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terça-feira, julho 8, 2025

Musk x Trump: CEO da Tesla Voltar a Provocar Presidente com a ‘lista de Epstein’

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Allison Robbert/AFP via Getty Images

O presidente Donald Trump fala durante uma coletiva de imprensa com Elon Musk no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC, no dia 30 de maio de 2025.

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Nesta segunda-feira (7), Elon Musk voltou a atacar publicamente o presidente americano Donald Trump, ao sugerir que seu governo teria escondido informações sobre a investigação federal envolvendo Jeffrey Epstein — novamente. A amizade conturbada entre os dois continua vem se deteriorando em uma troca de acusações feroz nas redes sociais de cada um desde o mês de junho e tem custado ao CEO da Tesla.

Para entender melhor tudo que está acontecendo e relembrar os episódios dessa discussão entre os ex-amigos, a Forbes USA fez uma linha do tempo.

A cronologia

5 de junho

Elon Musk iniciou seus ataques públicos a Trump ao republicar um tuíte antigo, de 2013, no qual o então empresário dizia estar incrédulo e envergonhado com os republicanos por estenderem o teto da dívida. Musk legendou o post com “palavras sábias”, ironizando o fato de que, agora, Trump defende eliminar completamente o limite da dívida, como parte de seu projeto de lei, que aumentaria o teto antes do vencimento previsto para agosto.

O presidente americano respondeu às críticas durante uma coletiva na Casa Branca, sugerindo que Musk estava incomodado com a retirada do crédito fiscal para veículos elétricos. Disse também que não sabia se continuaria sendo amigo do CEO da Tesla e insinuou que o bilionário conhecia os bastidores do projeto de lei. Trump ainda alegou que Musk sofria de “síndrome de rejeição a Trump”, algo que, segundo o republicano, afetaria pessoas que deixam sua administração e depois se voltam contra ele.

O homem mais rico do mundo reagiu afirmando que nunca viu o texto do projeto e que ele foi aprovado de forma tão apressada que quase ninguém no Congresso conseguiu ler. Ele também negou que sua oposição tivesse relação com o fim dos incentivos fiscais. Em seguida, destacou que, sem sua ajuda, Trump teria perdido a eleição, com os democratas no controle da Câmara e os republicanos em minoria no Senado. Além disso, ressaltou que doou mais de US$ 250 milhões (R$ 1,36 bilhão) à campanha do então candidato à presidência e acusou Trump de ingratidão.

Em reposta, o presidente americano disse que a forma mais fácil de economizar bilhões de dólares no orçamento seria acabar com os subsídios e contratos governamentais de Musk, afirmando estar surpreso por Biden não ter feito isso. Acrescentou que o CEO da Tesla já estava desgastado na Casa Branca e que ele próprio pediu para o bilionário se retirar, acusando-o de ter “enlouquecido” após a retirada do benefício fiscal. Musk rebateu afirmando que essa versão era uma “mentira óbvia” e “tão triste”.

Ainda naquele dia, o homem mais rico do mundo, sem apresentar provas, disse que a Casa Branca não divulgou integralmente os chamados “arquivos Epstein”, porque Trump era citado neles. Não contente, mais tarde, afirmou que desativaria a espaçonave Dragon da SpaceX, usada pela NASA. Em outro momento, apoiou um usuário da rede X que sugeriu o impeachment de Trump, dizendo “sim” à proposta de que JD Vance o substituísse. Também criticou as tarifas do governo, afirmando que elas provocariam uma recessão na segunda metade do ano.

À noite, Trump minimizou o desentendimento em entrevista ao jornal Politico, dizendo que “está tudo bem”, enquanto membros da Casa Branca tentavam organizar uma ligação entre os dois para conter a crise.

6 de junho

Na madrugada seguinte, Musk recuou na ameaça de desativar a nave Dragon, após um seguidor aconselhá-lo a não fazer isso, respondendo: “bom conselho. Ok, não vamos desativar a Dragon.” Já nas primeiras horas daquela sexta-feira, o bilionário deu sinais de que estava disposto a diminuir o tom do conflito. Ele respondeu a um tuíte do investidor Bill Ackman, que pedia aos dois para fazerem as pazes “pelo bem do país”. “Você não está errado”, respondeu o CEO da Tesla.

Apesar disso, o Musk continuou a criticar aliados de Trump, como Steve Bannon, e o projeto de gastos do presidente. As ações da sua montadora, que haviam despencado 14% no dia anterior com o embate público, subiram cerca de 4,4% nas negociações pré-mercado naquela ocasião, impulsionadas pelos sinais de trégua.

Em entrevista à ABC News, Trump afirmou que não estava “particularmente interessado” em conversar com Musk, alegando que o empresário “perdeu o juízo”. Mais tarde, um alto funcionário da Casa Branca disse à Forbes que o presidente americano estava pensando em vender o Tesla Model S que havia comprado em março — carro que ele exibiu à imprensa como gesto público de apoio a Musk. O New York Times, no entanto, informou que o veículo já estaria à venda. Fora isso, a disputa entre os dois parecia ter esfriado em público, com especulações de que uma reconciliação poderia ocorrer nos próximos dias. Mas não foi bem assim.

7 de junho

No sábado, Musk até apagou o tuíte em que sugeria o envolvimento de Trump com os arquivos Epstein, além de remover a publicação em que apoiava o impeachment do presidente. Apesar disso, uma republicação demonstrando ceticismo quanto aos supostos vínculos entre Trump e Epstein ainda estava no ar, assim como o post em que dizia que Trump teria perdido a eleição sem sua ajuda.

9 de julho

Dois dias depois, Musk republicou postagens de Trump e JD Vance criticando protestos em Los Angeles. Entre elas, estava uma publicação do presidente americano na Truth Social, na qual ele atacava o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, por se oporem ao envio da Guarda Nacional para conter os protestos.

11 de julho

Alguns dias depois, o CEO da Tesla publicou na rede X que se arrependia de algumas das postagens feitas sobre Trump na semana anterior, reconhecendo que “foi longe demais”. Trump respondeu em entrevista ao New York Post, dizendo que “achou muito legal” o gesto de Musk, embora não tenha dito se aceitava as desculpas.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou mais tarde que o presidente ficou “grato” pela declaração.

28 de junho

Quase três semanas após o início da trégua, ela se rompeu. Musk voltou a criticar com força o projeto de gastos de Trump, classificando-o como “completamente insano e destrutivo”.

30 de junho

Dois dias depois, o bilionário voltou a defender a criação de um novo partido político e prometeu fazer campanha contra parlamentares que apoiaram o pacote de Trump, reafirmando seu compromisso com uma agenda de austeridade.

1º de julho

Na última terça-feira, o embate se intensificou novamente. Trump reagiu nas redes sociais pedindo que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) — investigasse os subsídios que Musk recebe do governo. Disse que Musk talvez receba mais incentivos do que qualquer outro ser humano na história e que sem esse apoio estatal, “provavelmente teria que fechar tudo e voltar para a África do Sul”. Também afirmou a repórteres que avaliaria a possibilidade de deportá-lo, já que Musk é sul-africano naturalizado americano.

O CEO da Tesla respondeu de forma mais contida,  publicando: “a física enxerga perfeitamente todas as mentiras.” No mesmo dia, as ações da Tesla caíram mais de 5%, o que representou uma perda de US$ 12 bilhões (R$ 65,64 bilhões) no patrimônio de Musk. Trump, em tom ameaçador, disse que o bilionário não deveria “brincar assim” com ele, e confirmou que o DOGE investigaria o bilionário, com uma provocação: “o DOGE é um monstro e talvez ele volte para comer Elon”.

5 de julho

No último sábado seguinte, Musk lançou informalmente seu próprio partido político, o America Party, conforme anunciou na rede X. Ele já vinha ameaçando esse movimento há dias, durante as negociações sobre o megaprojeto de Trump. Não está claro, porém, se a legenda foi registrada na Comissão Eleitoral Federal.

6 de julho

Trump criticou a ideia do novo partido, chamando-a de “ridícula”, e afirmou em publicação na Truth Social estar “triste em ver Elon Musk completamente desgovernado”, descrevendo o bilionário como um “desastre” nas últimas cinco semanas.

7 de julho

Por fim, Musk compartilhou um meme sugerindo que o governo Trump estava escondendo a chamada “lista Epstein”, referindo-se a informações contraditórias do Departamento de Justiça sobre a existência dessa lista com nomes de clientes do financista e criminoso sexual Jeffrey Epstein.

Recordar é viver

Musk afirmou repetidamente no ano passado que apoia o fim do crédito fiscal para veículos elétricos — o que enfraquece o argumento de Trump de que ele só se opõe ao megaprojeto de lei, porque elimina esse incentivo. “Acho que deveríamos acabar com todos os subsídios”, disse o CEO da Tesla em dezembro, quando foi questionado por um repórter no Capitólio se era favorável à extinção do crédito de veículos elétricos, segundo o jornal Politico. A versão do projeto aprovada pela Câmara prevê o fim gradual do crédito de US$ 7.500,00 (R$ 41.025,00) para alguns compradores de veículos elétricos até 2026.

O “grande e lindo” projeto — assim chamado por Trump — adicionaria à dívida federal americana US$ 3,9 trilhões (R$ 21,33 trilhões) ao longo da próxima década, segundo uma estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), órgão apartidário.



[Fonte Original]

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