A líder opositora venezuelana María Corina Machado afirmou nesta quinta-feira (13) que a crise migratória do país só será resolvida com a saída do ditador Nicolás Maduro do poder.
Durante uma palestra virtual promovida pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, Machado enfatizou que a Venezuela vive uma grave crise que não afeta apenas os Estados Unidos, mas toda a América Latina, com impactos diretos na migração em massa e na expansão do crime organizado.
Machado alertou que nenhuma solução parcial será capaz de conter os problemas estruturais do país enquanto o regime chavista continuar governando.
“Não se vai desmontar o Tren de Aragua [facção criminosa], não se vai parar a migração, não se vai aumentar a produção petrolífera, não se vão cortar as relações com os inimigos do Ocidente, a menos que haja uma transição para a democracia”, declarou.
A opositora destacou que, apesar do papel fundamental dos Estados Unidos na resolução da crise venezuelana, os países latino-americanos também precisam assumir sua responsabilidade e adotar uma postura mais firme contra Maduro. Segundo ela, o isolamento do regime chavista é essencial para pressionar por uma transição política e restaurar a democracia.
“Têm que existir uma ameaça crível da região sobre Maduro para que ele entenda que o mundo não vai virar a página, que a repressão tem um custo mais alto e que o tempo está contra ele”, ressaltou.
Para Machado, a pressão internacional não deve se limitar à América Latina, mas envolver aliados em outras partes do mundo. O objetivo, segundo ela, é transformar a crise venezuelana em uma causa global prioritária, capaz de mobilizar esforços internacionais para frear a deterioração do país.
A líder opositora avaliou que o regime chavista atravessa um momento de “profunda vulnerabilidade”, o que cria uma oportunidade real para retirá-lo do poder. Ela reforçou que apenas uma mudança de governo poderá restabelecer a democracia, recuperar a economia e garantir que milhões de venezuelanos possam regressar ao país.
Atualmente, estima-se que mais de 7 milhões de venezuelanos tenham deixado sua terra natal devido à crise humanitária gerada pelo socialismo chavista, buscando refúgio em países vizinhos e até mesmo nos Estados Unidos.