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- Author, Dafne Sampaio
- Role, De São Paulo (SP) para a BBC News Brasil
Um dos discos mais vendidos da história da música popular brasileira completou 40 anos, em setembro de 2024, sem grandes shows ou programas especiais na TV.
Não só pelas 1,5 milhão a 2,5 milhões de cópias vendidas (a depender da fonte), o sucesso do terceiro álbum do grupo Balão Mágico seria digno de celebração também por sua improbabilidade: foi um fenômeno pop.
Um gênero bem particular, aliás: a música infantil.
Mas para entender como o Balão chegou a ter tanto sucesso, é preciso voltar mais no tempo.
Em uma reunião no ano de 1981, o então presidente da gravadora CBS Brasil, espanhol Tomás Muñoz, disse que a música infantil estava explodindo na França, na Itália e na Espanha. Era questão de tempo até chegar ao Brasil.
“Precisamos sair na frente”, disse Muñoz a Marcos Maynard, um de seus diretores musicais, segundo relato do arranjador Edgard Poças.
Porém, antes da música, eles foram atrás dos rostos.
O primeiro a ser encontrado foi o de uma menina banguela de 5 anos chamada Simony. De família circense, Simony Benelli Galasso apareceu cantando pela primeira vez no Programa do Raul Gil quando tinha apenas 3. Em uma das vezes que ela retornou ao programa, Muñoz a viu e se encantou.
O segundo rosto tinha que ser o de um menino. Encontraram então Vimerson Benedicto Cavanillas, de 10 anos, que desde os 3 já atuava em comerciais e cantava em programas de auditório e caravanas pelo interior.
Em uma reunião criativa do marketing da gravadora, pegaram o final e o início do nome Benedicto e embaralharam até nascer Tob. Rostos e vozes ok. E a música?
Música infantil — e brasileira

Crédito, Dafne Sampaio/BBC
Aos 35 anos, Edgard Poças queria qualquer trabalho possível.
Tinha filhos pequenos — um deles a cantora Céu, nascida em 1980 — e o sonho frustrado de ser violinista. Esta aspiração foi abandonada depois de um acidente com uma das mãos.
Ele estava conseguindo algum dinheiro criando jingles para campanhas publicitárias quando um de seus amigos, o pianista Nelson Ayres, o indicou para um projeto infantil sobre o qual tinha ouvido falar na CBS do Rio de Janeiro.
“Me disseram que podia sugerir algumas músicas e que eles também iriam fazer uma varredura”, lembra o músico, hoje com 78 anos, em entrevista à BBC News Brasil.
Pelo lado dele, vieram composições menos conhecidas de grandes autores da Era de Ouro do rádio, como Ary Barroso (Upa! Upa!), Wilson Batista (Cowboy do amor), Braguinha (Tem gato na tuba) e Hervê Cordovil (P.R. Você).
Já a gravadora sugeriu canções infantis de sucesso na Europa que Poças faria a versão em português. A princípio, apenas as letras, e usando as bases originais — mas Poças não concordou com a ideia.
“Falei que não valia a pena fazerem esse projeto com esse tipo de base que não é daqui e que não tem a ver com o que a gente ouve”, conta.
Até que Poças se deparou com um disco que composto pelo arranjador Lincoln Olivetti e o cantor Robson Jorge.
“Fui para casa, ouvi e falei: é esse cara! Liguei para a CBS e disse pra eles chamarem o Lincoln pra fazer as bases. Foi aí que mudou tudo”.
Lincoln Olivetti já tinha fama nos estúdios cariocas como um dos mais prolíficos tecladistas e arranjadores da música pop brasileira no final da década de 1970 e início dos 80.
Lançado em 1982, o álbum Robson Jorge & Lincoln Olivetti, quase todo instrumental, tornou-se cultuado por sua mistura original de pop, funk e disco.
“O Lincoln e o Robson tiraram aquela base [estrangeira] e começaram tudo de novo. Depois mandaram pra mim e eu vibrei: é isso aí”.
Com um repertório milimetricamente talhado para os seus astros mirins, o primeiro disco do Balão Mágico já estava pronto quando Tomás Muñoz, o presidente da gravadora, viu na TV um carismático menino de 8 anos.
Era Michael Biggs, que emocionava a todos ao pedir a soltura de seu pai que havia sido levado por sequestradores.
Seu pai era Ronald Biggs, um criminoso britânico que havia fugido para o Brasil e se tornado famoso aqui.

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Muñoz tinha achado o terceiro rosto do Balão Mágico. O problema era que o menino Michael, que seria apresentado como Mike, só sabia cantar uma música.
Muñoz não titubeou: tirou uma música pronta do disco e mandou gravar Oh, Suzana.
Lançado em 1982, o álbum A Turma do Balão Mágico foi um grande sucesso, alavancado pelo carisma do trio Simony, Tob e Mike e pelas faixas A galinha magricela, O pato cantor e Baile dos passarinhos. Originalmente, as duas primeiras faixas eram espanholas, e a terceira, suíça.
Mais de 1 milhão de cópias vendidas depois, o grupo criado pela gravadora CBS ganhou um programa nas manhãs da TV Globo, shows por todo o Brasil e a certeza de um segundo disco.
Edgard Poças não pôde dar tantos seus pitacos no repertório do segundo A Turma do Balão Mágico, pois a gravadora determinou que ele deveria fazer versões a partir de músicas estrangeiras pré-selecionadas.
Das dez faixas, nove seriam versões — a única exceção foi Mãe-iê do sambista carioca Osvaldo Nunes.
Poças, no entanto, trabalhou intensamente nessas versões e quase nunca se importou em traduzir fielmente a letra. Ele se consolidou como o criador da sonoridade do Balão Mágico, não só nos arranjos, mas também nas letras.
“É que gosto de música brasileira. Vivia cantando Lamartine Babo e Noel Rosa. Depois vieram Vinicius de Moraes e Tom Jobim, a bossa nova. Às vezes ia mostrar alguma coisa lá na CBS e já mostrava do meu jeito. Lembro de um cara da gravadora que sempre que me via falava… ‘Lá vem o Tom Jobim! Melhor nem mostrar isso’. E eles tinham razão. Era pérolas aos porcos”, afirma o músico.
A gravadora agora queria convidados especiais e uma música para tocar no rádio.
Poças foi entregando uma música após outra, para serem arranjadas novamente por Lincoln Olivetti e pelo maestro Chiquinho de Moraes.
Vieram hits como Superfantástico, Ursinho Pimpão, Ai meu nariz! e Juntos — este com participação de Baby do Brasil.
Mas todos ainda sentiam que faltava a tal “música de rádio”.
Poças começou a trabalhar em uma das músicas espanholas que pegou aleatoriamente de uma pilha de fitas cassete oferecidas pela gravadora, mesmo sendo avisado posteriormente que o chefão Muñoz detestava a música.
Poças imaginou que essa música poderia unir as crianças do Balão a todos os adultos, e que estes seriam personificados por um cantor famoso. Mas quem?
Primeiro, pensou grande: Roberto Carlos. Mas a insegurança falou mais alto e em dado momento Poças teve certeza que “ele não vai cantar essa p***a”, segundo relata. Pensou então em Moraes Moreira, mas nada parecia certo.

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Numa noite, após trabalhar até tarde, ele passou no quarto de Céu para conferir se ela estava bem coberta. Até que um brinquedo da filha lhe deu a pista.
“Ela tinha um bonequinho que dormia com ela toda noite, e toda noite ele sempre acabava no chão. Era um bonequinho pretinho, muito bonitinho, e tinha umas tranças. Aí me deu um insight. É o Djavan! É o Djavan que vai cantar essa música”.
Após as entradas de Simony, Tob e Mile cantando, Djavan aparece para encerrar a primeira parte: “Sou feliz, por isso estou aqui/Também quero viajar nesse balão”.
“Tocava o dia inteiro isso nas rádios. Mas a gravadora nem percebeu que era a música que o Muñoz não gostava. Na hora que vê o negócio brilhando, esquece qualquer coisa”, comemora Poças.
Com a visibilidade trazida pelo programa na Globo, o segundo disco do Balão Mágico foi lançado em setembro de 1983, quatro meses após a estreia na TV, e vendeu mais de 2 milhões de cópias.
A entrada de Jairzinho
Mesmo com o sucesso cada vez maior, o Balão Mágico precisou, em 1984, de algumas novidades para lidar com o incontornável fato de que as crianças estavam crescendo: Simony estava com 8, Mike com 11 e Tob com 13.
O Balão precisava de um novo repertório, menos infantil, e uma nova integrante.
Poças foi chamado novamente, agora com a missão de “amadurecer” o repertório. Das 12 faixas do terceiro disco do Balão, nove são versões assinadas por ele.
Da nova integrante, o destino tomou conta — apenas a ideia inicial de trazer uma menina mudou.
É que, aos 9 anos, Jair Oliveira, o Jairzinho, foi visto pela gravadora cantando em italiano ao lado do pai, o veterano Jair Rodrigues, na principal TV da Itália, a RAI.
O Balão Mágico ganhou um novo rosto e uma nova voz, tanto no programa matinal da TV Globo, quanto nos shows e discos.
Hoje com 49 anos, casado, pai de duas filhas e morando na Flórida, Jairzinho conta que já era “muito fã” do Balão antes de entrar no grupo.
“Eu, assim como várias crianças ali na década de 1980, sabia cantar Superfantástico de trás para frente, de frente para trás. É a música que simboliza o grande sucesso do Balão Mágico”, diz Jair Oliveira à BBC News Brasil.
“Inclusive, já tinha ido ao programa do Balão com o meu pai. Mas não sei te dizer se me imaginei lá, porque já estava cantando com o meu pai. Foi uma surpresa, fiquei muito feliz”.
Para apresentar Jairzinho, foi escolhida a música Amigos do peito — originalmente Somos amigos, do grupo infantil mexicano Timbiriche.
Na versão brasileira, Mike gosta muito de brincar, Tob não se cansa de cantar e é Simony que apresenta novos amigos que acabaram de chegar: Jairzinho, “o mais novo do Balão”, e o adulto caroneiro Fábio Jr., que também embarcou nessa canção.
Amigos do peito foi o principal sucesso do terceiro A Turma do Balão Mágico, lançado em setembro de 1984.
Mas teve também Se enamora, a preferida de Céu, filha de Poças; É tão lindo, o dueto de Simony com Roberto Carlos (versão para It’s Not Easy, da trilha de Meu Amigo, o Dragão, filme lançado pela Disney em 1977); Mãe, me dá um dinheirinho, com Baby do Brasil e Pepeu Gomes; e Tia Josefina, cujo clipe teve participação do mímico e artista plástico Juarez Machado.
O terceiro disco do Balão foi lançado junto com um especial da TV Globo chamado A Turma do Balão Mágico em Amigos do Peito, o que hoje seria chamado de “álbum visual”. As estimativas mais otimistas apontam mais de 2,5 milhões de cópias vendidas.
Simony, Tob, Mike, Jairzinho trabalharam sem parar em 1984, assim como os atores Castrinho e Orival Pessini (Fofão), que faziam participações na TV e, ocasionalmente, nos shows.
As crianças ainda tinham um turno extra, o da manhã, totalmente dedicado aos estudos.
“Era uma rotina pesada, cansativa”, relembra Jair Oliveira. “Principalmente a parte da TV, porque apresentar um programa diário é uma rotina que faz com que, depois de um tempo, a magia vire função mesmo. A fantasia que a gente passava para as crianças era trabalho pra nós quatro.”
“Nossa, perdi muita festinha de amigos por causa de trabalho”.
Tinha também o lado bom. Alguns lados bons.
Para Jairzinho, eles incluíam os períodos gravando discos — ele ficava “encantado” vendo os músicos gravando e acompanhando todo o processo de fazer um disco.
“Não à toa, acabei me tornando também produtor musical”, diz.
“Era muito bom. Shows em estádios, por exemplo, era uma coisa absolutamente incrível de ver, de acompanhar um estádio lotado ali para ver aquelas quatro crianças cantando. Foi um aprendizado sensacional, cara. Tem aprendizados da época do Balão Mágico que carrego até hoje na minha carreira.”
O ano de 1985 começou com o terceiro disco do Balão ainda vendendo muito — e sendo o mais elogiado do grupo —, com um programa de TV diário campeão de audiência e planos para um quarto disco.
Mas Tob estava se tornando adolescente rápido demais e, aos 14 anos, sua voz foi engrossando mês a mês.
Sua saída do Balão, antes da gravação do quarto disco, marcou o início do fim do grupo.
O início do fim
A última participação de Tob no grupo foi na regravação de A banda, de Chico Buarque, para um disco da gravadora Som Livre em homenagem aos festivais de música dos anos 1960.
A voz estava claramente mais grossa, sem falar que o menino tinha espichado.
Em seu lugar, e sem muito alarde, entrou Ricardinho, no programa de TV e nas gravações do quarto disco.
O quarto álbum A Turma do Balão Mágico vendeu mais de 1 milhão de cópias —dando os primeiros sinais de esgotamento, com vendas mais baixas que o disco anterior.
Não se notou muito a ausência de Tob, nem a chegada de Ricardinho. Afinal, o disco ganhou ainda mais participações especiais: Erasmo Carlos em Barato bom é da barata; Moraes Moreira em Garota e garoto; o grupo Metrô em Não dá pra parar a música; novamente Baby e Pepeu em Um raio de sol; e o primeiro fenômeno boy band do Brasil, o Dominó, nas faixas Fim de semana e Chega mais um pouco.

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Formado em 1984 pela produtora de Gugu Liberato, o Dominó estourou nacionalmente em 1985 com um repertório de rock juvenil. Edgard Poças também fez versões para o grupo, como Companheiro e Ela não gosta de mim.
“Eu devia ter 15 anos, e o pessoal do Balão uns 8 ou 10. Era uma diferença de idade que normalmente não dá muita conexão, mas com eles não tinha isso. A gente se divertia nos camarins de programas de TV, ria e falava muito de música”, recorda Afonso Nigro, um dos integrantes originais do Dominó, em entrevista à BBC News Brasil.
“E muito continuaram pra provar que era um interesse genuíno. Não eram só criancinhas bonitinhas, tinha muito talento ali.”
Para Nigro, que hoje tem 54 anos e trabalha como produtor musical, Poças foi um dos “maiores responsáveis” pelo sucesso do Dominó e de outras bandas infanto-juvenis.
“Todas as vezes que ele fez uma versão, a letra dele ficava melhor do que a original, independente se era da Itália, do México, da França, da Argentina”, elogia o ex-Dominó.

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Poças também é o autor da maioria das versões de músicas do quinto e último disco do Balão Mágico, mas sua inspiração parecia quase toda dedicada aos rocks do Dominó.
De qualquer forma, as gravações no início de 1986 marcaram o retorno aos estúdios de Simony, Jairzinho, Mike e Ricardinho, acompanhados por Simone (Felicidade) e Leo Jaime (Menina).
Logo após o término da gravação, Simony anunciou que estava se mudando para a TV Manchete para apresentar sozinha um programa infantil. Mike e Ricardinho também anunciaram a saída do grupo.
Resultado direto de tantos acontecimentos é que o quinto disco de A Turma do Balão Mágico mal foi divulgado — e o que começou como uma explosão terminou com um suspiro.
Detalhe: poucos meses após o fim do programa de TV do Balão Mágico, a Globo anunciou, ainda em 1986, a estreia do Xou da Xuxa.
Desencontros e reencontros

Crédito, Divulgação/’A Superfantástica História do Balão’
Simony e Jairzinho voltaram a se encontrar em 1987 no único disco da dupla, e lá estava novamente Edgard Poças como autor das versões que cobriam quase todo o repertório.
A dupla Jairzinho & Simony fez sucesso, mas não vingou. Ele estava com 12, ela com 11, e depois cada um partiu para suas carreiras musicais solo — que seguem até hoje.
Tob e Mike nunca mais voltaram para a música e, cada um ao seu modo, ambos lutaram para lidar com os traumas que tanto sucesso com tão pouca idade podem gerar.
“No documentário A Superfantástica História do Balão você acaba vendo, por exemplo, o caso do Tob, né? Fica bastante claro que ele teve algumas coisas ali que foram até meio traumatizantes e tal, e que, graças a Deus, com o próprio documentário, ele conseguiu resolver melhor”, diz Jair Oliveira.
“Mas, no meu caso, sempre tive também o exemplo do meu pai, que sempre lidou com essa coisa da carreira artística de uma maneira muito leve.”
O documentário, lançado em 2023 e disponível na plataforma de streaming Disney+, mostra que Tob teve problemas sérios com a acne na adolescência, além de dificuldade de sair de casa e obter trabalho. Ele chegou a ter depressão.
Já Mike relata no documentário ter se envolvido precocemente com drogas e passado por muitas dificuldades financeiras.
Jairzinho conta que, nas filmagens deste documentário, o integrantes do Balão voltaram a se encontrar.
“Vimos que temos um carinho muito grande um pelo outro. Obviamente que essa convivência, dependendo da situação, vai ficando mais escassa por conta da vida. Mas tivemos uma amizade de infância muito sólida, muito intensa”, diz Jairzinho, que desde 2007 também possui um projeto infantil musical para chamar de seu, o Grandes Pequeninos (co-criado pela atriz, esposa e mãe de suas duas filhas, Tania Khalill).
Olhando para trás, Edgard Poças confessa que no início tinha “muita raiva” de fazer as músicas do Balão.
“De repente, quando estava fazendo O trenzinho, tinha aqueles versos ‘Se você quer dormir feliz e sonhar/ É só fechar os olhos e imaginar’ e fiquei pensando… É bonitinho esse negócio. Aí fui pegando gosto”, diz Poças.

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A cantora Céu diz não lembrar de muita coisa do período em que seu pai impulsionou os voos do Balão.
“Tenho uma lembrança das idas do meu pai ao estúdio, os estudos musicais dele debruçado no piano e os inúmeros discos de ouro e platina que ficavam pendurados. Imagina como esses discos brilhantes impactavam a cabeça de uma criança”, lembra a cantora, conversando com a BBC News Brasil.
“Ficava pensando nisso… nossa, meu pai faz música para as crianças cantarem”.
Mas uma das músicas do Balão Mágico não lhe traz tão boas lembranças.
“É que meu pai brinca que Ursinho Pimpão era pra minha irmã e que Galinha Magricela era pra mim, porque eu era muito magra. Tinha um pouco de ciúmes de ser a galinha magricela e minha irmã o ursinho pimpão, achava isso bem nada a ver. Mas pelo menos a gente fazia coreografias das músicas em casa e era muito legal.”
Céu conta que os netos de Poças também escutam o Balão.
“Eles gostam muito, se encantaram mesmo. Acho também porque é uma música que faz pensar, tem qualidade. É uma música atemporal e não é só pra criança, é pra todos”, explica Céu que, em 2023, cantou informalmente músicas do Balão Mágico ao lado de Poças para a turma de seu filho mais novo, em uma escola em São Paulo.
Mais de 40 anos depois, Superfantástico continua sendo tocada em festas infantis — e às vezes, até adultas — por todo o país, geração após geração.
“O mundo tem, às vezes, a tendência de colocar a criança em um lugar bobo, e isso reduz a capacidade delas de imaginarem e pensarem. O Balão Mágico não fazia isso”, arremata Céu que, desde muito cedo, aprendeu com o pai que todas as crianças cabem nesse balão.