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quarta-feira, julho 2, 2025

Juros futuros encerram sem direção única com decisão do Copom no radar

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Os juros futuros fecharam o pregão desta segunda-feira (16) sem movimento único, com as taxas de curto prazo levemente pressionadas pouco antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na próxima quarta-feira (18), ao passo que os vértices longos da curva a termo recuaram, diante de um dia positivo para mercados emergentes após sinais de que o conflito entre Israel e Irã pode ter uma trégua em breve.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 fechou em alta de 14,835%, do ajuste anterior, para 14,88%; a do DI de janeiro de 2027 oscilou de 14,16% a 14,165%; a do DI de janeiro de 2029 recuou de 13,52% para 13,465% e a do DI de janeiro de 2031 anotou queda de 13,665% a 13,61%.

Com os investidores à espera da decisão do Copom, a sessão de hoje foi marcada por liquidez mais baixa que o usual no mercado de juros futuros. Além disso, o foco da questão geopolítica tirou protagonismo de fatores domésticos, o que também pode ter contido a movimentação da curva.

De acordo com a agência “Reuters”, o Irã buscou a ajuda de outros países para negociar um acordo de cessar-fogo com Israel, em um sinal de que a escalada do conflito no Oriente Médio pode arrefecer nos próximos dias. Com isso, ativos mais atrelados ao apetite por risco se beneficiaram. Foi o caso, por exemplo, do câmbio doméstico, com o dólar fechando abaixo de R$ 5,50 pela primeira vez desde outubro do ano passado, o que apoiou a redução do prêmio de risco embutido nos juros de longo prazo.

Além da questão geopolítica, o real se valorizou, hoje, devido à percepção de que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos seguirá elevado, às vésperas das decisões do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Por aqui, os investidores se dividem entre uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, a 15%, e a manutenção do juro básico em 14,75%.

O mercado de opções digitais de Copom mostrou uma leve inclinação adicional em direção à alta de juros nesta semana, com a probabilidade de tal decisão subindo de 56% a 65%. Já a chance de que a Selic se mantenha em 14,75% caiu de 41% para 36%.

Se o mercado parece se inclinar cada vez em direção à alta de juros nesta semana, economistas das 126 casas consultadas pelo Valor se dividem entre as duas decisões à mesa. Entre as instituições que esperam juros estáveis está a XP, que admite, no entanto, que a decisão da quarta-feira será apertada

A equipe comandada pelo economista-chefe, Caio Megale, avalia que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o real mais apreciado ante o dólar sugerem que o Copom poderia manter a Selic em 14,75%. “Mas a decisão é apertada, especialmente à luz de parte da comunicação dos membros do Copom. Uma nova alta de juros de fato faria sentido, considerando que a atividade continua robusta (taxa de desemprego nas mínimas históricas, elevada utilização da capacidade instalada, entre outros) e as expectativas de inflação estão bem acima da meta”, pondera a XP em relatório.

No âmbito das expectativas de inflação, o Focus desta segunda-feira mostrou um ajuste relevante do IPCA projetado para 2025, de 5,44% a 5,25%. A mudança já era esperada após a surpresa positiva com o IPCA de maio, divulgado na semana passada. Além disso, com o horizonte relevante para a política monetária do Copom já mirando o fim de 2026, ajustes na inflação esperada para este ano devem ter pouca influência sobre o comportamento dos juros futuros.

— Foto: Karolina Grabowska/Pexels

[Fonte Original]

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