22.5 C
Brasília
sexta-feira, junho 6, 2025

Crítica | Slam Dunk – Vol. 2: Nova Geração Poderosa – Plano Crítico

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

Com um certo salto temporal (rs), voltei com as leituras de Slam Dunk depois do começo agradável do primeiro volume. Talvez tenha sido o início dos playoffs de 2025 que me acordaram do meu atraso com a série, mas fiquei feliz de voltar, porque o segundo volume é uma simpática progressão da história, se ainda com a falta de algo a mais para elevar a obra para o patamar que conhecemos de Takehiko Inoue. Claramente um arco que segue trabalhando a introdução de determinados personagens e conflitos que irão se desenvolver ao longo da série, o autor continua com uma abordagem simplista de preparação que se aproveita de alguns clichês e ensaia encaminhamentos da trama que soam bem curiosos.

Minha parte favorita do segundo volume envolve a presença antagonista do grupo de judô da escola, que querem recrutar Sakuragi a qualquer custo – o fato de, em tese, ele não poder fazer as duas atividades me parece um pouco estranho, tendo que escolher entre os esportes, mas o dilema faz sentido temático para o protagonista se firmar como um jogador de basquete e se afastar das lutas. A forma como Sakuragi segue sendo retratado como um espécime atlético me agrada, principalmente para as cenas de humor, mas também para criar um interesse geral no protagonista e para agregar a sua personalidade delinquente. Os trechos que ele luta judô sem respeitar as regras do esporte, mas de certa forma mostrando aptidão para o estilo, estão entre os melhores do volume, com destaque para a arte de Inoue em algumas trocas de golpe e para a surpresa de Akagi com as falas do protagonista.

O tom bem-humorado se mantém como a corrente de um mangá inesperadamente cômico e ainda sem tanta densidade dramática, o que me parece até certo ponto natural para o cenário escolar e o gênero Shōnen, mas confesso que sinto falta de um peso na história. Não digo isso apenas no sentido de drama ou de subtextos, mas também para a tensão e a rivalidade que circula o esporte. O fato de até agora não termos tido uma partida oficial me irrita, principalmente quando penso na quantidade de blocos repetitivos do volume com o grupo discutindo a beleza de Haruko (sempre a perversão japonesa atrapalhando a narrativa…), mas talvez seja impaciência da minha parte, já que boa parte de Nova Geração Poderosa se concentra nos treinos da equipe e na preparação dos calouros para participarem do time principal.

Entre a apresentação de novos personagens, como o “Buda Branco” ou o grupo de judô, e explicações didáticas sobre as regras do esporte, Inoue elabora alguns recortes divertidos dos personagens jogando, valendo pontuar a rivalidade infantil de Sakuragi e Rukawa (com a presença divertidíssima da sarcástica Ayako), e a vontade dos novatos em vencerem Akagi. Nesses pequenos trechos, o artista mostra um gostinho do seu tato visual para energia e fluidez, com quadros de bloqueios, cortes, fadeaways e bandejas sendo belamente desenhados para o prazer dos leitores e de quem aprecia basquete. De um toco brutal de Akagi a uma transição rápida de Rukawa, o volume tem momentos de ação que chamam a atenção e animam bastante para quando efetivamente tivermos uma partida, como acontece no ótimo The First Slam Dunk. Nesse meio, Inoue ainda acho momentos de descontração, como a imagem de destaque acima.

Apesar de ser uma piada visual, a “enterrada” de Sakuragi na cabeça de Akagi faz parte da articulação narrativa do autor em fazer o protagonista aprender e falhar os aspectos do jogo como espelhos da sua própria personalidade e arco de coming-of-age. Treinar fundamentos é aprender a ser paciente; focar em passes é entender a ser menos egoísta; errar uma enterrada é descobrir que nem tudo se resolve com raiva; e assim por diante. Apesar de simples, são lições bacanas e bem articuladas através do belo jogo de basquete (bem como da arte marcial de judô aqui). Acredito, porém, que esses momentos são um tanto escassos no volume, que tem quadros demais dedicados para as bobagens com Haruko ou para picuinhas desnecessárias, mas Nova Geração Poderosa é outra entrada simpática na série, continuando a transformação de Sakuragi e desenvolvendo alguns dos personagens e grupos no seu entorno. Os calouros chegaram para causar e mal posso esperar para vê-los em uma partida oficial com a técnica magistral de Inoue.

Slam Dunk – Vol. 2: Nova Geração Poderosa (New Power Generation) – Japão, 1991
Contendo: Capítulos #10 a 18
No Brasil: Slam Dunk – Vol. 2 (Panini, agosto de 2005)
Roteiro: Takehiko Inoue
Arte: Takehiko Inoue
Editora: Shueisha
Revista: Weekly Shōnen Jump
248 páginas



[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img