Estamos tentando cobrar alguma coisa dos ricos para corrigir o país, afirma Lula sobre Imposto de Renda

A aprovação do projeto que amplia a isenção do IR é uma das prioridades do governo. O texto prevê, em resumo, a isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês e cobrança maior para rendas acima de R$ 50 mil. A proposta está em fase inicial de tramitação na Câmara e é relatada pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). O governo defende que o projeto corrige distorções. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a alíquota efetiva média de IR de quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano é de 2,5%.

“Estamos tentando cobrar alguma coisa dos ricos. Estamos dizendo que, para quem ganha até R$ 5 mil não pagar imposto [de renda], quem ganha acima de R$ 1 milhão por ano tem que pagar alguma coisa. Estamos tentando corrigir esse país”, disse Lula.

O presidente acrescentou que o governo concede R$ 860 bilhões em isenções fiscais para empresas no país. “Agora, o que a gente dá para eles [empresários] é [visto como] investimento, o que a gente dá pra vocês é [visto como] gasto. Tem uma sina nesse país, que quem nasce pobre tem que morrer pobre. Tem uma sina nesse país que a gente não pode sonhar em comer bem, vestir bem, morar bem. Tudo pra nós tem que ser o resto”, disse o presidente.

Lula rebateu críticas sobre os reajustes no salário mínimo e nas aposentadorias. “Falam que é preciso separar, o aumento do salário mínimo não pode ser aumentado para quem é aposentado. Quando a gente dá a inflação, a gente não está dando aumento, está apenas fazendo uma recomposição do salário. Quando a gente dá aumento? Quando o PIB [Produto Interno Bruto] tem crescimento é o resultado daquilo que a gente tem capacidade de produzir. Se o PIB cresceu 3%, 4%, temos que distribuir esse crescimento para o povo brasileiro. Aí você vê os empresários brigando, ‘o governo gasta demais’, ‘o governo dá benefício previdenciário demais’, ‘gasta muito com pobre'”, disse Lula.

Em Mariana, o presidente anunciou investimentos e avanços do Novo Acordo Rio Doce, que trata da reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem do Fundão, em 2015.

Reeleição e apoio a Pacheco

Lula disse em discurso que foi uma “coisa de Deus” ter sido eleito por três vezes como presidente da República. “E se brincar vai ter a quarta vez. Se preparem, se preparem porque esse país não vai cair na mão da extrema-direita, não vai cair. Vamos fazer a democracia prevalecer nesse país”, afirmou o presidente.

Lula também demonstrou seu interesse em que o senador Rodrigo Pacheco concorra ao governo de Minas Gerais o ano que vem. Pacheco participou da cerimônia sentado no palco junto com outras autoridades, mas não discursou. Durante a cerimônia, Lula chamou Pacheco de “futuro governador” em seu discurso, quando criticava o preço do botijão de gás.

“A Petrobras entrega o botijão de gás a R$ 37. E quanto é que você paga aqui? Futuro governador, imagina isso, você acha que é normal a Petrobras entregar o botijão a R$ 37 e ele chegar aqui para o consumidor a R$ 140?”, perguntou Lula.

Mais cedo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, disse ao senador: “Senador Rodrigo Pacheco, se anime, porque esse Estado está doido para se libertar. Se anime, Rodrigo”, disse.

O presidente voltou a anunciar um programa para que famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico recebam o gás de graça em casa. O programa deve substituir o Auxílio Gás.