19.5 C
Brasília
domingo, abril 27, 2025

Inspiração em Nietzsche e semelhança com fotografia: conheça a obra furtada por ex-CEO da Hurb

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

O quadro furtado por João Mendes nesta sexta (25) é da artista Claudia Melli e faz parte da série “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”, exposta em 2015. O título da mostra é uma homenagem ao filósofo Friedrich Nietzsche, autor da frase que batiza o trabalho, e os quadros se baseiam nos movimentos da coreógrafa Pina Bausch.

Em 2015, a mostra passou por Rio e por São Paulo. A exposição trazia uma instalação de 26 metros, com 37 peças de tamanhos variados, em sequência. Apesar de parecerem fotos, as obras são pinturas de nanquim sobre vidro, uma marca da artista, que se formou na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, no Rio.

No texto que fazia a apresentação da série, em 2015, o pesquisador Jorge Emanuel Espinho escreveu que os quadros, em sequência, formavam um “fio de movimento simultaneamente condutor e libertário, sequencial e improvisado, de uma dança em que o bailarino se repete e avança, mas em que jamais é o mesmo, pois vibra, varia e muda, sempre na inconstância transformadora e livre do momento presente”.

Segundo a própria artista “A linguagem do corpo ultrapassa barreiras de língua e de cultura. É a fala mais potente e honesta que se pode ter. E dançar, é como ter asas.”

A frase de Nietzche que batiza a mostra é interpretada como um argumento de que a arte, em especial a dança, é muitas vezes incompreendida e até ridicularizada por quem não aprecia a sua beleza. Em 2012, a artista deu entrevista ao GLOBO e falou sobre seu estilo artístico.

— Não uso a fotografia como base em si, nem tiro fotos para depois desenhá-las — responde Claudia à pergunta mais óbvia diante dos desenhos. — Trabalho com uma memória do lugar, uma lembrança e uma ideia que tenho, vinda muito, claro, de fotos e cenas de mar. Meu trabalho tem bastante a ver com a fotografia de cinema também.

A Polícia Civil prendeu em flagrante um empresário, por furtar obras de arte em um hotel de luxo e em um shopping center na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. João Ricardo Mendes é fundador do Hotel Urbano —que depois de tornou Hurb. Ele foi encontrado com esculturas e quadros avaliados em cerca de R$ 23 mil em uma cobertura no mesmo bairro, mas uma peça de R$ 17 mil ainda não foi localizada. A defesa do empresário não se manifestou até o momento.

João Ricardo Mendes era, até 2023, CEO da Hurb, antigo Hotel Urbano, agência de viagens digital que teve seu cadastro cancelado pelo Ministério do Turismo e seu site oficial retirado do ar por decisão judicial nesta semana. As medidas foram tomadas em razão de constantes queixas de clientes sobre descumprimento de contratos vendidos.

A Polícia Civil foi acionada após dois registros de furto de obras de arte na Barra da Tijuca: um feito por um hotel de luxo e outro por um escritório de arquitetura localizado em um shopping center. Após analisar imagens de segurança das empresas vitimadas, foi constatado que o autor dos crimes era o mesmo, usando a mesma motocicleta: João Ricardo Mendes.

Com a identificação, equipes da 16ª DP (Barra da Tijuca) foram até a residência do empresário, situada em um condomínio de luxo, e o flagraram tentando fugir. Ele foi localizado no terraço do apartamento.

— Ele admitiu que furtou as obras de arte porque estavam lhe devendo. No entanto, não disse quem seria o suposto devedor — disse o titular da 16ª DP, Neilson Nogueira.

No interior da casa, foram encontradas três esculturas de cerâmica e um dos quadros roubados, avaliados em cerca de R$ 23 mil. As obras de arte já foram devolvidas aos donos. Outro quadro furtado, avaliado em R$ 17 mil, porém, ainda não foi recuperado.

João Ricardo Mendes foi autuado em flagrante pelo crime de furto e encaminhado para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), onde permanecerá à disposição da Justiça. Os policiais também apreenderam a motocicleta utilizada por eles nas duas ações criminosas, que estava sem placa de identificação.

Quem é João Ricardo Mendes

Fundador do Hotel Urbano, que mais tarde se transformou no Hurb, João Ricardo Mendes criou a empresa em 2011 ao lado do irmão, em meio a um boom do setor de turismo impulsionado pelas compras coletivas. Antes disso, iniciou sua trajetória no empreendedorismo aos 18 anos, com uma barraca de bebidas na praia do Pepê, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

João Ricardo Mendes, CEO do Hurb — Foto: Reprodução/Instagram

Em 2023, Mendes renunciou ao cargo de CEO do Hurb após uma série de polêmicas envolvendo interações inadequadas com clientes. Ele foi flagrado fazendo ameaças e proferindo xingamentos em grupos de WhatsApp, chamando consumidores de “retardado” e “bundão”.

Apesar de ter deixado o cargo, Mendes continuou exercendo influência sobre a empresa, incluindo a decisão de demitir 200 funcionários em 2025. No mesmo ano, declarou que priorizaria reembolsos para clientes que falassem bem da marca. Até meados deste mês, o Hurb acumulava mais de 34 mil processos judiciais no Rio de Janeiro.

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img