21.5 C
Brasília
sexta-feira, abril 25, 2025

Boa parte dos Estados dos EUA segue no Acordo de Paris, diz presidente da COP30

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

Apesar de o governo de Donald Trump ter anunciado no início deste ano a retirada dos Estados Unidos do Acordo Climático de Paris – cujo objetivo é minimizar os efeitos da crise climática -, boa parte dos Estados americanos optou por continuar cumprindo as metas ambientais traçadas no pacto. A declaração foi dada pelo presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, durante o evento COP30 Business Forum, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), em São Paulo.

“Quem se retirou foi o governo federal, que sairá oficialmente em janeiro de 2026”, lembrou Lago ao acrescentar que a iniciativa privada norte-americana também acredita nos impactos do aquecimento global, o que deve amenizar o anúncio de Trump.

“Cerca de dois terços do PIB dos Estados Unidos estão comprometidos com a sustentabilidade. Por dois motivos: por já terem feito imensos investimentos e, também, por serem empresas multinacionais, que estão em países que vão ficar no Acordo de Paris”, acrescentou.

O diplomata argumentou que “é um bom negócio reverter a mudança do clima”, mas enfatizou que é preciso partir para a ação, mudar os números, porque “o discurso já não basta”.

Lago ainda comentou as expectativas para o desfecho da COP30, lembrando que não se aguarda um grande encerramento com assinatura de tratados, uma vez que as solicitações desta COP não requerem negociações.

Embaixador André Corrêa do Lago — Foto: Gesival Nogueira Kebec/Valor

“Nossas expectativas são que os países apresentem suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, NDCs, na sigla em inglês) e o relatório de como passar de R$ 300 bilhões para R$ 1 trilhão”, diz. As NDCs são metas e compromissos de redução de emissões de gases do efeito estufa. A meta é atingir US$ 1 trilhão em investimentos nos países mais vulneráveis às mudanças climáticas para combater as mudanças climáticas, mas as superpotências, por ora, se comprometeram com US$ 300 milhões.

Por fim, ele ainda afirmou que a COP em Belém já está ocorrendo nos diversos encontros preparatórios e, consequentemente, nos debates propostos. “A COP não se resume aos 12 dias do evento, mas já está acontecendo, pois precisamos chegar à COP com várias ideias organizadas”, disse.

No mesmo evento, o ministro em exercício de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente (MMA), João Paulo Ribeiro Capobianco, afirmou que, sem a participação da iniciativa privada não será possível o Brasil atingir sua meta nacional de carbono neutro em 2050.

“Dependemos do setor privado. Não teremos mudanças substanciais sem o embarque integral e agressivo do setor privado”, declarou. “O setor privado precisa de recursos, mas, antes de tudo, é necessário compromisso e interesse”, complementou.

Capobianco também falou de iniciativas do governo para atingir a meta de carbono zero, como a o pacto do três Poderes para a promoção da Ecologia e os 16 planos setoriais, que lançou metas e compromissos para todos os setores da economia.

A Amcham apresentou o documento “Ambição Empresarial COP30”, que reúne 13 propostas com o objetivo de acelerar a implementação de políticas ambientais e climáticas no país, e fortalecer o protagonismo internacional do Brasil nessa área. O documento foi entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa Lago, ao governador do Pará, Helder Barbalho, e ao secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

“As propostas buscam contribuir para que o Brasil aproveite a COP30 para avançar as políticas ambientais domésticas, reforçar seu protagonismo internacional e se consolidar cono referências em economia sustentável”, afirmou o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto.

As 13 propostas empresariais da Amcham para a COP30 estão divididas em dois eixos principais: Negociações internacionais da COP30, que descreve iniciativas como a destravação de financiamentos privados e o asseguramento a apresentação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs); e políticas domésticas ligadas à COP30, que descreve iniciativas como a regulação do mercado de carbono, a finalização da taxonomia sustentável brasileira, a implementação do Plano Clima e da transição energética.

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img