As ações globais avançam nesta quinta-feira, diante da expectativa de um novo corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), enquanto os investidores aguardam os dados de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Ainda na agenda externa, os agentes devem observar as declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), após dados fracos do mercado de trabalho no setor privado reforçarem as apostas em até três cortes de juros neste ano, apesar de a maioria do mercado ainda projetar duas reduções até dezembro.
No Brasil, o resultado da balança comercial é o principal indicador, mas os participantes do mercado devem permanecer atentos às medidas fiscais que devem servir como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ainda no foco dos agentes, a mais recente pesquisa eleitoral da Genial/Quaest mostra um empate técnico de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno contra candidatos da direita.
Por volta das 8h, o Stoxx 600 subia 0,43% e o CAC 40 ganhava 0,51%, ao passo que o futuro do S&P 500 tinha alta de 0,11%. Já o DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, operava tinha leve queda de 0,01%, aos 98,78 pontos, em meio aos dados mais fracos da economia americana e às incertezas comerciais.
Embora os temores de recessão nos Estados Unidos tenham arrefecido, os dados da economia americana divulgados ontem, referentes a maio, vieram abaixo do esperado e reacenderam as preocupações nos mercados sobre os possíveis impactos da guerra comercial na atividade econômica. Nesse contexto, cresce a expectativa em torno da divulgação do relatório de empregos (“payroll”) dos EUA amanhã.
Por aqui, os agentes ajustam as expectativas em torno do que pode ser apresentado para substituir o aumento do IOF. A sessão de ontem foi marcada por um movimento de reversão do otimismo com o ajuste das contas públicas. O dólar à vista fechou em leve alta de 0,17%, cotado a R$ 5,6447, enquanto o Ibovespa cedeu 0,40%, aos 137.002 pontos, perto da mínima de 136.695 pontos, em um dia de perdas expressivas para ações da Petrobras e de bancos.
Propostas ventiladas pelo governo para aumentar a arrecadação por meio de recursos do setor de óleo e gás também tiveram efeito sobre as ações da Petrobras, segundo analistas. Além disso, nos últimos dias cresceram as discussões em torno de mudanças na metodologia de cálculo do preço de referência do petróleo (PRP).
Diante da possibilidade de alta do IOF, lideranças partidárias estariam pressionando o governo a recorrer aos R$ 28,9 bilhões em dividendos retidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Petrobras, segundo informou a Folha de S.Paulo.