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sábado, fevereiro 8, 2025

Lei GENIUS: Como os EUA pretendem digitalizar o dólar

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Os Estados Unidos deram mais um passo para transformar o dólar em uma moeda digital de alcance mundial. A Lei GENIUS (Guiding and Establishing National Innovation for US Stablecoins), proposta por senadores dos EUA, pode ser o pontapé inicial para a criação do “criptodólar” — uma versão digital do dólar americano, mais ágil e integrada à tecnologia blockchain.

O projeto visa regulamentar as stablecoins, moedas digitais vinculadas ao valor do dólar. Hoje, as duas principais são o USDT (Tether) e o USDC (USD Coin), que juntas valem quase US$ 200 bilhões. A proposta estabelece regras de que emissores devem comprovar, mensalmente e por meio de auditorias, que tem dólares suficientes para cada stablecoin.

Além disso, todas as stablecoins com valor de mercado acima de US$ 10 bilhões serão supervisionadas pelo governo americano. Vale destacar que o texto de autoria do senador Bill Hagerty também prioriza stablecoins atreladas ao dólar, deixando de lado as baseadas em algoritmos ou outras commodities (como ouro).

A ideia é criar um ambiente seguro para empresas e investidores, evitando casos como o que aconteceu com a Tether em 2021, quando foram levantadas suspeitas de que a empresa não tinha reservas de dólares suficientes.

Luta pela hegemonia do dólar

O dólar é a moeda de reserva global (usada em transações internacionais), mas enfrenta desafios nos últimos anos. Em guerra comercial do país, a China tem expandido o uso do yuan em comércio exterior.

Além disso, os BRICS (grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, África do Sul, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã) estudam criar uma moeda conjunta.

Com a Lei GENIUS, os EUA pretendem modernizar o dólar usando blockchain — tecnologia que agiliza pagamentos e reduz custos. Assim, esperam manter sua hegemonia econômica em um mundo cada vez mais digital.

Entenda os “criptodólares”

O criptodólar não é uma nova moeda, mas sim o dólar tradicional “tokenizado” (transformado em ativo digital). Ele funcionaria como uma stablecoin oficial, emitida e controlada pelo governo dos EUA. Entre as vantagens, destaque para a velocidade. A tecnologia de blockchain permite que transações internacionais sejam feitas em minutos, sem intermediários bancários.

Além disso, blockchain permite rastrear cada operação, garantindo maior poder de controle e fiscalização de operações. No mais, como são ativos lastreados em reservas reais e auditados mensalmente, se tornam criptomoedas com caraterísticas de moedas fiduciarias.

Para os EUA, isso significa fortalecer o dólar em setores como comércio global, criptomoedas e até em aplicações descentralizadas (DeFi). Se aprovada, a lei pode aumentar a confiança em stablecoins, com regras claras atraindo mais investidores e empresas ao setor.

Além disso, outros países podem sofrer influência dos EUA. Nações como Brasil podem seguir o exemplo, criando versões digitais de suas moedas (como o CBDC do Real). Com isso, as stablecoin podem mudar o mercado financeiro, fazendo com bancos e corretoras se adaptem a essa nova realidade.

Mercado reage positivamente

Diante da apresentação do projeto, o mercado reagiu positivamente para o anúncio da lei GENIUS. A USDT da Tether registrou entradas de US$ 2 bilhões e a USDC da Circle cerca de US$ 3 bilhões, após aposentação do projeto de lei, no último dia 4.

Apesar da euforia, especialistas alertam que a lei ainda é vaga em pontos importantes, levantando questões de como será a fiscalização das reservas, qual será o tratamento dado às stablecoins não lastreadas em dólar, além da questão se haverá espaço para inovação sem engessar o mercado.

Além disso, países em desenvolvimento podem ver o criptodólar como uma ameaça à soberania monetária, já que dólares digitais facilitariam a “dolarização” de suas economias.

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[Fonte Original]

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