A Foxbit anunciou nesta segunda, 07, o lançamento do Token de Recebíveis DUX01, um ativo digital lastreado em direitos creditórios, com prazo total de 90 dias, retorno estimado de até 1,80% ao mês e investimento inicial acessível a partir de R$ 20 por token.
De acordo com a empresa, a operação é estruturada em parceria com a DUX Digital S/A, empresa especializada em crédito privado e antecipação de recebíveis.
A estruturação e tokenização do ativo foram realizadas por meio da unidade de negócios Foxbit Tokens, enquanto a comercialização acontece na exchange, na área de Crypto Assets, ambiente dedicado à distribuição de ativos digitais com lastro em ativos reais.
As reservas podem ser feitas diretamente na plataforma da Foxbit, com captação aberta por um período de 30 dias ou até o limite de 5.000 tokens emitidos.
“Estamos construindo um portfólio de ativos tokenizados que conecta o investidor de varejo ao que há de mais sólido e rentável no mundo real. A tecnologia da tokenização permite fracionar ativos, dar liquidez a instrumentos que antes eram inacessíveis e ampliar o leque de oportunidades para quem busca diversificação com inteligência”, afirma Ricardo Dantas, CEO da Foxbit.
Mercado de tokens RWA
A nova oferta segue os critérios da Resolução CVM 88, que regulamenta o investimento via crowdfunding no Brasil, garantindo segurança jurídica e transparência em todas as etapas da operação. O DUX01 conta ainda com múltiplos mecanismos de proteção ao investidor.
“A DUX está muito entusiasmada de fechar essa nova parceria com a Foxbit, O DUX01 representa a convergência entre tecnologia, finanças e impacto real em um dos setores que mais cresce no mundo. Ao lado da Foxbit, estamos criando pontes entre investidores e a nova economia criativa, com operações bem estruturadas, retorno competitivo e um modelo que prioriza a transparência e a mitigação de riscos.”, diz Luiz Octávio, CEO da DUX.
O DUX01 se junta a um portfólio que já inclui emissões envolvendo precatórios, créditos compulsórios, royalties musicais e utility tokens.
O mercado de tokens RWA vive uma expansão acelerada em 2025 e já é apontado como a principal tendência de institucionalização da criptoeconomia. De acordo com dados recentes da plataforma RWA.xyz, o valor total de ativos do mundo real tokenizados on-chain ultrapassou US$ 24,8 bilhões, um crescimento expressivo de mais de 6% nos últimos 30 dias.
Esse avanço acompanha o movimento iniciado por grandes instituições financeiras, como BlackRock, JPMorgan e Franklin Templeton, que vêm transferindo parte de seus ativos tradicionais para o universo blockchain.
Relatórios como o da RedStone mostram que o setor praticamente triplicou desde o início do ano, saltando de US$ 8,6 bilhões para mais de US$ 23 bilhões em ativos tokenizados.
Além disso, segundo estudo da Ripple em parceria com o Boston Consulting Group, a projeção para os próximos anos é ainda mais ambiciosa: o mercado global de RWA pode atingir até US$ 19 trilhões até o fim da década, com projeções intermediárias que variam entre US$ 3,5 e US$ 10 trilhões até 2030.
Stablecoins são o motor da tokenização
Um dos principais motores dessa tendência está na integração com stablecoins, que funcionam como meio de liquidez para transações com ativos tokenizados. Só em 2024, as stablecoins movimentaram mais de US$ 27 trilhões em transferências globais, segundo a RWA.io, consolidando seu papel como base estrutural da nova infraestrutura financeira.
Essa liquidez permite que tokens lastreados em imóveis, ações, títulos do Tesouro e até commodities ganhem mercado e ofereçam negociações quase em tempo real, com custos mais baixos e muito mais transparência.
O aumento na interoperabilidade entre blockchains, o uso de smart contracts avançados e a automação de obrigações financeiras também impulsionam o setor. Apesar do crescimento, o setor ainda enfrenta obstáculos importantes. A regulamentação continua fragmentada em diferentes jurisdições, criando insegurança jurídica para emissores e investidores.
A integração entre o sistema bancário tradicional e as blockchains públicas também avança lentamente, exigindo padronização técnica e adesão a normas de compliance.