Quanto custaria um iPhone produzido nos EUA por causa de Trump? Veja valores

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A guerra tarifária entre Donald Trump e a China vem ganhando força nas últimas semanas, com aumentos expressivos nas tarifas sobre produtos chineses, especialmente no setor eletroeletrônico. As novas medidas incluem impostos de até 245% sobre itens importados, afetando diretamente empresas como a Apple, que fabrica a maior parte de seus iPhones na China.

O chefe de pesquisa de tecnologia da Wedbush Securities, Dan Ives, disse que um iPhone moderno fabricado nos EUA custaria cerca de US$ 3.500.

Willy Shih, professor de Prática de Gestão na Harvard Business School, destacou que, ao comparar os custos de mão de obra de montagem para um smartphone nos EUA e na China, e levando em consideração as diferenças entre custos logísticos, o preço ao consumidor final ficaria em “algum lugar entre US$ 2.500 e US$ 3.000”.

Mas Shih fez algumas ressalvas. Ele disse que ainda vai levar tempo até a Apple conseguir construir um iPhone nos EUA:

— Somente quando chegarmos a um nível muito mais alto de integração na eletrônica para que a montagem do telefone seja mais fácil de automatizar, e ainda teríamos que importar muitos componentes de alto valor — disse ele à publicação americana.

A “Mashable” lembra que, no ano passado, o banco de investimentos TD Cowen estimou um custo total para fabricar um iPhone 16 Pro Max em US$ 485. Embora a Apple nunca tenha compartilhado a sua estrutura de custos, o valor final tem ainda outras despesas associadas, como pesquisa, desenvolvimento e marketing.

A Counterpoint Research estima que cerca de 80% dos iPhones são produzidos na China, com o restante sendo fabricado em países como Índia e Brasil. A empresa americana trabalha com uma rede de 181 fornecedores, que operam com fábricas instaladas em 29 países. Muitos produzem componentes em mais de um território.

Em 2019, durante o primeiro mandato de Trump, a Apple iniciou a produção do Mac Pro no Texas e teria enfrentado problemas, como a dificuldade de produzir uma quantidade suficiente de um tipo específico de parafuso para o notebook.

— As principais questões são, obviamente, o custo da mão de obra e, claro, o fornecimento de componentes, muitos dos quais nunca foram feitos nos EUA — disse Shih.