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segunda-feira, abril 28, 2025

Mercado muda o foco para crescimento global após bom início de emergentes

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Investidores de mercados emergentes estão mudando a sua atenção para o caminho da economia global e o dólar americano após os ativos do mundo emergente anotarem ganhos inesperados no começo do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O tumulto dos 100 primeiros dias de Trump reverberaram nos mercados financeiros, levando o dólar ao menor patamar em três anos e prejudicando portfólios de ações e títulos de renda fixa americanos. Mercados emergentes, por outro lado, floresceram largamente com os rendimentos de títulos em moeda local saltando, um indicador de ações superando com folga o índice S&P 500 e um índice de moedas registrando seu melhor desempenho desde 2017.

Agora, à medida que o dólar patina com o medo de que o Estados Unidos caminham para uma desaceleração, investidores dizem que a perspectiva para ativos de mercados emergentes depende de quanto sofrimento econômico a guerra comercial de Trump causará.

Essas questões dominaram as salas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial na semana passada enquanto autoridades de governos e investidores se encontraram para as reuniões anuais dos órgãos. O FMI cortou a sua projeção para o crescimento do PIB global em 2025, de 3,3% que previa em janeiro para 2,8%, citando a potencial impacto das tarifas de Trump.

Mercados estrangeiros se beneficiariam de uma economia americana mais fraca, mas há um balanço fino a se considerar, diz Luis Estrada, estrategista da RBC Capital Markets em Toronto.

“O ponto ideal para os emergentes é uma desaceleração dos Estados Unidos, mas sem recessão”, disse Estrada em um intervalo entre as reuniões do FMI. “É certo que nós teremos um dólar mais fraco, e as pessoas vão diversificar os seus portfólios para fora de ativos denominados em dólar”.

Uma medida de ações do mundo emergente já subiu 3,2% desde que Trump foi empossado em 20 de janeiro, em comparação com uma queda de 7,5% do índice S&P 500, com um rali de ações na América Latina, África do Sul e Índia. A maioria das moedas emergentes ganharam no período, ante uma queda de 7% do dólar.

“Os mercados emergentes provaram recentemente que podem navegar em um cenário mais desafiador”, avalia Pierre-Yves Bareau, chefe de dívida de mercados emergentes da JPMorgan Asset Management em Londres, que favorece os títulos em moeda local, que subiram 3,5% em 2025, anotando os melhores quatro meses iniciais de um ano desde 2019.

Para alguns, o desempenho superior trouxe a esperança de que as nações em desenvolvimento possam recuperar pelo menos parte dos US$ 211 bilhões que os investidores retiraram da classe de ativos desde 2022, incluindo cerca de US$ 30 bilhões este ano.

“Os mercados emergentes têm potencial para continuar a apresentar desempenho superior, e talvez isso resulte em níveis mais altos de fluxos direcionados a eles”, diz Jeff Shultz, economista do BNP Paribas. “Mas isso realmente depende do que acontecer nos próximos meses.”

De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada pelo J.P. Morgan Chase durante as reuniões do FMI, os investidores, em geral, esperam que o dólar se enfraqueça ainda mais até o final de 2025, escreveu Joyce Chang, chefe de pesquisa da empresa, em uma nota.

“O ruído de um dólar americano mais fraco está ganhando mais força”, ressalta Gorky Urquieta, gerente de portfólio da Neuberger Berman.

Isso levou os gerentes de riquezas a buscarem ativos sensíveis à fraqueza do dólar ou a países em que o governo possa conseguir fechar um acordo comercial com Trump.

“Estamos aproveitando o momento, com posições leves e táticas”, diz Alejandro Cuadrado, chefe global de câmbio do BBVA, que dá preferência ao real brasileiro, ao peso mexicano e ao sol peruano.

Outros estão apostando que, se os EUA evitarem uma desaceleração drástica enquanto persistir um dólar mais fraco, os bancos centrais dos mercados emergentes poderão cortar as taxas de juros e estimular o crescimento. Os custos mais baixos dos empréstimos aumentarão o apetite por títulos e ações nacionais, escrevem os estrategistas do Goldman Sachs, liderados por Kamaksha Trivedi, em um relatório publicado na quinta-feira. A empresa recomenda preparar-se para cortes de juros na Ásia, Chile e República Tcheca, que tendem a ser mais resistentes durante episódios de volatilidade global.

Malcolm Dorson, gerente sênior de portfólio da Global X Management Company, em Nova York, avalia que países como Índia, Argentina e Vietnã poderiam ganhar com os acordos comerciais com os EUA. “Os mercados emergentes se destacam como os maiores beneficiários de um dólar americano mais fraco”, diz ele.

[Fonte Original]

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