Durante a conferência bancária do 11º distrito dos EUA nesta segunda-feira, a presidente da regional do Federal Reserve (Fed) de Dallas, Lorie Logan, voltou a destacar que as mudanças nas políticas da administração de Donald Trump estão criando um cenário desafiador para o banco central americano. “Se os riscos se materializarem em qualquer um dos lados do mandato, estamos bem-posicionados para agir”, disse a dirigente.
Ao tratar da política monetária do Fed, Logan destacou os riscos para ambos os lados do mandato duplo da autarquia, causados pelas mudanças na administração de Donald Trump, sejam elas comerciais, fiscais, regulatórias ou até mesmo geopolíticas.
“Por enquanto, o mercado de trabalho está estável e a inflação está caindo, mas ainda um pouco acima da meta”, disse a dirigente. Logan acrescentou que os riscos para os dois lados do mandato estão balanceados, e por conta disso a postura do Fed seria de esperar e observar os dados, para agir quando eles se materializarem. “Acredito que nossa política monetária está bem posicionada para observar os dados”, afirmou.
A despeito da quantidade “tremenda” de incerteza na economia e a alta volatilidade do mercado, a economia esteve em boa forma, com a inflação caindo em direção à meta de 2% do Fed e o desemprego se estabilizando próximo de 4%, disse.
“Quanto à política monetária, precisamos pensar onde a economia estará no futuro. Nós estamos vendo mudanças nas políticas governamentais, e as incertezas causadas por elas estão gerando um cenário desafiador”, explicou. A dirigente da distrital de Dallas também notou os impactos que as tarifas estão gerando na economia americana. “Famílias e negócios estão antecipando aumentos de inflação no curto prazo”, disse.
Segundo Logan, um dos maiores riscos da nova política comercial americana é o aumento das expectativas de inflação para além do impacto das tarifas na economia. “O que aprendemos é que, se isso acontece, as expectativas de inflação mais altas se tornam arraigadas, e é muito mais custoso levar a inflação de volta para 2%”, acrescentou.