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domingo, maio 25, 2025

Diogo Cortiz: Por que precisamos imaginar futuros esquisitos com a IA

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A publicação do relatório está dividindo a opinião científica. Enquanto alguns pesquisadores entendem que ele traz valor para a discussão, outros falam que não passa de uma ficção científica que mais atrapalha do que ajuda.

Precisamos entender o seu valor dentro de um escopo bem definido. Eu enquadro essa iniciativa com um tipo de projeto de design especulativo, uma abordagem que explora futuros possíveis, plausíveis e prováveis, não se restringindo apenas aos problemas atuais. Muitas empresas, organizações internacionais e governos estão começando a utilizá-la.

O foco é explorar a imaginação e a experimentação para criar ideias e contextos diferentes, preparando as pessoas para cenários futuros e incentivando a reflexão sobre diferentes possibilidades. O que não quer dizer que tudo acontece do nada. O processo se inicia a partir de evidências e sinais fracos do presente, e assim vira uma forma interessante para ajudar a pensar em desdobramentos para problemas sociais e tecnológicos complexos.

Recentemente, orientei três dissertações de mestrado que usaram a abordagem do design especulativo para entender diferentes aspectos da relação dos humanos com as máquinas: o impacto para o futuro da ciência, a relação afetiva de pessoas com a IA, e a interação ética e responsável com robôs humanoides. Em todos os casos, pudemos aprofundar uma discussão técnica e ética ao criar cenários futuros mais imersivos e menos óbvios.

O fato é que nem precisamos extrapolar para uma possível futura superinteligência – como no relatório “AI 2027”. O simples fato da tecnologia atual dominar a linguagem é, por si só, capaz de causar mudanças radicais e imprevisíveis. Tenho pesquisado e falado bastante sobre como isso já está dissolvendo paradigmas e criando novos em várias dimensões da humanidade.

As pessoas estão mudando seus comportamentos na forma como buscam informações. Algumas pessoas estão ficando emocionalmente dependentes da máquina. Um relatório da Organização Internacional do Trabalho alertou, nesta semana, que 1 a cada 4 empregos do mundo está exposto à IA. O cenário geopolítico se tornou mais complexo, e o econômico, cada vez mais concentrado. Se antes falávamos em desenvolvimento responsável da tecnologia, o que se impõe após a eleição de Trump e o acirramento da disputa com a China é a lógica da aceleração.



[Fonte Original]

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