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terça-feira, julho 1, 2025

Méliuz aposta tudo no Bitcoin e vê estratégia disparar ações em 197% no ano

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“Nós recebemos mais dúvidas do que críticas.” É assim que o executivo Diego Kolling define como foram os últimos três meses da Méliuz, período no qual a empresa de programas de pontos de fidelidade oficializou a estratégia de virar uma companhia de Tesouraria de Bitcoin.

Responsável pela estratégia da empresa quanto ao Bitcoin, Kolling aponta alguns números para indicar que a estratégia da empresa foi vencedora: a captação por meio de follow on de R$ 180 milhões para seguir o plano teve duas vezes mais demanda que o esperado; a ação CASH3 teve alta de 197% no acumlado do ano até 5 de junho (melhor desempenho da B3 em 2025); e a expectativa é que o ticker volte para índice IBOV. 

A demanda por ações de uma empresa que se compromete a entrar com todos os recursos possíveis no Bitcoin é alta e parece não ser afetada por outro meio de exposição ao ativo, como ETFs nacionais ou dos Estados Unidos. 

“Nós entendemos que não competimos com quem tem Bitcoin de forma direta ou via ETF. Nós nos entendemos como uma posição complementar no portfólio mesmo de quem já tem bitcoins, mesmo de quem já pode ter bitcoins no balanço. Não propomos, não defendemos, não incentivamos uma posição de nós versus o Bitcoin”. 

A tese da Méliuz é que investir em Tesourarias de Bitcoin é vantajoso pelo fato de a mesma quantidade de dólares te expõe a uma quantidade maior de Bitcoin do que seria o caso em uma compra direta. “Uma ação da Méliuzn significava há três meses atrás 320 sats por ação. Ela significa agora 44% mais por ação. E no final do ano provavelmente vai significar ainda mais bitcoins por ação”, diz Kolling.

Além disso, existem ideias (ainda nada concreto para fins regulatórios) para uma possível emissão de dívida e um processo de securitização do Bitcoin. Essa manobra permite uma exposição sem tanta volatilidade para o cliente e um ganho no spread. 

“É muito comum das Bitcoin Treasury Companies fazerem uma emissão de dívida que promete uma espécie de retorno do principal, ou seja, retiram o downside risk, e entregam parte do retorno do Bitcoin para o comprador da dívida. Ele fica satisfeito com parte do retorno do Bitcoin e a gente fica com o retorno total do Bitcoin”, afirma Kolling.

Cashback ou Bitcoin?

Mas o foco em comprar Bitcoin não significa, segundo o executivo, uma perda de fé no mercado de programas de pontos de fidelidade. “Esse movimento [virar uma Tesouraria de Bitcoin] tem muito mais a ver com um contexto macro dos mercados do que algumas uma desilusão da Méliuz com o próprio negócio”, afirma.

Kolling aponta que a massa de investidores está interessada em buscar uma proteção da inflação. Nesse contexto, todo o dinheiro vai para títulos do Tesouro ou para ações do Ibovespa. Sobraria então muito pouco para as outras companhias de capital aberto.

Todo esse desequilíbrio gerou uma situação onde a Méliuz, por mais que estivesse fazendo o dever de casa, por mais que estivesse entregando geração de caixa, sem dívida e crescimento saudável, um um turnaround bem-sucedido para um movimento asset-light leve, como sempre foi, não tivesse liquidez, não fosse coberta por nenhum banco, não tivesse um mercado de opções saudável”, explica o executivo.

Kolling lembra que a empresa tem 400 pessoas nas operações de cashback e um grupo de oito lidando com Bitcoin. “Foco absoluto no negócio tradicional, que aliás tem muitas sinergias com o próprio Bitcoin.”

Mas a empresa reconhece que a balança pode cada vez mais andar para o foco em Bitcoin e não no mercado de cashback. “Sendo muito transparente, é claro que a longo prazo, se tudo que estamos planejando der certo, é óbvio que o negócio de cashback tende a ficar cada vez menos relevante pra nós. Por questões óbvias”, afirma Marcio Loures Penna, diretor de relações com investidores.

Bear Market e futuro

Mas e se um bear market derrubar o preço do Bitcoin de forma violenta? Kolling entende que a intensa acumulação de BTC irá compensar uma flutuação no preço.

“Porque se o Bitcoin cai 30%, mas a quantidade de bitcoins da sua ação sobe três vezes, quanto que a sua ação deveria valer? Numa lógica simples, a sua quantidade de Bitcoins por ação cresceu tanto que em reais ela performou melhor do que o próprio Bitcoin, porque agora a sua ação vale três vezes mais bitcoins do que antes e alguma queda ela absorveu”.

Alegando questões de segurança, os executivos disseram que não podem revelar como tem sido o processo de compra, quais corretoras são utilizadas, e como se dá a custódia dos ativos. No dia 23 de junho, a Méliuz tinha posse de 595,67 BTC, adquiridos a um preço médio de US$ 102.702,84 por Bitcoin. 

Kolling garante agora que a estratégia é sempre comprar o máximo de Bitcoin possível, independente do preço, usando todo o recurso disponível.

“O lamp-sum que é a compra imediata de tudo que você separou para o Bitcoin é melhor do que o DCA, que é a compra parcelada ao longo do tempo. A estatística tá desse lado e a gente vai fazer esse jogo. Então, a gente vai comprar imediatamente sempre que a gente tiver a grana.”



[Fonte Original]

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