14.5 C
Brasília
sexta-feira, junho 6, 2025

Galípolo diz que economia apresenta resiliência ‘surpreendente’

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que a economia segue apresentando uma resiliência “surpreendente”. Ele participou de evento promovido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) em São Paulo.

Galípolo afirmou ainda que o processo de desinflação deve se apresentar com dados que nem sempre vão andar na mesma direção. Segundo o presidente do BC, o momento é de reunir informações e “reforçar que a gente acredita na política monetária”.

Segundo ele, seguramente a taxa básica de juros migrou para um estágio contracionista, independentemente de qual seja o juro neutro. Ele afirmou que o processo de desinflação deve se apresentar com dados que nem sempre vão andar na mesma direção, mas que o “remédio”, ou seja, o aumento do juro, vai funcionar, no sentido de levar a inflação à meta.

O Comitê de Política Monetária (Copom) informou na última ata que a conjuntura de atividade doméstica “segue marcada por sinais mistos” sobre desaceleração. A ata ainda informou que se observa uma “incipiente” moderação no crescimento.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre de 2024. Economistas apontaram que o PIB deve desacelerar apenas no segundo semestre do ano.

Debate sobre ciclo de juros

Galípolo foi questionado sobre como o BC procura se posicionar para evitar uma discussão prematura em relação ao próximo ciclo de política monetária, de flexibilização. Respondeu que, para não precipitar a discussão, a tentativa é de mandar a mensagem de que o estágio ainda é de discussão do ciclo de alta.

“Estamos em um estágio ainda anterior, estamos ainda discutindo o ciclo de alta e o que vamos tomar de decisão. Flexibilidade significa que estamos abertos e vamos chegar na próxima reunião para tomar a decisão sobre o que fazer”, disse Galípolo.

O presidente do BC disse que entende o mérito de quem propõe descrever algum tipo de “silver lining” (lado positivo de uma situação) ou fazer um cenário futuro, mas disse que “hoje, a recomendação é a gente tentar não se amarrar. Não se comprometer com algum tipo de guidance”.

Segundo Galípolo, a tentativa de criar “algum tipo de atalho” para ganhar credibilidade pode ser muito custosa se a trajetória tiver que ser revista. “É realmente um jogo de repetição e você consegue ir conquistando essa credibilidade a partir do fato de que suas ações e falas estão coerentes na persecução da meta”, disse.

Galípolo destacou que em nenhum momento a diretoria tinha pré-determinado até onde o Copom iria e qual seria a taxa de juros final. “Acho que a diretoria como um todo tinha bastante clareza desses movimentos. De que a gente estava fazendo um ‘front load’ do ponto de vista da taxa de juros, que existiriam defasagens a partir do ‘front load’ e que talvez mais dura do que a batalha das críticas que vão ser feitas pela elevação da taxa de juros é essa outra batalha, de ter estômago de crocodilo e queixo de pedra para aguentar o período com a taxa de juros em patamar restritivo, para ancorar as expectativas e perseguir a meta”.

Gabriel Galípolo — Foto: Maira Erlich/Bloomberg

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img