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quarta-feira, julho 9, 2025

Pausa nas tarifas expõe limites da pressão de Trump por acordos

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No “Dia da Libertação”, em 2 de abril, o presidente Donald Trump exaltou como o comércio finalmente passaria a favorecer os Estados Unidos, após décadas em que trabalhadores e empresas teriam sido “saqueados”. Para Trump, tarifas irrestritas logo tornariam os EUA “um país completamente diferente”.

Ao descrever a política de suposta reciprocidade com parceiros comerciais, o presidente disse: “isso significa que eles fazem isso conosco e nós fazemos isso com eles, muito simples, não tem como ser mais simples”.

Três meses depois, a transformação se mostra mais difícil e lenta de executar do que o anunciado.

À medida que o prazo final para a imposição de tarifas na quarta-feira (9) se aproxima, com apenas alguns poucos acordos — ou meras estruturas deles — prontos para anunciar, o governo Trump efetivamente admite que o prazo imposto foi otimista demais para a desmontagem completa e reconstrução da antiga arquitetura do sistema de comércio global liderado pelos EUA.

A decisão desta semana de adiar a imposição de todas as tarifas de 2 de abril para 1º de agosto é, em parte, uma tentativa de obter as melhores ofertas finais das economias que Trump considera ainda dispostas a negociar.

“Isso parece muito uma pressão final”, disse Kelly Ann Shaw, sócia da Akin Gump e ex-assessora comercial sênior de Trump.

Contudo, também é a admissão de uma realidade mais prática: a de que a equipe de negociação dos EUA parecia sobrecarregada demais para obter a enxurrada de concessões comerciais que Trump esperava ao final do período de 90 dias de suspensão das tarifas.

Acordos com a Índia, a União Europeia (UE) e Taiwan foram quase concluídos no início desta semana, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, embora qualquer avanço significativo seja difícil de anunciar até esta quarta.

“O desfecho de qualquer negociação comercial é confuso e, neste caso, o governo está negociando com todos os países do mundo ao mesmo tempo”, disse Shaw. Ela ainda espera que os acordos sejam fechados nas próximas três semanas. “Acredito que muitas destas tarifas cairão à medida que mais acordos forem fechados.”

O prazo de 90 dias foi questionado por alguns dos assessores comerciais de Trump como arbitrário e irrealista desde o início. Um colapso do mercado de ações e uma manobra da maioria dos membros de sua equipe econômica — apesar da objeção do crítico da globalização Peter Navarro — ajudaram a convencê-lo, na semana após 2 de abril, de que uma pausa temporária forçaria os países a se sentarem à mesa.

E Trump, conhecido por gostar de números redondos, foi mais uma vez convencido de que deveria dar um pouco mais de tempo às negociações comerciais em curso para que elas pudessem ser concluídas. Na segunda-feira, ele não quis dizer se o novo prazo era inflexível.

“Eu diria firme, mas não 100% firme”, disse Trump quando questionado se o prazo de 1º de agosto era a última chance para os países evitarem as tarifas mais altas. “Se eles ligarem e disserem que gostariam de fazer algo de uma maneira diferente, estaremos abertos a isso.”

Diante do ceticismo dos mercados sobre suas ameaças, o presidente americano postou hoje em sua plataforma Truth Social que não haverá um novo adiamento da data-limite para as negociações. “Nenhuma [nova] prorrogação será concedida”. “Em outras palavras, todo o valor [das tarifas] será devido e deverá ser pago a partir de 1º de agosto de 2025”, escreveu ele.

O risco para a Casa Branca é que retrocessos e atrasos corroam a aura de rapidez e determinação de Trump. Alguns dos países que enfrentam o martelo tarifário de Trump, no entanto, como o Reino Unido, optam por um nível de certeza proporcionado por um acordo parcial, que pesa mais do que a incerteza de não haver acordo algum. Até agora, eles também têm evitado retaliar os EUA.

[Fonte Original]

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