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terça-feira, julho 8, 2025

O povo perdeu a confiança no sistema financeiro, pagamentos serão ordens em cripto e SFN será tokenizado, defende Roberto Campos Neto

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Em uma entrevista concedida para a Folha de São Paulo, o ex-presidente do Banco Central do Brasil e atual vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, destacou que o futuro do sistema financeiro é ser tokenizado.

Para Campos Neto, estamos saindo de uma fase de sistema financeiro analógico para o digital e do digital passaremos ao tokenizado no qual os pagamentos serão ordens em criptomoedas, falando “uma língua em blockchain”.

“Olhando para frente, penso que cada vez mais vamos ter um processo mais digitalizado, que passou de ser analógico para ser digital e agora ele vai passar de ser digital para ser tokenizado. Os pagamentos vão ser ordens em criptos. Vai passar a falar uma língua de blockchain, de digital led, que é um processo ainda um pouco mais avançado. A gente ainda não está lá, mas estamos caminhando”, afirmou Campos Neto.

Segundo Campos Neto, a organização do sistema financeiro ao longo dos anos foi criando uma desconfiança nos sistemas monetários tradicionais e esse movimento foi acelerado nos últimos meses, a tal ponto que foi um tema amplamente debatido no BIS o “Banco Central dos Bancos Centrais”.

Campos Neto defende que esta descrença tem sido acelerada pelo uso de ativos digitais, em especial das stablecoins, tema que também foi debatido recentemente entre ele e o atual presidente do BC, Gabriel Galipolo.

Sistema financeiro tokenizado

“Tem o movimento de muita gente comprando bitcoin, comprando ouro, comprando stablecoin, que no final das contas acaba sendo uma moeda, vamos dizer assim, um padrão monetário mais digitalizado”, disse.

Com o ritmo que deu a agenda BC#, Campo Neto defendeu que o Brasil está se preparando para estes novos tempos em que a “língua da blockchain”, vai dominar.

À Folha, Campos Neto também afirmou que os bancos, tanto no Brasil quanto na Europa e na Ásia, adotam estratégias disruptivas. Segundo ele, como essas instituições operam com custos muito mais baixos, conseguem oferecer produtos a preços mais competitivos. “Essa dinâmica fomenta a competição, gera inclusão social e traz benefícios reais”, declarou.

Ele explicou que os grandes bancos passaram a investir pesadamente em tecnologia, impulsionados pelas mudanças aceleradas do mercado financeiro.

“Se olharmos para a inteligência artificial, veremos que os grandes bancos americanos figuram entre os maiores investidores da área, atrás apenas das próprias empresas de tecnologia”, observou Campos Neto.

O ex-presidente do Banco Central também negou que os grandes bancos tenham criticado a agenda de inovação da instituição. “Nunca recebi críticas. No caso do Pix, os grandes bancos apoiaram o projeto. Precisamos acelerar o processo de inovação”, afirmou.

Campos Neto também ressaltou que os países discutem novos mecanismos para garantir estabilidade bancária, já que hoje as pessoas conseguem transferir dinheiro de um banco para outro com apenas dois cliques no celular.

Fake News podem desestabilizar o sistema

Ele alertou que boatos espalhados nas redes sociais podem desestabilizar instituições financeiras, como ocorreu com o Silicon Valley Bank, que quebrou em 2023. “Esse banco financiava grandes nomes da tecnologia e acabou se tornando a maior falência bancária nos EUA desde 2008”, disse ele.

Por fim, Campos Neto destacou que o Brasil precisa correr para entrar na nova era da inteligência artificial. Segundo ele, o país pode atrair grandes investimentos porque tem energia abundante e espaço físico disponível.

“Precisamos de muitos data centers e investimentos que o Brasil está em posição de oferecer”, concluiu.

[Fonte Original]

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