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terça-feira, junho 17, 2025

Brasil sobe quatro posições em ranking global de competitividade, mas segue entre piores posições

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Depois de quatro quedas consecutivas, o Brasil avançou no ranking de competitividade global elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), da Suíça, e saiu do 62º para o 58º lugar. Essa é a melhor posição do país desde 2021.

Apesar do avanço, o Brasil segue entre os dez piores colocados no estudo comparativo, uma posição que tem ocupado por mais de uma década. O ranking, que avalia o grau de atratividade e de capacidade de geração de negócios dos países, avaliou 69 economias.

No topo da lista, aparece a Suíça (1º), que avançou uma posição em relação a edição passada, seguida por Cingapura (2º), Hong Kong (3º), Dinamarca (4º) e Emirados Árabes Unidos (5º). Na outra ponta, entre as piores posições, estão Venezuela (69º), Namíbia (68º), Nigéria (67º), Turquia (66º) e Mongólia (65º).

O índice, que está na trigésima sétima edição, considera 336 subindicadores divididos em quatro fatores: performance econômica, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.

Entre os destaques positivos para o Brasil estão os resultados em fluxo de investimento direto estrangeiro, em que figura em 5º lugar, e o crescimento de longo prazo de emprego (7º). O país também aparece bem posicionado no indicador de atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e energias renováveis (5º).

Melhora foi puxada por emprego e capital externo

No geral, a melhora na classificação do Brasil é atribuída pelos pesquisadores a fatores conjunturais, puxado puxados pelo crescimento do PIB, melhora na taxa de emprego e entrada de capital externo. Entre as quatro áreas principais avaliadas pelo ranking, que agregam os subindicadores, o melhor resultado do país foi em “performance econômica”, na qual alcançou a 30ª colocação.

Para a Fundação Dom Cabral (FDC), que é parceria do IMD na elaboração do índice, o resultado do Brasil foi impulsionado por uma melhora no ambiente macroeconômico, mas não reflete uma transformação profunda nas condições estruturais do país.”O país ainda enfrenta desafios estruturais significativos que precisam ser superados para garantir um desenvolvimento sustentável e competitivo no cenário global”, avalia a instituição.

Ao longo da última década, o Brasil oscilou entre a 56ª e a 61ª posições, sem conseguir superar o pelotão de baixo. Em 2024, havia caído duas posições, passando do 60º para o 62º lugar. O avanço deste ano reverte parcialmente esse retrocesso, mas não altera o diagnóstico central, avalia Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais da Dom Cabral.

— O Brasil cresce baseado em commodities. Mas a gente precisa fazer o dever de casa para ser um país mais exportador de tecnologia e conhecimento, para ter um crescimento mais qualificado — afirma o pesquisador que cita que os gargalos estruturais do país permanecem os mesmo em relação a última década de análises do ranking.

Em geral, o país desempenho fraco em áreas críticas como educação, produtividade, custo de capital e abertura econômica. Nos subfatores de “educação primária e secundária” e “habilidades linguísticas”, o Brasil ocupa a última posição. Também está entre os piores em “mão de obra qualificada” (68º), “dívida corporativa” (68º), “custo de capital” (69º) e “exportações de serviços comerciais” (67º).

Atrás de México, Colômbia e Chile

No agregado de “eficiência empresarial”, o país ficou na 56ª colocação. Em infraestrutura, aparece em 58º. Já no agregado de “eficiência governamental”, que engloba itens como finanças públicas, sistema legal e burocracia, figura em 68º lugar, a penúltima posição e a piora entre as quatro grande áreas analisadas.

Para sair dessa posição cronicamente baixa, o relatório indica a necessidade de reduzir o custo de capital, qualificar a mão de obra, abrir mais a economia e modernizar o ambiente regulatório. Também recomenda necessidade de priorizar investimentos em educação básica e técnica.

Entre os países latino-americanos, o Brasil aparece a frente, além da Venezuela (69º), da Argentina (62º) e do Peru (60º), mas atrás de México (55º), Colombia (54º) e Chile (42º). Entre economias emergentes os mais bem posicionados são China (16º) e Arábia Saudita (17º), enquanto Índia aparece em 41º lugar.

Ao reafirmar a liderança de países europeus e asiáticos, relatório traça exemplos positivos de países bem posicionados no ranking. No caso de Singapura e Hong Kong, que têm permanecido no topo do ranking nos últimos dez anos, cita fatores como investimentos em infraestrutura digital e políticas públicas voltadas à inovação.

Já Dinamarca apostou na digitalização do setor público e na formação de capital humano, enquanto os Emirados Árabes Unidos investiram pesado em diversificação econômica.

Além da análise de dados estatísticos, o estudo também inclui entrevistas com executivos de empresas e especialistas dos países avaliados. Ao todo, o levantamento contou com 100 entrevistas no Brasil, conduzidas pela Fundação Dom Cabral.

[Fonte Original]

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