A Tether, emissora do USDT, a maior stablecoin do mundo, anunciou oficialmente a expansão de suas atividades para o Brasil e está contratando um gerente de expansão focado exclusivamente no país.
Segundo a empresa, o Gerente de Expansão desempenhará um papel fundamental na identificação e execução de novas oportunidades de negócios, no estabelecimento de parcerias estratégicas e na condução de cenários regulatórios.
“Essa função exige estreita colaboração com as equipes internas para desenvolver e implementar estratégias de entrada no mercado no Brasil e em toda a região. Esta é uma excelente oportunidade para um profissional apaixonado que acredita em inclusão financeira, moedas digitais e na inovação no ecossistema financeiro da América Latina” disse a empresa.
Atualmente, segundo dados do Banco Central do Brasil, 90% do mercado de criptomoedas no Brasil é dominado por stablecoins, com o USDT dominando mais de 80% deste mercado. Em uma declaração ao Cointelegraph, o CEO da Tether, Paolo Ardoino, disse que à medida que mais pessoas em todo o Brasil buscam estabilidade e inclusão financeira, a popularidade do Tether está crescendo.
“A Tether visa expandir seu alcance e ajudar a criar um futuro melhor para os cidadãos latino-americanos, oferecendo acesso a fontes alternativas de financiamento. O USD oferece taxas mais baixas, transações mais rápidas e serve como método de pagamento. Essa inovação tem o potencial de atender às restrições de financiamento em países que enfrentam taxas de juros mais altas, marcando um desenvolvimento significativo no financiamento brasileiro e global”, disse.
Tether e o Brasil
Ardoino revelou ainda que há um potencial imenso do Brasil no mercado de criptomoedas e, por conta disso, a empresa planeja aumentar as parcerias locais para expandir o USDT no Brasil.
“Há um potencial imenso no mercado brasileiro devido ao seu tamanho, dinâmica econômica e interesse crescente em criptomoedas. Em 2024, focaremos em parcerias, engajamento local e garantindo que nossos serviços sejam adaptados para atender às necessidades específicas do mercado. Estamos animados com as oportunidades que se apresentam no Brasil”, disse.
Além disso, ele criticou as novas regras propostas pelo Banco Central do Brasil para stablecoins (Consulta Pública 111) e alertou sobre os riscos de restrições excessivas.
“É muito melhor para o país trabalhar com o povo e garantir a liberdade de escolha”, afirmou.
As novas regulamentações do Banco Central brasileiro foram comparadas às regras da União Europeia sob o MiCA (Markets in Crypto-Assets), que impõem exigências rígidas aos emissores de stablecoins. Ardoino destacou que essas medidas podem prejudicar a economia ao forçar o dinheiro para fora do sistema regulado.
“Se o governo tentar ter controle total sobre o dinheiro das pessoas, elas vão buscar alternativas”, alertou.
Outro ponto de preocupação levantado pelo CEO da Tether é a restrição de transferências de stablecoins para carteiras como externas, como o Metamask. “Isso limita a autonomia dos usuários e pode incentivar uma economia paralela, algo muito prejudicial”, argumentou. Ele citou o caso da Itália, onde a alta regulação resultou em um grande mercado informal.