As negociações de futuros de Bitcoin ajudaram a B3 a lucrar mais de R$ 1,1 bilhão apenas nos 3 primeiros meses de 2025. Segundo informações da Bolsa, o valor representa uma alta de 16,5% em comparação com o mesmo período em 2024. A receita total da empresa chegou a R$ 2,7 bilhões, refletindo um crescimento de 7,7% no comparativo anual.
Além disso, segundo a B3, no período os contratos futuros de Bitcoin tiveram um volume médio diário negociado (ADV) de 243 mil contratos, um aumento de 17,9% em relação ao último trimestre de 2024. Somente esta atividade gerou uma receita de R$ 47 milhões para a B3, consolidando o ativo digital como uma importante fonte de receita para a bolsa.
Segundo André Veiga Milanez, diretor-executivo financeiro da B3, a nova apresentação dos resultados reflete a capacidade da bolsa de integrar mercados tradicionais e soluções tecnológicas.
“Nosso objetivo é fortalecer o core business enquanto aproveitamos oportunidades em novos mercados”, afirmou Milanez
No entanto, para os próximos meses, a expectativa é que o mercado de criptomoedas impacte ainda mais os resultados da B3 já que a bolsa conseguiu aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançar contratos futuros de Ethereum e Solana.
A expectativa é que os produtos sejam disponibilizados ao mercado no dia 16 de junho. Os contratos Futuros de Ethereum e Solana terão a cotação em dólares americanos. Os novos contratos futuros serão referenciados pelos índices Nasdaq Ether Reference Price e Nasdaq Solana Reference Price, respectivamente.
O contrato de Ethereum terá um tamanho de 0,25 Ether, enquanto o tamanho do contrato de Solana é de 5 SOL. Os resultados financeiros das negociações ocorrem sobre a variação dos preços das criptomoedas. Os vencimentos dos novos derivativos ocorrem na última sexta-feira de cada mês.
B3, blockchain e criptomoedas
Embora as negociações de contratos futuros de Bitcoin seja relativamente recente dentro da bolsa brasileira, a instituição iniciou sua atuação no setor ainda em 2017 quando iniciou testes com a tecnologia blockchain através do projeto Fingerprint, em parceria com instituições como Bradesco, Itaú e o consórcio R3.
Na época, o objetivo era explorar o uso de identidades digitais em blockchain, visando maior segurança e eficiência nos processos de autenticação.
Após este período, em 2021 a empresa listou o primeiro ETF de criptomoedas da América Latina, o HASH11, desenvolvido pela Hashdex em parceria com a Nasdaq. O fundo oferece exposição a uma cesta diversificada de criptoativos, incluindo Bitcoin e Ethereum.
Ainda em 2021, a B3 realizou a maior aquisição de sua história ao comprar a Neoway, empresa especializada em análise de dados e inteligência artificial, por R$ 1,8 bilhão. Essa aquisição visou fortalecer a atuação da B3 em segmentos da economia digital, incluindo o mercado de criptomoedas e a tokenização de ativos.
A bolsa também já vem atuando no mercado de tokens RWA e em junho de 2023, a B3 lançou uma plataforma para emissão, registro e negociação de ativos tokenizados, utilizando a tecnologia blockchain. A iniciativa teve início com a tokenização de debêntures, que foram emitidas e transferidas para carteiras digitais de instituições financeiras.
Além disso, a B3 também estabeleceu parcerias estratégicas para ampliar sua atuação no mercado de ativos digitais. Em 2024, firmou colaboração com a BlackRock para o lançamento do ETF IBIT39, oferecendo aos investidores brasileiros exposição ao Bitcoin por meio de um BDR de ETF.