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quarta-feira, junho 18, 2025

Morto aos 92 anos, herdeiro do grupo da MAC fez fama e império como ‘1º influencer’ da beleza; entenda

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Cerca de 25 anos atrás, Leonard Lauder, o visionário magnata da beleza e CEO da Estée Lauder, que morreu no sábado aos 92 anos, teve uma epifania. Era logo após o 11 de setembro, e os Estados Unidos estavam em turbulência e recessão. A maioria das coisas parecia sombria, exceto uma. As vendas de batom, ele notou, estavam aumentando, assim como no passado, quando os tempos eram difíceis, como na Grande Depressão.

Talvez, ele pensou, as mulheres quisessem se dar pequenos luxos quando uma crise se aproximava. Talvez o batom pudesse até ser um indicador econômico. Assim nasceu o termo “índice do batom”. Era o equivalente em beleza do “índice da bainha”, a teoria de que, quando as coisas iam bem, as saias ficavam mais curtas — e provou ser apenas uma das ideias duradouras que Lauder teve primeiro.

— Ele foi o influenciador original — disse John Demsey, ex-presidente da MAC Cosmetics.

Filho mais velho de uma mãe empreendedora, Lauder se tornou bilionário, mas comeu a mesma coisa no café da manhã por anos (um iogurte desnatado com uma fatia de pêssego e uma fatia fina de pão integral). Ele conseguia fazer piadas com senso de oportunidade e transformou uma marca em um grupo de luxo inteiro antes que os gigantes da moda de luxo existissem.

Ele disse certa vez: “Eu vejo 10, 20 anos à frente de todos os outros”. Pode parecer egoísta, mas em muitos aspectos ele estava certo. Sem Lauder, é possível que não tivéssemos a Kylie Cosmetics de Kylie Jenner ou a Rhode de Hailey Bieber.

— O negócio de beleza de prestígio moderno simplesmente não existiria em sua forma atual [sem Lauder] — disse Demsey.

Ele tinha uma capacidade extraordinária de entender o quão satisfatório o estalo de uma caixa de pó compacto poderia ser (e se você não entendesse, ele demonstrava). Ele sabia que a beleza acompanhava tendências sociológicas. Ele previu a intersecção entre ciência e cuidados com a pele. Ele abraçou o valor da disrupção. Reconheceu o metrossexual antes mesmo que ele tivesse um nome e lançou a primeira marca de prestígio de cuidados pessoais e cuidados com a pele masculina, com a Aramis.

— Uma de suas primeiras e maiores ideias foi trazer Carol Phillips, editora de beleza da Vogue, para a Estée Lauder para fundar a Clinique com o dermatologista Norman Orentreich — disse Linda Wells, ex-editora da Allure. — Isso deu início a um movimento em direção à credibilidade dermatológica.

Os anúncios da Clinique, fotografados pelo grande fotógrafo Irving Penn, tratavam os produtos, que pareciam ter saído diretamente de um laboratório, como esculturas.

Ele percebeu a ascensão dos maquiadores antes de qualquer outra pessoa e comprou a MAC Cosmetics. (O nome é uma sigla para Makeup Artist Cosmetics e começou nos bastidores de ensaios fotográficos para revistas e nos bastidores de desfiles.) Ele comprou a linha homônima da Bobbi Brown quando ela tinha apenas 10 batons. E, à medida que os absorvia na linha Lauder, deixou que cada marca se destacasse.

— Nunca precisei tentar agir profissionalmente — disse Brown.

Quando o chefe do laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Lauder quis produzir os batons da Brown em vez de continuar com o pequeno laboratório que ela usava, Lauder disse: “De jeito nenhum”, lembrou. “As mulheres perceberiam a diferença e não amariam da mesma forma”, disse ele. Quando ela se preocupou com a falta dos filhos por ter que trabalhar durante o Oscar, ele usou seu avião particular para levá-la para jantar em casa.

— Ele viu na MAC o poder da diversidade e da autoexpressão — disse Demsey, contratando representantes como RuPaul e k.d. lang. — Ele realmente entendia a adoção de novos padrões de beleza.

De acordo com Wells, quando começou a Allure, a maior parte da indústria não estava animada com uma abordagem jornalística para a cobertura de beleza, que geralmente era acolhedora a ponto de ser bajuladora.

— Mas Leonard basicamente me disse: ‘Vamos lá!’. Ele me disse que nunca cancelaria sua publicidade, e quase todas as outras empresas o fizeram naqueles primeiros anos da revista — destacou.

Em discussões sobre Lauder, a palavra “mentor” surge repetidamente. Assim como “herói”.

— Quase metade do conjunto global de talentos deste setor passou pela empresa — disse Demsey.

Após deixar o cargo de presidente do conselho da Lauder, o bilionário se autodenominou “diretor de ensino” e ministrou seminários para funcionários que incluíam os “Dez Compromissos”. Um deles era: se você tiver uma boa ideia, não deixe ninguém te convencer a desistir dela.

[Fonte Original]

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