Os ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos Brics aprovaram neste sábado (5) uma declaração específica sobre a necessidade de revisão de cotas e da governança do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O documento foi divulgado na noite deste sábado, ao fim da trilha financeira do Brics. Na declaração, os países defendem que seja feita uma mudança na forma do cálculo de cota dos países, com maior destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a paridade de poder de compra (PPC), o que favorece os países do Brics.
“As cotas devem orientar, mas não restringir o acesso aos recursos do fundo”, dizem os ministros do Brics, na declaração. “Uma fórmula de cotas simples, equilibrada e transparente, que considere fatores e variáveis relevantes, como o PIB e PPP [paridade de poder de compra, na sigla em inglês], deve servir como instrumento orientador em um processo inclusivo de realinhamento de cotas”, completam.
Eles afirmam que a revisão do sistema de cotas não deve ser feita “às custas dos países em desenvolvimento”.
Em relação à governança, eles defendem o fim da obrigatoriedade de a presidência do fundo ser sempre de um país europeu. Além disso, sugerem a criação de um Diretor-Geral Adjunto adicional para as economias emergentes e em desenvolvimento, com o objetivo de melhorar a “representação regional na alta gerência. Também destacam que o papel e a participação das mulheres no fundo precisam ser reforçados.
Essa foi a primeira declaração específica do Brics sobre FMI. Os consensos firmados nessa declaração serão levados à 17ª Reunião Geral de Cotas do FMI.
Além dessa declaração, foram aprovados outros dois documentos na trilha de finanças: o comunicado conjunto e uma declaração específica sobre tributação.
O Brics é formado atualmente por onze países – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A reunião de ministros de Finanças e presidentes de BC antecede à Cúpula de Líderes de Estado, que começa amanhã (6).