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A semana encerrou-se com poucos gatilhos que impactassem o mercado. No mercado doméstico, o Ibovespa foi pressionado negativamente pelas ações do Banco do Brasil, que recuaram após a divulgação dos resultados. O balanço financeiro do banco estatal foi abaixo das expectativas e frustrou os agentes.
No fim da sessão desta sexta-feira (16), o índice caiu 0,11% e somou 139.187,39. De segunda-feira (12) para cá, houve um ganhou de 1,96%. Já o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,20%, aos R$ 5,6690. Nos últimos cinco dias, a divisa acumulou alta de 0,25%.
No exterior, a semana encerrou com tom positivo em Wall Street, onde o S&P 500 avançou 0,7%, ainda sustentado pela trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China bem como pelos dados de inflação mais moderados. Apesar dos indicadores de atividade econômica seguem em moderação, mas não indicam recessão.
Desacelerou
O desempenho do dólar no pregão do dia foi o contrário do que ocorreu na quinta-feira (15), quando subiu 0,84%. Especulações sobre novas medidas do governo, cujo objetivo seria melhorar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — já pensando nas eleições em 2026 –, motivaram os investidores a buscarem a moeda americana e desconfiarem do compromisso com a meta fiscal do governo, mesmo após esclarecimentos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
João Oliveira, head da Mesa de Operações do Banco Moneycorp, a disparada foi uma estratégia para que “a tesouraria do banco conseguisse ganhar dinheiro”. Segundo ele, não há fundamentos que justifique a alta do dólar.
No início da manhã, a moeda americana chegou a acelerar os ganhos, superando os R$ 5,70, mas o impulso não se sustentou e ele retornou para perto da estabilidade.
Destaques
– BANCO DO BRASIL ON afundou 12,69%, chegando a perder R$ 23 bilhões em valor de mercado no pior momento, após resultado bem abaixo das previsões no mercado, com o banco de controle estatal suspendendo várias previsões sobre o desempenho em 2025. O BB relacionou o desempenho pior no primeiro trimestre, bem como a suspensão de previsões, ao agravamento da inadimplência de parte da carteira de agronegócios acima do esperado em 2025 e à vigência de novas regras contábeis.
– MARFRIG ON disparou 21,35%, tendo renovado máxima histórica intradia, após anunciar que vai incorporar a BRF, formando a MBRF, uma empresa global do setor de carnes e alimentos processados com receita de R$ 152 bilhões. BRF ON subiu 0,78%. Ainda no radar, estavam os resultados do primeiro trimestre de ambas as empresas divulgados na quinta e confirmação pelo Brasil da primeira detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em granja comercial.
– ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,58%, acompanhado por BRADESCO PN, que subiu 0,33%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 1,05% e BTG PACTUAL UNIT terminou negociada em baixa de 1,41%.
– COSAN ON recuou 1,94%, após reportar na véspera prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre deste ano, bem acima do prejuízo de R$ 192 milhões um ano antes. O Bradesco BBI revisou estimativas para a companhia e cortou o preço-alvo da ação de R$ 12 para R$ 11, destacando que o período de 2025 a 2026 deve ser desafiador para a companhia, considerando as taxas de juros ainda altas no Brasil e a falta de dividendos da Raízen.
– CYRELA ON subiu 3,1%, após mostrar aumento de 23% no lucro líquido do primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 328 milhões. O copresidente da companhia, Raphael Horn, afirmou que o segundo trimestre está “indo bem” para a empresa e as condições macroeconômicas estão compatíveis com o conjunto de lançamentos da construtora para 2025, que deve crescer em relação ao ano passado.
– VALE ON encerrou com acréscimo modesto de 0,07%, distante da mínima do dia, em sessão de queda do contrato de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, que encerrou as negociações do dia com queda de 0,95%, a 728 iuanes (R$ 572,28) a tonelada, registrando um aumento semanal de 4,5%.
– PETROBRAS PN subiu 0,47%, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com acréscimo de 1,36%. A estatal disse nesta sexta-feira que vai aportar R$ 557 milhões em parada programada de manutenção na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS), que ocorrerá a partir de domingo até o início de agosto.
– MÉLIUZ ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 28,14%, após anunciar a aquisição de US$ 28,4 milhões (R$ 160,744 milhões) em bitcoin, no que chamou de seu “primeiro ato como uma bitcoin treasury company“, após acionistas aprovarem uma alteração do objeto social da companhia para contemplar a possibilidade de investimentos na criptomoeda como parte de sua estratégia de negócios.
– GOL PN avançou 2,11%, com agentes repercutindo anúncio da companhia aérea de que assegurou financiamento de US$ 1,9 bilhão (R$ 10,754 bilhões) junto a credores e investidores para poder deixar o processo de recuperação judicial iniciado nos Estados Unidos no ano passado.