Os mercados globais operam em alta nesta quinta-feira, impulsionados por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um acordo comercial “completo e abrangente” com o Reino Unido. Segundo o republicano, os detalhes da negociação serão revelados em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, às 11h.
“Este será um dia muito importante e emocionante para os Estados Unidos da América e o Reino Unido”, afirmou Trump. Em seguida, ele escreveu que o acordo deverá consolidar o relacionamento entre os países por muitos anos, além de afirmar que “muitos outros acordos” estão em andamento. Vale lembrar que um encontro entre representantes de Washington e Pequim será realizado neste sábado, em Genebra, na Suíça.
Por volta das 8h, o futuro do S&P 500 avançava 1,04% e do Nasdaq 1,37%. Já o DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, subia 0,41%, aos 100.02 pontos.
O anúncio ocorre um dia após o Federal Reserve (Fed) manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50%. Na ocasião, o presidente do banco central, Jerome Powell, fez um discurso lido como mais “hawkish” (inclinado ao aperto monetário) por agentes financeiros, mas ressaltou a resiliência da economia americana, o que ajudou a afastar, ao menos por ora, temores de uma recessão.
Ainda na agenda externa, o Banco da Inglaterra (BoE, banco central) cortou as taxas de juros de 4,5% para 4,25%. Já os Estados Unidos divulgam ainda nesta manhã os números de novos pedidos de seguro-desemprego.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu os juros em 0,5 ponto percentual, a 14,75%, atingindo o maior nível da Selic desde agosto de 2006. O comitê deixou os próximos passos em aberto devido à elevada incerteza no exterior, renunciando ao “forward guidance” (prescrição futura), e destacou que o momento exige “cautela adicional” e “flexibilidade” na análise dos dados e seus efeitos sobre a inflação.
Ao Valor, Andrei Spacov, economista-chefe da Exploritas, afirmou que o comunicado sugere que a autoridade monetária pode ter realizado a última alta da taxa Selic deste ciclo. Já a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, defende que o BC deixou a porta aberta para “observar e fazer” uma alta de 0,25 ponto percentual, se necessário, embora não tenha indicado um novo ajuste.