Xiaomi Redmi Note 14 5G Review: Vale a pena comprar?

O Redmi Note 14 5G é praticamente o mesmo celular do modelo 4G, mas custa mais caro. Será que compensa pagar mais por tão pouco? Quem leu ao review do Redmi Note 14 4G vai perceber muitas semelhanças neste aqui — e não é por acaso. Os dois modelos são praticamente o mesmo smartphone, com diferenças pontuais: o processador com 5G, a inclusão de uma câmera ultrawide e uma bateria um pouco menor. Mesmo assim, a Xiaomi lançou esse modelo por um preço alto demais, e vou explicar melhor isso no final deste vídeo.

Mas antes de falar de preço, a pergunta que realmente importa é: vale a pena comprar o Redmi Note 14 5G ou é melhor investir em um Samsung ou Motorola? Vamos por partes.

Xiaomi Redmi Note 14 5G Review

Construção Externa e Design

Visualmente, a principal mudança está na traseira. Agora, a Xiaomi posicionou o módulo de câmeras em um bloco de acrílico elevado, o que dividiu opiniões. Pessoalmente, achei o design mais bonito do que o do Note 13. Ainda assim, é idêntico ao Note 14 4G, sem nenhuma diferença visual entre os dois modelos.

Fora esse detalhe, a construção continua basicamente a mesma. O celular é inteiramente feito em plástico, o que não é ruim, já que o polímero que a Xiaomi usa é bem resistente e não deixa marcas de dedo.

Nas laterais e extremidades, temos os seguintes destaques:

Na parte de cima, uma entrada P2 para fones de ouvido com fio — algo raro em 2025 —, além de microfone, emissor infravermelho e um speaker auxiliar.

Na direita, ficam os botões de volume e o botão liga/desliga.

O sensor de digitais agora está sob a tela, e funciona muito bem — foi rápido e preciso em todos os testes.

A lateral esquerda é limpa, sem botões.

Já na parte de baixo, temos a gaveta de chips, outro microfone e o alto-falante principal. O Note 14 5G aceita dois chips nano SIM ou um chip + cartão microSD, mas não tem suporte a eSIM.

A Xiaomi também mantém dois diferenciais interessantes: o aparelho já vem com película aplicada de fábrica (embora arranhe fácil) e uma capinha de silicone na caixa.

Por fim, ele tem certificação IP54, que protege contra poeira e respingos leves de água. A Xiaomi só trouxe resistência à submersão nos modelos mais caros, como o Note 14 Pro e Pro Plus. Enquanto isso, concorrentes diretos como o Moto G75 e Galaxy A35 já oferecem IP67, com proteção real contra água e poeira.

Câmeras

Câmera ainda é um ponto sensível nesses intermediários de entrada, e aqui temos um conjunto triplo:

• Sensor principal de 108MP
  
• Câmera ultrawide de 8MP
  
• Sensor de profundidade de 2MP

Esse sensor de profundidade continua parecendo inútil, já que a câmera ultrawide poderia dar conta do recado em modo retrato. Mas marcas continuam apostando na ideia de “mais câmeras = melhor”.

A câmera frontal tem 20MP e é boa para redes sociais, com nível de nitidez satisfatório.

Gravação de vídeo fica limitada a Full HD a 30 FPS. Nada de 4K ou 60 FPS — o que é um ponto fraco diante de rivais que já gravam em resoluções maiores.

Começando pelos testes noturnos, notei um tom amarelado exagerado nas fotos. A nitidez decepciona, especialmente vindo de um sensor de 108MP. Para comparação, mostro ao lado imagens feitas com o Galaxy A55, que entrega resultados muito superiores nesse cenário.

Durante o dia, a história melhora. O balanço de branco está mais equilibrado, as cores são fiéis e a nitidez é boa. Em condições ideais de luz, o Redmi Note 14 5G se sai bem — o que já é esperado até de celulares mais simples atualmente.

Em ambientes internos, a câmera apresenta contraste alto e tons escuros mais marcados, algo que também notei no Xiaomi 14T. Esse estilo visual pode agradar quem prefere fotos mais dramáticas, mas pode incomodar quem busca clareza e iluminação suave.

No geral, as câmeras entregam o que se espera de um aparelho nessa faixa de R$ 1300 a R$ 1500 — nada surpreendente, mas funcional para o dia a dia.

Tela

A tela é, como sempre, um ponto forte nos celulares da Xiaomi. Aqui temos um painel AMOLED de 6,67 polegadas, com resolução Full HD+, taxa de atualização de 120Hz e brilho máximo de 1800 nits.

Eu já estou avaliando essa mesma tela da Xiaomi há um tempo, e, felizmente, ela continua linda como sempre. A marca foi pioneira em trazer celulares baratos com tela AMOLED aqui no Brasil. A principal diferença da tela AMOLED presente no Note 14 para as antigas telas LCD é que o AMOLED consegue regular o brilho de cada pixel individualmente – não precisa de um backlight iluminando a tela inteira do celular. O resultado é que os contrastes são muito superiores e os ângulos de visão também.

Infelizmente a tela não tem suporte a vídeos em HDR, o que é uma pena, já que, com 2100 nits de brilho máximo, ela tem ampla capacidade de reproduzir conteúdo nesse formato. Eu não consegui ativar o HDR no YouTube e nem no Prime Video, mas honestamente, não é algo que vá fazer diferença, já que são poucos os vídeos filmes e vídeos que suportam o alto alcance dinâmico.

Quanto à taxa de atualização, temos impressionantes 120Hz. Não é uma “frequência adaptável”, daquelas que caem para 1Hz quando a tela está parada, essa aqui fica, no mínimo, em 60Hz. Mesmo assim, já ajuda a economizar bateria quando você está assistindo vídeos no celular, por exemplo. A Xiaomi sempre manda bem nas telas, e essa do Note 14 5G é excelente.

Hardware e Desempenho

O Redmi Note 14 5G vem com:

• Processador Dimensity 7025-Ultra (6nm)
  
• 8GB de RAM
  
• 128GB ou 256GB de armazenamento

Nas especificações, esse celular está disponível com 8GB de memória RAM, 128GB ou 256GB de armazenamento. A Xiaomi me emprestou a versão mais top, mas eu recomendo você a comprar o modelo barato mesmo, com 8GB de RAM e 256GB de armazenamento.

De acordo com os testes que eu fiz, não existe diferença significativa de performance de um smartphone de entrada com 6GB para 8GB de memória RAM, já que o que segura o desempenho desses celulares mais baratos não é a memória, e sim, o processador.

O Note 14 5G vem com o chip Dimensity 7025-Ultra, não espere um smartphone de alta potência e capacidade, em contrapartida em momento algum o smartphone passou por lentidão, travamentos ou congelar a tela. Os 8GB são ótimos para manter aplicativos abertos enquanto faz outras coisas. Em 2025 o celular precisa ser muito ruim para travar, não é o caso do Note 14 5G.

Jogos

Jogar no Redmi Note 14 5G é uma experiência básica e limitada, voltada para quem busca desempenho estável em títulos leves ou populares, mas sem grandes expectativas gráficas ou altas taxas de quadros. Em jogos como Asphalt e COD Mobile, o aparelho entrega 60 FPS com 100% de estabilidade, garantindo fluidez e jogabilidade agradável.

Já em jogos mais pesados como Genshin Impact, CarX Drift e Tower of Fantasy, o desempenho cai bastante, com média entre 27 e 41 FPS, resultando em engasgos e perda de qualidade gráfica.

Mesmo com suporte ao 5G e bateria de 5.110 mAh, o consumo em jogos é alto, e o hardware claramente não foi pensado para esse tipo de uso mais exigente.

Preços e conclusão

Eu preciso falar sobre preços, e essa parte pode ser um pouco longa, mas gostaria que você prestasse bastante atenção. É inevitável pegar um celular como este nas mãos e não compará-lo com modelos da Samsung ou da Motorola. Sinceramente, até hoje, eu ainda não consegui entender a estratégia da Xiaomi no Brasil – estou falando da Xiaomi oficial, não dos produtos de mercado cinza ou importados.

Veja o caso do Redmi Note 14 5G. Para mim, ele é um smartphone pensado para ser mais acessível, voltado a atingir um público maior. Na prática, ele concorre diretamente com o Galaxy A35 ou o Moto G75. Ele é um concorrente direto do Galaxy A35 ou Moto G75, mas vendido pela Xiaomi por R$ 2759 no dia que gravei esse vídeo. Pesquisei bastante: esse valor se mantém tanto na Casas Bahia quanto na loja oficial MiBrasil, além, é claro, das lojas físicas da Xiaomi espalhadas pelo Brasil.

Enquanto isso, o mesmo aparelho, de forma importada e sem garantia oficial, pode ser encontrado por cerca de R$ 1.700. Quero deixar claro: não estou aqui para discutir sobre impostos ou importação. O ponto é outro: como Xiaomi, Oppo e realme pretendem competir com Samsung e Motorola, oferecendo celulares por preços que, muitas vezes, são o dobro de um Galaxy A35 ou Moto G75?

A produção local pode influenciar e muito nessa questão, por conta de incentivos fiscais. A realme, por exemplo, anunciou produção local, mas até agora os preços continuam altos. Já a Xiaomi está no Brasil oficialmente desde 2019 e, até hoje, nunca conseguiu praticar preços competitivos no varejo nacional. Questionei isso diretamente à marca algumas vezes, mas as respostas sempre foram genéricas.

E quero deixar claro: gosto dos aparelhos da Xiaomi. O Xiaomi 14T, o Poco X6 e o X7 Pro foram smartphones que testei e recomendei com entusiasmo. Minha crítica não é à qualidade, e sim à estratégia de preços no mercado brasileiro.

Se você comprar por canais oficiais, terá suporte e garantia — o que é importante. Mas não dá para ignorar que, em marketplaces, o mesmo aparelho custa bem menos. Diferente da Samsung e Motorola, que já vendem aparelhos a preços mais acessíveis no mercado nacional, sem depender da importação.

Por fim, vale a pena pagar R$ 2.759 no Redmi Note 14 5G? JAMAIS! Existem dezenas de celulares melhores custando menos.