01/04/2025 – 17:06
A demissão de até 10 mil trabalhadores das principais agências de saúde dos Estados Unidos teve início nesta terça-feira (1º), em meio à grande reestruturação do governo federal ordenada pelo presidente Donald Trump.
A essas demissões se soma outro corte de 10 mil empregados do setor como parte do programa de demissões voluntárias e aposentadorias antecipadas lançado por Trump.
O número de funcionários do Departamento de Saúde e de suas agências vai passar de 82.000 para 62.000, segundo o governo. A economia estimada será de US$ 1,8 bilhão (R$ 10,2 bilhões) por ano. O orçamento do Departamento de Saúde e Serviços Humanos é de US$ 1,8 trilhão.
O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., declarou na semana passada que as demissões fazem parte de uma reforma maior em seu departamento, com o objetivo de voltar os esforços para a prevenção de doenças crônicas.
As demissões afetam o Departamento de Saúde e as agências federais responsáveis pela aprovação de medicamentos (FDA), resposta a epidemias (CDC) e condução de pesquisas médicas (NIH).
De acordo com fotos e relatos publicados nas redes sociais, os funcionários souberam que estavam dispensados na manhã desta terça por e-mail ou quando seus crachás não funcionaram ao chegarem ao trabalho.
Segundo a imprensa americana, vários funcionários do alto escalão dessas agências receberam ofertas de transferência para locais isolados do Alasca ou Oklahoma. Entre eles, Jeanne Marrazzo, que havia substituído Anthony Fauci – homem-chave durante a pandemia – como responsável por um dos ramos do NIH.
“A FDA, tal como a conhecíamos, acabou, pois a maioria dos líderes com conhecimento institucional e uma compreensão profunda do desenvolvimento e segurança de produtos já não está empregada”, disse Robert Califf, ex-comissário da agência durante os governos de Barack Obama e Joe Biden.
A medida ocorre em meio ao pior surto de sarampo em anos nos Estados Unidos e a temores crescentes de que a gripe aviária possa provocar a próxima pandemia humana.
Kennedy alarmou os especialistas em saúde com sua retórica que minimiza a importância das vacinas, e até mesmo sugeriu que a gripe aviária se espalhe livremente entre as aves de criação nos Estados Unidos.