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sábado, junho 7, 2025

Viola Davis: “A Definição de Coragem é Contar a História da Sua Vida”

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Divulgação/Vtex/Torin Zanette

Em passagem pelo Brasil, Viola Davis participou de painel durante o VTEXDay

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A atriz Viola Davis esteve de passagem pelo Brasil na última terça-feira (3) para participar de um painel durante o VTEXDay, maior evento de comércio digital do mundo. “A definição de coragem é contar a história da sua vida”, afirmou a artista americana, que foi recebida por uma multidão de fãs e aplausos ao subir ao palco.

Durante o bate-papo, mediado pela presidente do evento, Rafaela Rezende, a estrela detentora do status EGOT – título dado a quem já venceu um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony – refletiu sobre sua trajetória e falou sobre fracasso, felicidade e aceitação. “A coisa mais assustadora que alguém pode fazer é se aceitar completamente”, disse. “Mas tudo o que você quer na vida está do outro lado do medo.”

Conhecida por papéis marcantes em produções como “How to Get Away With Murder” e “Um Limite Entre Nós”, Viola Davis teve uma infância marcada por pobreza e dificuldades. “Quando você atravessa a vida desse jeito, se agarra a qualquer pessoa ou coisa que te mantenha em movimento: uma ferida, um conselho, um gesto. É isso que te mantém de pé.”

Encontrou sua paixão pela atuação ainda jovem e, com o tempo, construiu uma das carreiras mais sólidas e premiadas de Hollywood. “O que eu digo sempre para as pessoas é: se você está na beira de um penhasco e está morrendo de medo de pular, apenas mergulhe. Eventualmente, você aprende que o paraquedas abre antes de você se espatifar no chão.”

Além do trabalho como atriz, Viola Davis também se destacou como autora best-seller com sua autobiografia “Em Busca de Mim” — cuja versão narrada lhe rendeu um Grammy em 2023. Ao lado do marido, Julius Tennon, lidera a produtora JuVee Productions, responsável por longas como “A Mulher Rei” e “G20”. “Neste momento, estou respondendo ao meu chamado à aventura. Quero mergulhar na vida e fazer tudo o que eu quiser.”

A seguir, confira as principais lições de Viola Davis sobre temas que moldaram sua jornada

Felicidade

“Não entendo mais a felicidade como um objetivo. Parei até de dizer isso para minha filha, que ‘só quero que você seja feliz’. A vida é muito mais profunda do que isso.

Desejo que minha filha seja curiosa. Até mais do que desejo que tenha paixão. A paixão é algo fugaz, às vezes está ali, às vezes não. Você não pode sempre contar com ela.

A curiosidade é um combustível que pode te levar pela vida, que pode te fazer descobrir coisas sobre você, seu parceiro e o mundo.

A felicidade deve, sim, fazer parte do plano maior da vida. Mas a vida é uma linda luta. Os pais morrem. Você adoece. Pode passar por uma depressão, ter crises de ansiedade. E, no meio disso tudo, ainda tem alguém do lado dizendo: ‘Mas você está feliz? Eu só quero que você seja feliz.’

A gente precisa querer ser corajoso. Precisamos ser inteligentes o suficiente para perguntar: ‘Se não sinto alegria nem paz, por quê?’ É isso que constrói uma vida expansiva.”

Medo

“Houve muitos momentos na minha vida em que senti medo — fui uma criança que cresceu em meio a abusos e pobreza. Mas o momento mais assustador de todos foi quando, aos 28 anos, decidi fazer terapia.

A coisa mais assustadora que alguém pode fazer é se aceitar completamente. E eu queria ter coragem não só para enfrentar os dragões da minha carreira, mas também para aprender a me amar. Para isso, precisava encarar algo mais profundo, que fervilhava dentro de mim há muitos anos.

Comecei a ficar curiosa sobre o fato de simplesmente não me sentir bem comigo mesma. E embarquei nessa jornada porque não queria me tornar minha mãe — a quem eu amo mais do que tudo neste mundo. Mas também não queria ir para o túmulo sem antes saber que eu sou o amor da minha vida.”

Aceitação

“Quando você entrega seu significado — quem você é — nas mãos dos outros, deixa de pertencer a si mesma. Passei muitos anos fazendo isso, entrando em espaços — especialmente na minha indústria — tentando ser aquela garota branca, magra, de cabelo loiro, tentando até deixar minha voz mais aguda.

Mas, quando você entra em qualquer trabalho ou relacionamento, precisa ser você. Não pode ser uma fachada. Com o tempo, parei de me adaptar, porque sentia que estava me traindo — como se estivesse pedindo desculpas o tempo todo por existir.

Descobri que a verdadeira definição de coragem é contar a história da sua vida. Agora, aos quase 60 anos, sinto menos estresse e ansiedade do que jamais senti — por causa dessa descoberta: a de quem eu sou.”

Fracasso

“Eu desmorono com o fracasso. Fico mal e me fecho. Mas acho importante ter um dia assim — como a fênix, que morre e depois renasce.

Com todos os meus erros, precisei entender que nunca soube tudo. Ou eu venço, ou eu aprendo. Então, me permito sentir a dor e mergulhar fundo nela. Eventualmente, chega o momento em que digo: ‘Ok, o que você aprendeu?’ E, de repente, isso vai embora.

Não é assim que você ‘faz melhor’, é assim que você se torna melhor. Minha maior descoberta é uma frase que sempre repito: tudo o que você quer na vida está do outro lado do medo. Isso diminui o poder que o medo tem.”

Negócios

“Nunca quis ser uma mulher de negócios, e é por isso que me tornei atriz. Não havia nada em trabalhar das 9 às 17 horas, de terno, sentada atrás de uma mesa, que me interessasse. Esse era o meu conceito de ‘vida corporativa.’

Quando meu marido e eu começamos a JuVee Productions, precisei redefinir muitas coisas na minha vida. E a ideia de ser uma mulher de negócios, uma líder, foi uma dessas coisas que precisei ressignificar — porque a definição que existia no mundo simplesmente não funcionava para mim.

No trabalho, sou a pessoa que pensa demais e diz: ‘Isso não vai dar certo, vai fracassar.’ E meu marido é quem chega com a visão. Ele entende que propósito não é o que você faz, mas o que acontece com as pessoas quando você faz o que faz.

Isso transformou a JuVee Productions em tudo o que ela é hoje. Se dependesse só de mim, acho que muita coisa não teria acontecido.”

Comunidade

“Quando você vem de um passado difícil, muitas das pessoas responsáveis por você estar vivo e respirando hoje são anônimas, sem rosto. Pode ter sido alguém desconhecido em um ponto de ônibus. Podem ter sido conselheiros, professores, educadores. Muitas vezes, até os idiotas também — pessoas que te disseram “não”, que se colocaram no seu caminho.

Há tanta gente que te ajuda a ter revelações na vida ou, simplesmente, a seguir do ponto A ao ponto B. Tive terapeutas e, principalmente, minha mãe. Ao mesmo tempo em que a vi sendo abusada por grande parte da vida, ela também foi, de certa forma, minha maior professora.

Quando você atravessa a vida, se agarra a qualquer pessoa ou coisa que te mantenha em movimento: uma ferida, um conselho, um gesto. É isso que te mantém de pé.

E não posso esquecer da pessoa mais importante: eu mesma. Estive aqui o tempo todo.”

Futuro

“Eu quero tudo. Mas não sei exatamente o que está no meu futuro. Pode ser aprender a tocar piano. Pode ser fazer uma viagem incrível só eu e minha filha. O que eu sei é: estou respondendo ao meu chamado à aventura. E esse chamado é o seguinte: ‘E se você decidisse simplesmente se amar?’ Quero mergulhar na vida e fazer o que eu quiser.”



[Fonte Original]

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