As agências de inteligência dos Estados Unidos divulgaram nesta terça-feira (25) um relatório que classifica a China como principal ameaça militar e cibertécnica do país. Para os EUA, Pequim também vem fazendo um progresso “constante, mas irregular” em relação à possível captura da ilha de Taiwan, de acordo com informações publicadas pelo jornal “The Guardian” nesta terça-feira (25).
O relatório é mais um episódio da troca de farpas entre Washington e Pequim, que já estava acirrada após a instauração de tarifas de importação por parte dos dois países no último mês.
Ambos os países se posicionam como as potências de seus respectivos blocos (EUA – potência ocidental; China – potência oriental), não só por aspectos econômicos, mas também por questões geográficas, políticas e militares. Veja comparações entre EUA e China em alguns aspectos:
Tanto a China quanto os Estados Unidos estão entre o top 3 de países mais populosos do mundo, ocupando, respectivamente, a 2ª e a 3ª posição neste ranking.
A China possui mais de 1,4 bilhão de habitantes (1,409 bilhão), de acordo com dados do governo chinês referentes ao ano de 2023. No mesmo ano, a Índia ultrapassou a nação vizinha como país mais populoso do mundo (1,428 bilhão de habitantes), posto ocupado pela China desde 1950.
Por outro lado, a população americana é de mais de 341 milhões de habitantes, segundo dados do governo americano, que estima que, até a presente data, o número de habitantes dos EUA chega a 341.522.525.
Enquanto as projeções indicam um crescimento populacional para os EUA, a China deve passar por uma queda até o fim deste século, decorrente da queda da taxa de natalidade.
EUA e China também estão entre os cinco países com maiores territórios. Os dois ocupam a terceira e a quarta posição neste ranking, mas, a depender da fonte e dos critérios utilizados, podem mudar de posição.
A classificação feita pelo Banco Mundial coloca os EUA como o terceiro maior país do mundo em território, atrás apenas de Rússia (1º) e Canadá (2º), com 9.831.510 km ², segundo dados de 2022. A China, de acordo com a mesma fonte, possui 9.562.910 km ².
O critério usado pelo Banco Mundial se baseia na área de superfície, que inclui os corpos de água — como rios, lagos, geleiras, por exemplo. Caso se leve em consideração a área terrestre (que exclui os corpos d’água), a China ultrapassa os EUA (9.388.210 km ² ante 9.147.420 km ², respectivamente).
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), tanto os EUA quanto a China devem apresentar uma desaceleração do crescimento. Para 2025, a projeção do PIB nos dois países é menor em relação ao ano de 2024.
De toda forma, os EUA seguem como a maior economia do mundo, com PIB de US$ 29,17 trilhões em 2024, com projeção de US$ 30,34 trilhões para 2025 e US$ 35,46 tri para 2029, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). O crescimento deste ano é estimado em 2,2% do PIB, inferior aos números de 2023 (2,9%) e 2024 (2,8%).
Já o produto interno bruto chinês foi de US$ 18,27 trilhões em 2024 e deve chegar a US$ 19,53 trilhões neste ano. Até o fim da década, a estimativa é de que ele alcance a casa dos US$ 24,59 tri. O crescimento deve ser de 4,5% do PIB, número abaixo dos dois últimos anos (5,2% em 2023 e 4,8% em 2024).
O PIB per capita, divisão do total do PIB pelo total da população, é uma forma de medir a distribuição da riqueza de cada país. Neste cálculo, os Estados Unidos ficam em 6º no ranking global, com PIB per capita de US$ 86,6 mil. Para 2025, a projeção é de que o país caia para o 7º lugar, porém, com um aumento do PIB per capita para US$ 89,68 mil.
A China aparece na 73º posição, com PIB per capita de US$ 12,97 mil em 2024. Neste ano, o país deve manter seu lugar no ranking, mas com um aumento do número para US$ 13,87 mil.
O FMI prevê que, em 2025, o país asiático deve permanecer atrás não só de outras nações consideradas emergentes, como Turquia (US$ 16,88 mil) e Rússia (US$ 15,08 mil), mas também das Regiões Administrativas Especiais do país, como Macau (que deve ocupar o 8º lugar em 2025, com PIB per capita de US$ 84,28 mil) e Hong Kong (cuja previsão é que permaneça em 20º, com PIB per capita de US$ 55,61 mil); além da Ilha de Taiwan (e com previsão de 38º neste ano, com projeção de US$ 34,92 mil), território que é reivindicado por Pequim.
O Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês), o exército oficial da China, é o maior do mundo em número de soldados: em 2020, havia mais de 2 milhões de soldados na ativa no exército.
Segundo dados compilados pela CIA, a agência central da inteligência dos Estados Unidos, a marinha chinesa possui 250 mil integrantes, enquanto na força aérea, 400 mil.
A maior parte do armamento utilizado pelo PLA vem da Rússia, e, desde 2017, encontra-se em processo de modernização. A meta é que, até 2035, o PLA se torne uma força modernizada e de classe mundial.
Desde 2021, os gastos militares chineses estão na casa de 1,5% do PIB do país.
Já as Forças Armadas dos Estados Unidos (US Military) somam um total de 1,31 milhão de soldados na ativa. Dentro desse contingente, 328 mil são da marinha e 317 mil, da força aérea.
O arsenal do exército americano é quase que inteiramente produzido dentro do país, com alguns poucos equipamentos sendo importados de nações como Alemanha e Reino Unido, e outros que contam com algumas peças importadas, mas ainda fabricados dentro dos EUA.
De acordo com a CIA, os Estados Unidos foi o maior exportador de armas do mundo em 2024.
Desde o começo desta década, o país tem gastado em torno de 3,5% do PIB com despesas militares. Nos últimos dois anos esse número foi de 3,2% (2023) e 3,4% do PIB (2024).