para submergir o aparelho e seguir usando – por mais que isso nunca seja realmente aconselhado.

Outra coisa que não mudou é o leitor de digitais, que continua sendo ultrassônico, posicionado na tela em um bom local e muito rápido e preciso. E isso tudo vale também para o S25 base, que tem as mesmas diferenças e semelhanças em comparação com o S24.

Tela e som

No papel, a tela é idêntica à da geração anterior. Painel AMOLED de 6,7 polegadas no S25+ e 6,2 polegadas no base, ambos com bordas finas e simétricas ao redor. Resolução máxima Quad HD+ no Plus e Full HD+ no base. Ambos com taxa de atualização que vai de 1 a 120 Hz para dar o máximo de fluidez e economizar energia. E pico de brilho de 2.600 nits que torna fácil usar mesmo para um jogo escuro a céu aberto.

Mas uma melhoria que eu particularmente senti aqui é que no S25+ eu não achei as cores da tela lavadas, o que tinha me incomodado no S24. As cores estão ótimas, os pretos perfeitos e a tela em geral é delicinha de ver.

  • Tela
  • Painel: AMOLED Dinâmico 2x de 6,7”;
  • Resolução: Quad HD+ (3120×1440 pixels);
  • Densidade: 513 ppp;
  • Taxa de atualização: 1 a 120 Hz;
  • Brilho: 2.600 nits (pico);
  • Extra: HDR10+.

O áudio continua sendo estéreo, saindo parte pelo alto falante frontal na fenda fininha acima da tela, e parte na saída voltada para baixo do aparelho. A qualidade e volume máximo do som também seguem excelentes.

Galaxy S25+

Câmeras

No hardware das câmeras, temos mais um repeteco aqui. Na traseira, o trio câmera principal de 50 MP com abertura de 1.8 e estabilização ótica, teleobjetiva com sensor de 10 MP, abertura de 2.4, estabilização ótica e zoom ótico de 3 vezes, e ultrawide de 12 MP com abertura de 2.2 e ângulo de 120 graus.

E na frontal um sensor de 12 MP e lente com abertura de 2.2. Duas gerações seguidas sem upgrade significativo nesse kit. O ditado diz que em time que está ganhando não se mexe, mas nesse caso eu aposto que quem fica feliz mesmo é a concorrência.

  • Câmeras traseiras:
  • Principal de 50 MP com f/1.8, OIS e PDAF dual pixel
  • Ultrawide 120º de 12 MP com f/2.2
  • Teleobjetiva de 10 MP com f/2.4, OIS, PDAF e zoom ótico de 3x
  • Extras: HDR e flash LED
  • Câmera frontal: 12 MP com f/2.2 e PDAF dual pixel
  • Vídeos:
  • Traseira: 8k@30fps, 4k@60fps e QHD@60fps no modo Superestável
  • Frontal: 4K@60fps

Como esperado, o resultado são fotos e vídeos excelentes tanto de dia quanto de noite. O zoom ótico é ótimo, o digital piora quanto mais longe você for, mas ainda é okay. E a ultrawide e a frontal também são muito boas. Se tem alguma melhoria sutil aqui ou ali, deve ser por causa do software melhorado e do processador de imagens superior do novo chip da Qualcomm dentro do smartphone, mas sinceramente eu mesmo não vi diferença nas imagens em comparação com o ano passado. Confira, abaixo, a galeria com fotos tiradas pelo celular:

Galeria 1

Não me entendam mal: ainda é uma das melhores câmeras para fotos e vídeos em um celular disponível hoje. Só não dá para realmente dizer que houve melhorias significativas, mesmo considerando recursos de IA. Mas sobre isso eu falo mais para baixo.

Bateria

Outro ponto que não mudou de uma geração para cá foram nas baterias dos S25. O Plus continua tendo 4.900 mAh com suporte a carregamento de até 45W, mas só um carregador de 25W na caixa. E o S25 base mantém os mesmos 4.000 mAh e carregamento só de 25W mesmo.

Havia rumores de que a Samsung poderia seguir a deixa de outras marcas e migrar para as baterias de silício-carbono, o que traria vários benefícios, mas a coreana escolheu seguir jogando no garantido. Parece que o trauma do Note 7 e o mau-exemplo da Apple seguem fazendo estrago aqui, já que a Samsung estacionou nesse sentido há alguns anos.

O resultado é que, na minha experiência, a duração da bateria do S25+ ainda é muito boa se você limitar a resolução da tela ao Full HD e os gráficos dos seus jogos mais exigentes ao mínimo. Com isso, o celular chegou a quase 8 horas e meia de tela ligada, sendo mais de quatro horas rodando Diablo Immortal, que é graficamente exigente mesmo com tudo no mínimo. Já com a resolução em Quad HD e os gráficos do jogo no máximo, com direito a Ray Tracing, aí os números foram mais decepcionantes, nem chegando a 7 horas de tela ligada.

Galaxy S25+

Não são número horrorosos, e na verdade até são bons resultados para os padrões a que estávamos acostumados até recentemente, mas dava para ser bem melhor com tecnologias mais modernas de bateria – que aparelhos como o Oppo Find X8 Pro já estão usando. Eu sei porque usei esse modelo por mais de um mês, ainda que o review não tenha acontecido por enquanto por questão de outras prioridades.

Eu não testei o S25 base, mas como a bateria dele tem menos capacidade ainda, o resultado deve ser pior mesmo com a tela menor, que consome menos energia. Foi bastante nessa linha a experiência que eu tive com o S24 base ano passado, então a extrapolação faz sentido para mim.

Já a recarga, como esperado, é ok para padrões antigos. Com o carregador que vem na caixa, o S25+ leva exatamente 1 hora e meia para ir de zero a 100%. Usando o carregador de 100W do meu notebook da Samsung, o celular bate no limite dos 45W suportados e ainda leva cerca de 1 hora e 20 minutos para completar a recarga. Em um mundo em que muitos celulares de ponta vão a 100% em menos de meia hora, dá para ver que a Samsung ou está com muito medo de outro aparelho incendiário, ou então se acomodou.

Galaxy S25+

Isso vale também para a recarga sem fios. A coreana diz que os S25 são compatíveis com o padrão de recarga Qi2, mas como eles não vêm com os imãs necessários, quem quiser realmente aproveitar vai ter que comprar cases que tenham esses imãs. Parece só uma desculpa para economizar no aparelho e lucrar na venda de acessórios.

Hardware

Se há um ponto do hardware da família inteira onde a evolução foi inquestionável e significativa, foi nos componentes internos como chips e memórias. O processador de todos os S25, incluindo base, Plus e Ultra, é o Snapdragon 8 Elite for Galaxy, que é essencialmente o melhor SoC da Qualcomm, só que levemente tunado para a Samsung. Nada de Exynos por aqui, então a Samsung pode se concentrar em fazer o desempenho funcionar direitinho em todos os três aparelhos da geração. Só isso já dá vantagem sobre o S24 e o S24+, que vinham com um Exynos mal aproveitado porque a Samsung tinha se focado de verdade só no Ultra.

Só que os S25 também têm vantagem na memória, que aumentou para 12 GB de RAM em todos os aparelhos, o que é importante principalmente para facilitar que os modelos pesados de IA consigam rodar mais recursos nativamente nos celulares. Mas isso também deixa mais RAM disponível, o que é sempre bom. E no armazenamento o S25+ vem com opções de 256 GB ou 512 GB, enquanto o S25 base adiciona uma variante de 128 GB e o Ultra tem outra com 1 TB.

O resultado é que, em desempenho bruto, ele tira tudo de letra. O Snapdragon Elite 8 é um processador muito mais poderoso que antecessores, mesmo comparado com o Snapdragon 8 Gen 3. Chega ao ponto de que, a menos que curta alguns jogos extremamente exigentes, nem tem tanto o que fazer com tamanho desempenho. Para tarefas do cotidiano, ele vai voar – assim como as gerações anteriores voavam –, e em games menos exigentes ou com a configurações em baixa ou média ele não vai nem ter que se esforçar.

  • Hardware
  • CPU: octa-core Snapdragon 8 Elite for Galaxy (2x 4,47 GHz + 6x 3,53 GHz);
  • GPU: Adreno 830;
  • RAM: 12 GB;
  • Armazenamento: 256 ou 512 GB USF 4.0;
  • Conectividade: WiFi 7 tri-band, 5G, Bluetooth 5.4 e NFC.

Só que quando você coloca tudo no máximo, com direito a ray-tracing, aí o lado feio do Snapdragon 8 Elite pode aparecer na forma de aquecimento. A Samsung aumentou o sistema de resfriamento da nova geração em 40% no S25 Ultra, mas nos irmãos menores o aumento foi de 15% – e nos casos mais extremos dá para sentir o resultado nas mãos. Literalmente.

Jogando Diablo Immortal com todas as configurações possíveis no máximo, é questão de um ou dois minutos até sentir o S25+ começar a esquentar. Em meia hora de jogatina nesse nível, as laterais de metal chegam a uma temperatura que não machuca, mas fica incômoda de segurar. P

elo menos isso não chegou a impactar o desempenho, que se manteve estável, o que é um bom sinal, mas também não é algo que o Well parece ter passado com o S25 Ultra – e nem é um problema que eu tenha visto no Find X8 Pro –, então uma câmara de vapor ainda maior parece fazer falta nesse aqui para quem pretende levar o celular ao limite.

Fora isso, do hardware vale ressaltar que todos os S25 têm suporte a conectividade 5G, WiFi 7 e vêm com Bluetooth 5.4.

Interface

A própria Samsung deixou claro na apresentação que o software é o principal da nova geração – o que para mim é ao mesmo tempo fonte das maiores delícias e dos desgostos mais fortes de toda essa família de celulares de ponta da coreana para 2025.

Os S25 vêm rodando de fábrica a OneUI 7, a versão da Samsung para o Android 15 e que chega não só com um visual totalmente repaginado, mas também traz no seu núcleo a integração máxima com recursos de IA, especialmente o Gemini da Google. A promessa é que nesse sistema a IA vai finalmente conseguir não só te entender de verdade, mas fazer coisas para você, o que revolucionaria a forma como usamos nossos smartphones e os transformaria em verdadeiros assistentes inteligentes que nos acompanham 24 horas por dia. Só que o que eu senti na prática é que essa promessa toda vem cheia de poréns… e alguns desses poréns são grandes demais.

Começando pelo visual, o sistema foi todo repaginado com ícones mais arredondados, opções de customização mais completas do que nunca e até a bandeja de configurações foi reorganizada para ficar mais completa e intuitiva. Eu não sou lá muito fã do iOS, mas quem acompanha a evolução dos dois sistemas não consegue deixar de ver que eles nunca estiveram tão próximos. Isso é ótimo para quem pensa em migrar do iOS para o Android ou vice-versa, por mais que eu ainda ache que a Samsung acerta mais que a Apple no geral.

Mas isso não quer dizer que quem só usou Android até hoje vai ficar perdido. A experiência se renovou, mas ainda está completamente familiar para quem já conhecia o sistema da Samsung ou de outros aparelhos baseados no software da Google. E todos os recursos clássicos da coreana continuam aqui também e funcionando muito bem.

A principal novidade para mim é a integração nativa com o Gemini, que faz até a própria Bixby da Samsung quase desaparecer nas profundezas do sistema. Quando você segura o botão de energia ou usa a frase de ativação “Hey, Google”, a IA é ativada, e aí você pode escrever na barra inferior ou tocar no botão de microfone para pesquisar por voz coisas tanto no seu aparelho quanto direto na internet. Para isso o funcionamento é muito intuitivo e eu continuo gostando bastante.

Você também pode tocar no botão “+” do lado esquerdo da barra para adicionar uma imagem da sua galeria ou tirar uma foto na hora, e isso pode ser incluído na sua pesquisa. Dá até para tocar no botão “Falar no Live sobre isso”, e aí o Gemini entra no seu modo de conversa natural ao vivo e traz informações sobre a imagem que você anexou ali. Essa sim é uma funcionalidade muito útil, mas só funciona se você tiver acesso à internet. Ainda assim, é um recurso particularmente sensacional da perspectiva de acessibilidade, já que pessoas com visão reduzida ou até perda total de visão conseguem simplesmente conversar de forma natural com a IA a respeito do que estiver na sua frente.

Galaxy S25+

Só que o lado mais interessante dessa integração com o Gemini para mim é a promessa de que a IA vai conseguir agir por você e executar comandos de voz complexos mesmo quando eles envolverem mais de um app diferente. Quando isso funcionar direito, vai realmente ser um grande economizador de tempo. Se você quiser marcar algo com um amigo e colocar na agenda para não esquecer depois, vai poder só pedir isso com essas palavras para a IA em vez de ter que manualmente abrir a conversa, falar com o amigo, depois abrir o calendário e criar o evento.

Mas a promessa não é exatamente o que vemos na prática. Na minha experiência, vários fatores influenciam se o Gemini vai ou não vai executar as tarefas direito. Por exemplo, se eu der o comando “marcar ida à praia em 12 de março às 9 da manhã no calendário e mandar uma mensagem para Bruna no WhatsApp avisando que vamos nesse dia e horário”, às vezes o resultado dá certo e a IA executa as duas tarefas depois de me pedir uma confirmação para enviar a mensagem.

Só que de vez em quando esse mesmo comando não basta para a IA, e aí ela me pergunta “para quem devo mandar a mensagem?” e depois não faz o que pedi, ou então pede a confirmação do envio da mensagem e não marca no calendário. Só isso já transforma a experiência em algo potencialmente frustrante – mas dá para piorar.

Eu dei o seguinte comando de voz: “quando o Lollapalooza acontece em São Paulo em 2025? Adicione ao meu calendário”. E aí cada vez que eu tentei, o resultado foi diferente – e todos foram ruins. Na primeira, o Gemini simplesmente me perguntava de volta quando o evento seria e não saia disso. Na segunda, ele descobriu as três datas e adicionou todas ao meu calendário, mas em um horário que ele decidiu sem qualquer contexto. E na terceira tentativa ele escolheu sozinho não apenas um horário, mas somente um dos dias, tudo sem qualquer instrução adicional.

Galaxy S25+

Isso seria ótimo se a IA estivesse sendo inteligente o suficiente para saber os meus gostos musicais, cruzar essa informação com a programação de shows do festival e adicionar isso ao meu calendário, mas ainda assim eu gostaria que ela confirmasse comigo antes. Só que o caso nem é esse. Ela simplesmente está decidindo dias e horários aleatórios por conta própria sem qualquer confirmação ou informação contextual adicional. Ou seja, ao contrário de ser inteligente, nesse caso ela é simplesmente inútil. É um recurso promissor, mas que ainda precisa passar um bom tempo amadurecendo.

Outra novidade de IA muito interessante é o “Eliminador de ruído”, que permite editar o áudio de qualquer vídeo no seu dispositivo para reduzir ou reforçar só os tipos de sons que você quiser. O “Desenho inteligente” também funciona surpreendentemente bem, permitindo qualquer combinação entre imagens que você tenha no aparelho, comandos de texto e rascunhos desenhados na tela para editar imagens ou gerar novas com base em alguns estilos específicos. Os resultados são um pouco limitados, mas ainda assim são divertidos.

Ainda dá para usar a IA para fazer resumos de textos na internet, ou para te ajudar a escrever mensagens e emails, e também para editar e apagar elementos de fotos, e isso tudo continua funcionando bem. O recurso “Melhor rosto”, que já tínhamos visto com outro nome nos Pixel 9 da Google, funciona muito bem, permitindo que, ao ativar a captura de fotos em movimento, seja possível trocar o rosto de pessoas no quadro por outras opções caso elas tenham piscado ou falado na hora do clique.

Galaxy S25+

Uma novidade é a “Now bar”, que aparece tanto na parte de baixo da tela de bloqueio quanto no canto superior esquerdo da barra de status com o aparelho desbloqueado quando tem alguma notificação interativa disponível, o que pode ser quando você está ouvindo um áudio ou quando seu time está jogando, por exemplo.

Nessas horas, a barra mostra um resumo da informação relevante, e tocar nela expande uma caixa que te dá mais informações ou permite interagir. É um recurso interessante e as animações estão ótimas, especialmente quando mostram que o seu time de futebol favorito está jogando no momento, mas ainda precisa ganhar mais funcionalidades para se tornar realmente algo útil.

E tem ainda o “Now Brief”, que aparece na “Now bar” na barra de bloqueio também, ou em um widget que você pode deixar na home. Clicando nele, você vai parar em uma tela que reúne em um lugar só informações do clima na sua região, seus próximos compromissos na agenda e uma recomendação de podcast baseada na sua conta do Spotify.

É uma ideia interessante, mas de utilidade questionável. Primeiro porque o clima e a agenda eu já posso deixar em widgets direto na minha home e tela de bloqueio, e segundo que as recomendações de conteúdo não adiantam muito se só aparecerem coisas que eu já ouvi antes, o que foi o caso para mim até agora.

Fora isso tudo, tem também alguns recursos de IA que eu esperava que tivessem evoluído mais de um ano para cá. É o caso principalmente das funções que envolvem entender conversas naturais entre várias pessoas, como a transcrição de gravações no app Notas ou a tradução simultânea no recurso Intérprete pessoalmente ou durante gravações telefônicas.

Galaxy S25+

Assim como era nos S24, tem alguns momentos em que os planetas se alinham e essas funções fazem um bom trabalho, e quando isso acontece é sensacional. Só que a verdade é que na grande maioria das vezes o resultado ainda é uma grandessíssima porcaria.

Nada melhor do que um exemplo prático, então agora eu vou primeiro transcrever manualmente um trecho de uma gravação que eu fiz durante um evento de trabalho em que um palestrante estava em um palco e falando de forma bem clara em um microfone. Depois, eu vou ler o que a IA transcreveu dessa gravação.

O palestrante disse originalmente: “a gente passa boa parte da nossa vida na nossa casa. A gente investe boa parte da nossa renda, das nossas economias, no imóvel que a gente mora. A gente deveria ter esse lugar como um lugar que faz a gente se sentir bem para enfrentar os desafios da vida”.

Galaxy S25+

Já o que a IA transcreveu foi: “boa parte da nossa vida que você casa. A gente se investe uma parte da nossa vida embora, cara de voar. A gente deveria ter esse lugar no craque? Às vezes. Bem. Enfrentar os amigos da vida”.

Isso foi só um pequeno trecho de uma gravação transcrita de mais de uma hora e vinte minutos de áudio, e ela é inteira nesse estilo. De cada 5 frases, a IA entende direito uma só – e olhe lá. E funciona assim tanto na transcrição quanto na tradução, independente dos idiomas envolvidos.

Aí, por mais que seja sensacional pensar em uma IA que te ajuda a se comunicar em qualquer idioma ou gravar e transcrever uma aula ou entrevista, e ainda pode resumir tudo em tópicos para você depois, isso tudo não serve de nada se o resultado for pura bobagem sem o menor sentido. Eu sei que isso com certeza vai melhorar com o tempo, mas do jeito como está usar esse recurso como ponto de marketing é puro absurdo. Ainda precisa melhorar muito antes de ser minimamente útil.

E tem mais um monte de recursos da One UI 7 e da Galaxy AI que eu poderia detalhar aqui, mas o Well já fez isso melhor no vídeo dele aprofundado só sobre isso, então vale conferir isso também.

Vale a pena?

Normalmente, em qualquer review ou lista, sempre ressalto que preços de lançamento não fazem sentido, especialmente nesses aparelhos mais caros. Sempre há algum aparelho mais antigo com custo-benefício menor. No entanto, costumo reforçar que, caso você tenha dinheiro de sobra e puder comprar o celular mais recente, provavelmente vai ficar muito satisfeito. Só que no caso dos S25 e S25+ eu sinceramente não sei se esse é o caso.

Os aparelhos em si são excelentes, sem dúvidas, mas tirando o processador e a RAM, todo o resto do hardware é igual à geração anterior, com muitos pontos que já foram superados por concorrentes – ou estão muito próximos disso. Do lado do software, a OneUI 7 e seus recursos de IA são promissores, mas ainda precisam melhorar muito para serem revolucionários, e ainda assim devem chegar em grande parte aos aparelhos antigos quando eles forem atualizados.

Os S24 e S23 talvez não rodem todos os recursos ou demorem um pouco mais em alguns casos, especialmente se você quiser usar a IA sem depender da nuvem, mas não tem muito o que impeça que eles também recebam e maioria dessas novidades. A menos que a Samsung propositalmente decida deixar algo de fora para dar vantagem real para os S25.

Além disso, há ainda o fato de que a própria Samsung já falou mais de uma vez que os recursos da Galaxy AI, que envolvem a maioria dos que eu citei neste texto, só vão continuar gratuitos até o final de 2025, mas a marca se recursa a dar mais detalhes até agora. Quais funções vão exigir assinatura? Vai ser só o que depender da nuvem, ou coisas que rodam nativas nos aparelhos também terão que ser pagas se você quiser usar? Quais os planos e valores? Nós não temos nem uma resposta a essas e outras perguntas.

Galaxy S25+

A Samsung se empolgou tanto em ser a primeira a trazer funções potencialmente revolucionárias de IA, que agora ela se colocou em uma posição extremamente difícil, em que pode ter que ser também a primeira a ter que falar sobre o custo e a limitação disso nos próprios aparelhos. E aí nada impediria as concorrentes de deixar as próprias funções de graça por mais um ano só para ver a Samsung sofrer.

Ao mesmo tempo, quanto mais tempo a Samsung fica calada, mais insegura a situação fica para quem pensa em comprar um aparelho de ponta deles. Afinal, você estaria disposto a pagar uma bolada em um celular que deve trancar seus recursos mais legais atrás de uma assinatura misteriosa daqui a alguns meses? E não é como se os aparelhos em si fossem baratos também. Muito pelo contrário, nunca foram tão caros.

O Galaxy S25 base custa a partir de R$ 6.300 à vista na versão com menos memória, enquanto o S25+ começa em R$ 7.650 à vista – isso sem contar o cupom “FAVORITOSSG”, que dá mais 5% de desconto. Além disso, durante o período de pré-compra, que vai até 23 de fevereiro, a fabricante está oferecendo o dobro de armazenamento pelo preço da versão com metade, então é como se as variantes com menos espaço interno nem existissem ainda e as demais custassem menos.

Preços após o período de pré-compra (23/02):

  • Galaxy S25
  • – 128 GB: a partir de R$ 6.299,10 à vista;
  • – 256 GB: a partir de R$ 6.749,10 à vista;
  • – 512 GB: a partir de R$ 7.649,10 à vista.
  • Galaxy S25+
  • – 256 GB: a partir de R$ 7.649,10 à vista;
  • – 512 GB: a partir de R$ 8.549,10 à vista.

Só que mesmo com esses descontos e promoções se sobrepondo, a escolha dos S25 não faz sentido. O próprio S24 Ultra já pode ser encontrado a partir de R$ 5.759 – e como eu falei ele deve receber a maioria, se não todos os recursos de IA e software desses aqui, só que com um hardware em geral superior ao do S25 e S25+ com direito a S Pen com recursos Bluetooth, câmeras melhores, mais bateria e outras vantagens.

A única concessão é o processador, mas ainda trazendo o supercompetente Snapdragon 8 Gen 3, então o prejuízo nem é tão grande em desempenho. E isso tudo sem nem considerar os concorrentes, tanto os que já saíram quanto outros que com certeza ainda vão chegar esse ano.

Aí, o meu veredito é que não existe um cenário em que faça sentido alguém comprar um Galaxy S25 agora. Para isso se tornar cogitável, no mínimo duas coisas têm que acontecer: primeiro, temos que esperar a OneUI 7 chegar aos S24 e S23 para ver exatamente o que eles vão ou não conseguir fazer; e segundo, a Samsung precisa esclarecer quanto vai cobrar pelos recursos de IA e quais deles só vão funcionar se você pagar. Isso é o mínimo, mas também seria legal esperar os preços caírem, porque esses valores de lançamento são completamente insanos. Não dá para normalizar celular de 128 GB custando tudo isso.

[Fonte Original]

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