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terça-feira, julho 1, 2025

Apesar da pressão de Trump, Fed mantém tom duro e mercado foca em projeção de cortes de juros

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Apesar da pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e seus membros, especialmente o presidente Jerome Powell, a autarquia adotou um tom mais restritivo em sua decisão de manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50%, um contraponto às exigências do republicano de uma flexibilização na política monetária. Para além da decisão, o mercado tornou suas atenções à indicação de redução de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros neste ano, conforme apontou o gráfico de pontos (“dot plot”) do Fed.

A decisão de política monetária dos Estados Unidos desta quarta-feira veio com poucas surpresas para o mercado, à medida que tanto o comunicado do Fed quanto a conferência de imprensa de Powell mostraram poucas mudanças de vocabulário. O posicionamento da autarquia em linha com o esperado pelos agentes financeiros foi evidenciado no comportamento de Wall Street, que mal reagiu ao evento.

Em vista das poucas surpresas, o mercado tornou suas atenções ao Sumário de Previsões Econômicas (SEP) e ao gráfico de pontos do Fed, ambos divulgados trimestralmente. O documento mostra que os dirigentes da autarquia preveem menos cortes de juros em 2026 e 2027 do que na última versão, divulgada em março.

Para os próximos anos, o ponto-médio das estimativas dos dirigentes do Fed indica uma política monetária restritiva pelo menos até 2027 e em níveis mais contracionistas do que os estimados anteriormente. Parte disso se deve ao fato de que os membros da autarquia passaram a contemplar um crescimento mais fraco e uma inflação mais alta à frente.

As projeções divulgadas no SEP vão em linha similar com a projeção do Morgan Stanley, apesar de diferirem sobre a trajetória dos juros americanos. Embora os economistas do banco americano projetem uma inflação levemente mais alta e um nível de desemprego um pouco mais baixo do que o documento, eles preveem que não haverá cortes neste ano e que reduções serão postergadas em 2026.

Para além de um direcionamento da visão do Fed sobre o caminho da política monetária neste ano, o gráfico de pontos divulgado nesta quarta-feira mostrou uma divisão entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), segundo os economistas Wells Fargo, liderados por Jay H. Bryson.

Há 10 membros que acreditam que reduções de 0,50 ponto ou 0,75 ponto seriam apropriados até o final de 2025, enquanto outros dois prefeririam apenas 0,25 ponto de flexibilização e sete membros acreditam que o Comitê deve permanecer em espera durante todo o ano. “Em março, houve apenas quatro participantes que achavam que o FOMC deveria abster-se de cortar taxas neste ano”, disse.

Bryson acrescenta que o BC americano vai ignorar quaisquer aumentos pontuais de preços causados por tarifas. “Atualmente, esperamos que o Fomc inicie um ciclo de flexibilização em setembro e que haja cortes de 0,75 ponto nas taxas até o final do ano”, disse.

Embora o Fed tenha adotado um tom mais restritivo do que o esperado por parte do mercado e o gráfico de pontos tenha mostrado uma divisão dentro do Comitê, a Oxford Economics não considera o dot plot atualizado como um risco material para sua previsão para o próximo corte de juros, previsto para dezembro.

Segundo a consultoria, a mudança mais notável na declaração foi a menção de que a incerteza sobre as perspectivas econômicas “diminuiu, mas permanece elevada”. O alto nível de incertezas na economia dos Estados Unidos ofusca as projeções do Fed, o que alimenta uma tendência da autarquia de ser reativa aos desdobramentos, disseram.

“Embora nada na declaração pós-reunião, no gráfico de pontos ou no SEP justifique mudanças em nossa previsão base para a política monetária, os riscos estão se deslocando para que o próximo corte de juros seja maior, e não mais cedo, do que imaginamos”, afirma a Oxford.

— Foto: Samuel Corum/Bloomberg

[Fonte Original]

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