Boom de IA cria nova geração de bilionários. Conheça as empresas por trás das fortunas

Essa grande onda de entusiasmo também gerou uma nova geração de bilionários.

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O Bloomberg Billionaires Index calculou que, em quatro empresas de IA, 15 fundadores acumularam participações no valor total de US$ 38 bilhões. Esses números devem aumentar com base nas rodadas de financiamento que estão sendo negociadas.

Se essas rodadas se concretizarem, pelo menos outros 14 indivíduos com participações coletivas no valor de US$ 33 bilhões serão adicionados ao grupo, incluindo o Thinking Machines Lab, uma nova startup que, segundo informações, já está buscando uma avaliação de US$ 9 bilhões.

Todas as empresas se recusaram a comentar ou não responderam a uma solicitação de comentário.

O Vale do Silício não é estranho aos ciclos de crescimento no setor de tecnologia, desde a bolha das pontocom até a febre das redes sociais e o surgimento da economia compartilhada. Mas até mesmo os consultores de patrimônio, que viram de perto os altos e baixos, dizem que a velocidade da revolução da IA — desde a ideia de uma startup até a atração de mega-apoiadores e avaliações de bilhões de dólares — se destaca.

— A velocidade é diferente. Isso aconteceu, não quero dizer da noite para o dia, mas aconteceu muito rapidamente — disse Rick Gordon, diretor-administrativo sênior da Citizens Private Wealth.

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No entanto, rachaduras podem começar a aparecer. A CoreWeave, uma antiga empresa de mineração de criptomoedas que se transformou em IA, precificou sua oferta pública inicial com uma avaliação de US$ 23 bilhões na noite de quinta-feira, bem abaixo dos mais de US$ 35 bilhões que buscava. Esse preço fará com que seus três fundadores se tornem bilionários.

Para quantificar a riqueza vertiginosa, a Bloomberg usou uma combinação de dados da PitchBook e da Bloomberg para calcular a participação dos investidores e deduziu uma reserva padrão de ações para funcionários com base nos dados da Carta, a fim de determinar as participações dos fundadores.

Esse valor foi dividido pelo número de fundadores para determinar o valor médio de suas participações. Em muitas empresas, a divisão não é igual.

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Vale ressaltar que a maior parte do dinheiro ainda está no papel e muitas dessas empresas poderiam se tornar nulas da noite para o dia. O status delas como empresas privadas – ou startups inseridas em organizações sem fins lucrativos, no caso da OpenAI – tornou muitas fortunas opacas demais para serem calculadas.

Em outros casos, como a startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek, a empresa pode valer de US$ 1 bilhão a mais de US$ 150 bilhões, tornando seu fundador um mero bilionário ou uma das pessoas mais ricas do mundo.

Confira algumas empresas que estão criando a próxima onda de fundadores bilionários:

• Ano de fundação: 2022
• Valoração: US$ 10 bilhões (não fechado)
• Fundadores: Michael Truell, Sualeh Asif, Arvid Lunnemark, Aman Sanger
• Valor médio da participação dos fundadores: US$ 1,3 bilhão
• Investidores notáveis: Andreessen Horowitz, Benchmark, Thrive Capital

Conhecida por sua ferramenta de codificação com IA, Cursor, os quatro fundadores da Anysphere se conheceram como amigos no MIT. A startup superou US$ 100 milhões em ARR (Receita Anual Recorrente) em apenas 12 meses, tornando-se uma das startups de crescimento mais rápido de todos os tempos.

Ela foi avaliada em US$ 2,5 bilhões em uma rodada anunciada em janeiro, mas, segundo o Bloomberg, está em conversações para uma nova rodada de financiamento que poderia aumentar sua avaliação para US$ 10 bilhões.

• Ano de fundação: 2021
• Valoração: US$ 61,5 bilhões em março de 2025
• Fundadores: Dario Amodei, Daniela Amodei, Tom Brown, Jack Clark, Jared Kaplan, Sam McCandlish, Christopher Olah
• Valor médio da participação dos fundadores: US$ 1,3 bilhão
• Investidores notáveis: Lightspeed Venture Partners, Menlo Ventures, Google, Amazon

A Anthropic foi criada em 2021 por uma equipe de ex-funcionários da OpenAI, liderada pelos irmãos Dario e Daniela Amodei. A empresa, conhecida por seu chatbot Claude, emergiu rapidamente como um dos maiores players com uma taxa de execução de receita anual de cerca de US$ 1 bilhão no final do ano passado, informou a Bloomberg.

A startup sediada em São Francisco levantou US$ 3,5 bilhões em financiamento com uma avaliação de US$ 61,5 bilhões no início de março, transformando seus sete fundadores em bilionários.

• Ano de fundação: 2017
• Valoração: US$ 23 bilhões (em março de 2025)
• Fundadores: Michael Intrator, Brian Venturo, Brannin McBee
• Valor médio da participação dos fundadores: US$1,7 bilhão
• Investidores notáveis: Nvidia, Coatue Management, Jane Street, OpenAI

Em 2017, três ex-traders de commodities apostaram e iniciaram um negócio de mineração de criptografia. Depois que os mercados de criptografia entraram em colapso dois anos depois, eles se voltaram para a IA e começaram a alugar as GPUs que haviam comprado para grandes desenvolvedores de modelos de linguagem.

O momento não poderia ter sido melhor: A CoreWeave – ainda liderada pelos cofundadores Michael Intrator, Brian Venturo e Brannin McBee – começou a ser negociada na Nasdaq na sexta-feira com uma avaliação de US$ 23 bilhões, a maior IPO de tecnologia dos EUA desde 2023.

A participação do membro do conselho Jack Cogen também está se aproximando de US$ 1 bilhão. A empresa, que opera 32 centros de dados nos EUA e na Europa, é um importante fornecedor de computação para a Microsoft e possui mais de 250.000 GPUs.

“Quando se trata da infraestrutura física necessária para realmente construir e impulsionar o poder de computação (de IA), há um número relativamente pequeno de empresas que têm a capacidade de aumentar a escala e fornecer”, disse Intrator à Bloomberg em junho passado. “A CoreWeave é, felizmente, uma delas.”

• Ano de fundação: 2022
• Valoração: US$ 39,5 bilhões (não fechada)
• Fundador: Brett Adcock
• Valor médio da participação do fundador: US$ 16,6 bilhões
• Investidores notáveis: Microsoft, OpenAI, Nvidia, Jeff Bezos

O objetivo da Figure AI é construir humanoides habilitados para IA que “causarão um impacto positivo na humanidade e criarão uma vida melhor para as gerações futuras”, de acordo com o plano mestre publicado pelo fundador Brett Adcock. A empresa disse que os robôs poderiam realizar trabalhos perigosos e ajudar a aliviar a escassez de mão de obra.

Adcock também fundou a Vettery, um mercado de pessoal que foi vendido por mais de US$ 100 milhões em 2016, e a Archer Aviation, desenvolvedora de uma aeronave elétrica que se tornou pública em 2021.

A Figure está em negociações com investidores, incluindo a Align Ventures e a Parkway Venture Capital, para levantar US$ 1,5 bilhão em uma avaliação de US$ 39,5 bilhões.

• Ano de fundação: 2022
• Valoração: US$ 18 bilhões (Não fechada)
• Founders: Aravind Srinivas, Johnny Ho, Andy Konwinski, Denis Yarats
• Valor médio de participação dos fundadores: US$ 1,1 bilhão
• Investidores notáveis: Nvidia, Jeff Bezos, SoftBank, Databricks, Yann LeCun

O CEO Aravind Srinivas, que passou um ano como cientista na OpenAI, juntou-se ao operador de mercado Johnny Ho, ao cofundador da Databricks, Andy Konwinski, e ao pesquisador de IA do Facebook Denis Yarats para fundar a Perplexity em 2022, apresentando a plataforma como uma ferramenta de pesquisa com tecnologia de IA projetada para competir com o Google.

A startup atraiu investimentos iniciais da Nvidia e do cientista-chefe de IA da Meta, Yann LeCun. Em 2024, veículos de notícias como o New York Times e a Forbes acusaram a Perplexity de usar seu conteúdo sem permissão; um processo movido pela editora do Wall Street Journal ainda está em andamento.

Em outubro, a Perplexity estava recebendo mais de 100 milhões de consultas de pesquisa semanais. “Ninguém jamais teve um produto de pesquisa explícita com esse nível de área de superfície que possa realmente fazer com que o Google o trate como um concorrente genuíno”, disse Srinivas à Bloomberg este mês.

• Ano de fundação: 2024
• Valoração: US$ 32 bilhões (em fevereiro de 2025)
• Fundadores: Ilya Sutskever, Daniel Gross, Daniel Levy
• Valor médio de participação dos fundadores: US$ 6,7 bilhões
• Investidores notáveis: GV (formerly Google Ventures), Andreessen Horowitz, DST Global, Sequoia Capital

O israelense-canadense Ilya Sutskever foi cientista-chefe da OpenAI antes de sair em maio, após uma disputa com o fundador Sam Altman sobre o compromisso da empresa em reduzir os possíveis riscos da IA. Um mês depois, ele anunciou seu mais recente empreendimento, a Safe SuperIntelligence, com os cofundadores Daniel Levy, outro veterano da OpenAI, e Daniel Gross, ex-líder e investidor de IA da Apple.

A Safe SuperIntelligence não está gerando receita e não planeja vender produtos de IA no futuro próximo, com Sutskever dizendo à Bloomberg em junho que “seu primeiro produto será a superinteligência segura e não fará mais nada até lá”.

• Ano de fundação: 2016
• Valoração: US$ 14 bilhões (em maio de 2024)
• Fundadores: Alexandr Wang, Lucy Guo
• Valor médio de participação dos fundadores: US$ 1,7 bilhão
• Investidores notáveis: Accel, Index Ventures, Nvidia e Combinator

Alexandr Wang fundou a Scale AI com Lucy Guo quando tinha 19 anos. A startup ajuda a rotular e preparar dados para que possam ser usados para treinar modelos de aprendizado de máquina e conta com a OpenAI, Meta, Microsoft e agências governamentais dos EUA entre seus clientes.

Guo deixou a empresa logo após sua fundação e detém uma participação minoritária de cerca de 5%, enquanto Wang possui cerca de 19%, ou uma participação no valor de US$ 2,7 bilhões, de acordo com os cálculos da Bloomberg.

• Ano de fundação: 2025
• Valoração: US$ 9 bilhões (Não fechada)
• Fundadores: Mira Murati, Barret Zoph, John Schulman, Lilian Weng and Andrew Tulloch estão entre as mais de 30 pessoas listadas como a “equipe fundadora”.
• Valor médio de participação dos fundadores: US$ 1,4 bilhão
• Investidores notáveis: Nenhum relatado até o momento

Depois de mais de seis anos na OpenAI, Mira Murati anunciou que estava deixando seu cargo de CTO em setembro e recrutou dezenas de pesquisadores — incluindo o cocriador do ChatGPT, Barret Zoph, e o cofundador da OpenAI, John Schulman — para a equipe fundadora do Thinking Machines Lab, que saiu da clandestinidade em fevereiro.

A empresa sediada em São Francisco, que ainda não tem um produto e não informou oficialmente ter levantado dinheiro de investidores externos, diz que pretende se concentrar na “colaboração entre humanos e IA”. No mês passado, o Business Insider informou que a Thinking Machines Lab pretendia levantar US$ 1 bilhão em uma avaliação de US$ 9 bilhões, citando pessoas familiarizadas com o assunto.