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sexta-feira, julho 4, 2025

Paolo di Sora, RPS Capital: Argentina pode ser o investimento da minha aposentadoria

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A gestora RPS Capital está tão confiante na transformação econômica da Argentina que criou um fundo exclusivo para investir no país. “É como se você estivesse comprando o Brasil a 80 mil pontos (da bolsa), com ajuste fiscal aprovado, moeda atrativa e um presidente liberal recém-eleito no comando”, resumiu o CIO da casa, Paolo di Sora.

Para ele, a Argentina vive uma oportunidade rara de mudança estrutural profunda, com ativos extremamente descontados. “A diferença é que a base da economia argentina hoje é parecida com a do Brasil antes do plano (Real). Estamos assistindo ao que pode ser o ‘plano real argentino’, e eu diria que a estrutura institucional deles é até melhor do que a nossa em vários aspectos”, afirmou.

A expectativa da RPS é de uma revalorização exponencial dos ativos do país, caso a tese se confirme. “Pode ser um movimento de valorização de 1.000% a 1.500% ao longo dos próximos anos. É o tipo de trade que aposenta um gestor. Já acertei dois ou três grandes movimentos na carreira, mas esse talvez seja o maior de todos”, afirmou Di Sora.

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A opinião de Paolo Di Sora, CIO da RPS Capital, sobre o país vizinho, foi dada durante o último episódio do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Colazzo.

Mais leveza fiscal

Um fator relevante para a aposta da RPS é o espaço fiscal argentino. A carga tributária do país representa cerca de 27,8% do PIB, contra 33% no Brasil. “Lá arrecadam menos e estão no azul. Aqui arrecadamos mais e seguimos no vermelho. Isso é muito significativo”, disse.

A dívida líquida da Argentina também é mais baixa, girando em torno de 41% do PIB, ante mais de 62% no Brasil. A principal fragilidade está na composição: cerca de 70% da dívida argentina é denominada em dólar. Ainda assim, Di Sora acredita que esse obstáculo é superável. Segundo ele, bastaria a entrada de US$ 20 bilhões por ano em capital estrangeiro — cerca de 3% do PIB — para o país atravessar essa fase. “Esse valor já foi alcançado no passado. Não é uma meta irreal”, argumentou.

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O governo Milei também vem promovendo uma ampla agenda de desregulamentação e simplificação tributária. Com a aprovação da Lei de Bases, mais de 300 artigos da Constituição foram modificados, e cerca de 129 impostos estão sendo extintos ou reorganizados. “Eles estão desmontando as amarras do crescimento”, afirmou o gestor.

A conjuntura internacional também favorece a tese, segundo ele. Um dólar mais fraco tende a beneficiar países emergentes, especialmente os mais endividados em moeda estrangeira, como a Argentina. “O dólar fraco é vento a favor para a América Latina”, disse.

“Os números atuais já são de um país com perfil investment grade. Se conseguirem convencer o mercado, o retorno pode ser histórico”, afirmou Di Sora. Para ele, a entrada de investidores internacionais mais expressivos é apenas uma questão de tempo. “Se a Argentina conseguir atrair os US$ 20 bilhões por ano que precisa, vira investment grade rapidinho. E os ativos podem multiplicar por dez”, concluiu.

[Fonte Original]

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