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terça-feira, abril 29, 2025

Argentina: Em pronunciamento, Milei celebra novo acordo com FMI e promete “era dourada”

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Acompanhado por seu gabinete, o presidente da Argentina, Javier Milei, fez um pronunciamento em cadeia nacional no qual celebrou o novo pacto selado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que consiste em um desembolso de US$ 20 bilhões para recapitalizar o Banco Central e poder avançar com a suspensão do controle cambial a partir de depois de amanhã. O comunicado presidencial ocorreu às 22h30 desta sexta-feira, logo após o organismo de crédito oficializar o novo acordo com um comunicado.

“Rompemos o último elo da corrente que nos prendia. Eliminamos o controle cambial para sempre”, disse Milei em uma mensagem que durou 22 minutos e foi gravada na Casa Rosada.

“Este programa, entre o FMI, Banco Mundial, BID e um Repo do Banco Central, totaliza US$ 32 bilhões, dos quais US$ 19,6 bilhões serão desembolsados imediatamente. Dessa forma, em maio, as reservas brutas do Banco Central estarão em torno de US$ 50 bilhões. Com esse nível de reservas, podemos respaldar todos os pesos existentes em nossa economia, proporcionando mais segurança monetária aos nossos cidadãos”, afirmou o presidente, que prometeu o início de uma “era dourada”.

Ele se referiu à ordem fiscal, cambial e monetária como os três pilares de seu plano de saneamento da macroeconomia. “Damos por concluído o processo de saneamento macroeconômico”, disse, e agradeceu o apoio dos blocos legislativos aliados que o auxiliaram a manter os vetos às leis que o governo considerou que afetavam a meta do déficit, como foi a normativa aprovada pelo Congresso que previa mais fundos para as universidades. “Houve setores que nos apoiaram sem mesquinharias nem condicionamentos, obrigado aos 87 heróis [deputados] que ajudaram a manter o superávit”, afirmou.

Milei se mostrou mais alinhado do que nunca com os Estados Unidos e com o FMI. “Foi um passo necessário para corrigir décadas de horrores econômicos. Fizemos o dever de casa e somos o aluno exemplar. Somos um dos cinco países do mundo que gasta o que arrecada. Nem um peso a mais”, afirmou. E acrescentou: “O programa é inédito para respaldar um plano econômico que já rendeu frutos. Agradeço à presidente do organismo, Kristalina Georgieva”.

No mesmo dia em que a inflação acelerou, com um registro de 3,7% em março, Milei prometeu acabar com a incerteza inflacionária. “Vamos restaurar o patrimônio do Banco Central e acabar com a inflação. Pela primeira vez na história, a Argentina tem suas tarefas em ordem. Não há razão para turbulências infligidas nem sofrer turbulências externas. Caso algo ocorra, sofreremos menos dano e nos recuperaremos em maior velocidade”, afirmou, confiante. Ele estava acompanhado pela secretária da Presidência, Karina Milei, e pelo chefe de Gabinete, Guillermo Francos. Atrás dele, mas dentro do quadro da transmissão, estavam os ministros Luis Caputo (Economia) e Patricia Bullrich (Segurança).

O presidente rejeitou que se trate de uma desvalorização do peso e previu uma etapa de progresso. “São as bases para o crescimento sustentado e a longo prazo. Vamos crescer como nunca antes. Aumentará o investimento e o consumo, e diminuirá o risco país. O ajuste fiscal nos garante um piso de crescimento de 4,5%, ao qual devemos somar as reformas estruturais implementadas no DNU 70, a Lei Bases e as desregulamentações realizadas pelo ministério, que totalizam mais de 1.700 reformas estruturais em curto prazo. Haverá mais investimento direto estrangeiro”, garantiu.

Sem exageros nem acessos de fúria, em uma mensagem sempre no mesmo tom, o presidente se mostrou confiante de que a macroeconomia está agora forte para resistir a qualquer turbulência interna ou externa. “Seremos o país com maior crescimento nos próximos 30 anos. Não será da noite para o dia. Temos o dever de casa feito para mitigar qualquer tipo de volatilidade. A inflação vai colapsar inevitavelmente, apesar das tentativas daqueles que freiam a mudança”, afirmou.

Ele responsabilizou a “lei Guzmán” [do ex-ministro da Economia de Alberto Fernández] pelos recentes surtos inflacionários e pela alta do risco país. “Geraram pânico e incerteza”, reclamou, e apontou para opositores e para a imprensa, embora sem dar nomes próprios. Também falou da recuperação do poder de compra do salário, apesar de as estatísticas advertirem para uma queda, tanto nos salários quanto nas aposentadorias.

“A inflação vai desaparecer porque não haverá pesos sem respaldo”, disse, e prometeu eliminar mais impostos para impulsionar o setor privado, ao qual qualificou como “o trem do crescimento”.

Ele se diferenciou das gestões anteriores, às quais responsabilizou pelo controle cambial. “Durante 15 anos, colocaram um controle no investimento e abriram a torneira da emissão monetária, nós fizemos o contrário. Por todos esses motivos, a recuperação que vimos há meses acelerará e se transformará em um crescimento sustentado. Nessas condições, a Argentina será o país de maior crescimento econômico e, em vez de falar de crescimento a taxas chinesas, será a taxas argentinas”, entusiasmou-se.

“A economia continuará crescendo pela recomposição do estoque das empresas, além disso, a queda da inflação revalorizou o nível de compra de todos os cidadãos, por sua vez, o crédito privado voltou e estamos vendo um boom sustentado de créditos hipotecários há mais de um ano”, ressaltou.

Ele ensaiou, no final, um apelo à unidade ao enumerar todos os partidos políticos. “Se o país crescer, todos nós nos sairemos melhor”, afirmou o presidente.

[Fonte Original]

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