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sexta-feira, maio 23, 2025

Tokenização, biometria e fim das senhas: Brasil vira vitrine global da Mastercard com inovações em pagamentos digitais

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O Brasil é um dos principais laboratórios para a Mastercard testar e escalar novas soluções tecnológicas no setor de pagamentos, afirmou Leonardo Linares, vice-presidente sênior de Soluções de Produtos e Serviços da empresa em entrevista exclusiva ao Cointelegraph Brasil.

Ao narrar a trajetória de transformação digital da Mastercard nos últimos dez anos, quando deixou de ser uma empresa exclusivamente de pagamentos para dedicar-se a outros segmentos, como cybersegurança e personalização da experiência do cliente, Leonardo fez questão de ressaltar o protagonismo do Brasil nessa evolução.

O Brasil não apenas possui um dos sistemas mais avançados em pagamentos digitais, combinando alta adoção tecnológica com um setor financeiro dinâmico, como também conta com consumidores muito receptivos a inovações, destacou o executivo:

“Esse cenário não apenas favorece, mas exige que a Mastercard adote uma estratégia de inovação contínua no país, posicionando-se como líder em soluções que unem segurança, conveniência e experiência integrada. A Mastercard aproveita essa abertura para implementar iniciativas globais, como seu compromisso de eliminar senhas no e-commerce até 2030, além de colaborar com reguladores e parceiros locais para desenvolver padrões seguros e interoperáveis.”

Pagamentos invisíveis, biometria e tokenização: o que vem por aí

A maturidade do mercado brasileiro permite que a Mastercard venha implementando soluções tecnológicas que devem transformar radicalmente a experiência de pagamentos dos consumidores finais nos próximos cinco anos.

Soluções alternativas ao checkout tradicional já fazem parte do dia a dia dos consumidores — muitas vezes, sem que eles próprios percebam.

“Com o fim do checkout tradicional, você passa a ter uma experiência invisível e integrada”, explica Leonardo. “O exemplo clássico é o Uber, em que você faz a viagem e quando ela é encerrada, o serviço é automaticamente pago. Dentro da experiência do aplicativo, o usuário não vê mais o pagamento, ele já está integrado ali.”

Comuns no varejo, as experiências de pagamento por aproximação vêm sendo adotadas em larga escala também em serviços de mobilidade urbana.

No Rio de Janeiro, a Mastercard oferece um serviço para pagamento no transporte público que elimina a necessidade de compra de bilhetes. O próprio cartão pode ser utilizado diretamente em estações de metrô, trens e barcas por meio de uma infraestrutura integrada e invisível para os usuários.

Senhas em extinção: biometria deve dominar até 2030

Soluções que substituem a autenticação por senha também vêm sendo adotadas e devem tornar-se dominantes até 2030.

Tecnologias como a tokenização e a validação biométrica permitem que os consumidores finais tenham uma experiência melhor, com mais segurança.

Incorporadas a dispositivos digitais como celulares e computadores, a autenticação biométrica já elimina a necessidade de senhas no momento de validar pagamentos. Linares revelou ainda que a Mastercard pretende adotar a biometria comportamental para reduzir ainda mais o risco de fraudes e uso indevido de cartões:

“Com a biometria comportamental é possível identificar como o cliente costuma segurar o celular, assim como o ângulo do seu olhar, o tipo de erro que ele costuma cometer ao digitar, a velocidade com que ele digita. Tudo isso permite que os modelos de risco identifiquem com bastante assertividade que aquela pessoa é a proprietária do cartão.”

Tokenização: proteção extra contra fraudes e vazamentos

Presente hoje em mais de 60% das transações, a tokenização é uma tecnologia que visa garantir a segurança e a confiabilidade das transações para consumidores e empresas. No caso dos pagamentos, a tokenização é utilizada como representação de uma credencial de pagamento e não de um bem ou ativo como no mercado de criptomoedas, explica Leonardo:

“O conceito do token é o mesmo, é uma representação digital de alguma outra coisa. No setor de pagamentos, o que a gente chama de token é um número que é gerado em diversas situações e está associado a um cartão ou a uma credencial de pagamento. Então, você terá tokens vinculados a um número específico de cartão em diversos estabelecimentos comerciais. Se houver um vazamento em qualquer ponto da rede, você não compromete o cartão original, só o token. Assim é possível trocar o token e todo o resto continua seguro.”

Mastercard, criptomoedas e o Drex

Leonardo destacou as iniciativas da Mastercard no mercado de criptomoedas, afirmando que elas terão um papel relevante no futuro das finanças. A empresa já oferece cartões cripto em parceria com empresas do setor, que permitem a realização de compras com criptoativos e recentemente anunciou a integração de stablecoins ao seu sistema de pagamentos.

Com o suporte de carteiras como a MetaMask e empresas como a OKX, a Binance, a Circle e a Nuvei, os usuários podem utilizar a stablecoin USD Coin (USDC) para efetuar saques e pagamentos. Por enquanto, o serviço ainda não está disponível no Brasil.

Em paralelo, a Mastercard integra um dos consórcios do Drex ao lado de MB Instituição de Pagamento (MB Pay), CERC, Sinqia e Genial Investimentos. Na fase dois do Piloto Drex, as empresas estão desenvolvendo e testando a infraestrutura da moeda digital de banco central brasileira em quatro vertentes principais: negociações no atacado, varejo, títulos do Tesouro Nacional e agrotokens.

Leonardo revelou que o consórcio estava no estágio final do desenvolvimento das soluções, prestes a realizar os últimos testes antes de encaminhar os relatórios de execução ao Banco Central, conforme o cronograma originalmente previsto.

Segundo o executivo, a tendência é que a segunda fase do piloto seja estendida pelo BC para aprimorar as soluções inicialmente desenvolvidas:

“O Banco Central está chamando isso de parte um da fase dois, então eu imagino que vai ter uma parte dois que ainda não sabemos como será, mas que deve depender muito do conteúdo dos relatórios dos consórcios.”

Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o Drex é uma das prioridades da agenda estratégica do Banco Central para os próximos quatro anos.

[Fonte Original]

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