Alex Pantling/Getty Images
Acessibilidade
O chefe da equipe Red Bull, Christian Horner, foi demitido nesta quarta-feira (9) após 20 anos de atuação, um período marcado por campeonatos de Fórmula 1 e acusações de má conduta que geraram atritos entre os bilionários donos da Red Bull — enquanto Max Verstappen, atual campeão da equipe, se recusa a dizer se continuará.
A controladora da equipe, Red Bull GmbH, afirmou em comunicado nesta quarta-feira que Horner, de 51 anos, foi afastado de suas “funções operacionais com efeito imediato”, sem, no entanto, apresentar uma justificativa para a decisão.
Laurent Mekies, chefe da equipe irmã Racing Bulls, assumirá o cargo de CEO no lugar de Horner, informou a empresa.
Verstappen continuará na Red Bull?
Horner declarou na semana passada que Verstappen, de 27 anos, pretendia continuar na equipe Red Bull, apesar de o piloto da Mercedes George Russell ter sugerido à SkyNews que sua equipe estava postergando a renovação de contrato porque havia “negociações em andamento” com Verstappen — algo que Russell depois minimizou, dizendo que havia uma “chance excepcionalmente baixa” de ele sair da Mercedes.
Segundo a ESPN, a equipe Red Bull demonstrou crescente preocupação de que Verstappen deixasse o time no fim do ano, após o piloto repetir críticas ao desempenho do carro. Verstappen se recusou a comentar sobre seu futuro na Red Bull além de 2025, embora Horner tenha dito que a “intenção de Verstappen é estar com a equipe em 2026” e que ele “gostaria de encerrar a carreira” na Red Bull. Horner ainda alegou que foi Russell quem “provavelmente desencadeou toda essa especulação” para acelerar sua própria negociação contratual com a Mercedes.
Verstappen — cujo contrato com a Red Bull vai até 2028 — ocupa atualmente a terceira posição no campeonato de pilotos após duas vitórias nesta temporada. Seu companheiro de equipe, Yuki Tsunoda, está em 17º, e a Red Bull aparece em quarto lugar no campeonato de construtores.
Apoio dos bilionários fundadores da Red Bull
Segundo a ESPN, Horner contava com o apoio do bilionário e cofundador da Red Bull Chalerm Yoovidhya. Fontes afirmam que qualquer decisão de removê-lo não seria tomada sem o aval de Yoovidhya. O outro cofundador bilionário da Red Bull, Dietrich Mateschitz, também apoiava Horner na liderança da equipe antes de morrer, em 2022.
Conflitos entre os donos da Red Bull sobre a permanência de Horner ganharam força após as acusações de má conduta, com o conselheiro de automobilismo da Red Bull, Helmut Marko, também pressionando por sua saída, segundo relatos.
Horner foi inocentado das acusações
A saída de Horner ocorre pouco mais de um ano após ele ter sido inocentado de acusações de má conduta feitas por uma funcionária da equipe. As alegações envolviam mensagens de texto controladoras e comportamento inapropriado, incluindo assédio sexual, segundo a BBC. Horner foi inocentado inicialmente por uma investigação interna e, depois, novamente por um advogado que rejeitou o recurso da denunciante.
Jos Verstappen, pai de Max, teria afirmado que a equipe Red Bull “explodiria” caso Horner permanecesse no cargo, argumentando que as acusações “não eram boas para a equipe e estavam dividindo as pessoas”. Horner recusou-se a comentar as declarações de Jos Verstappen.
Horner é o mais recente de uma série de executivos a deixar a Red Bull nos últimos anos. Adrian Newey, renomado projetista de carros, saiu no ano passado e se juntou à Aston Martin. Jonathan Wheatley renunciou ao cargo de diretor esportivo da Red Bull após a temporada de 2024. Will Courtenay, chefe de estratégia de corrida, também deixou a equipe em setembro de 2024 após 14 anos na função.
Horner foi nomeado CEO da equipe de F1 da Red Bull na temporada de estreia da equipe, em 2005. Sob sua liderança, a Red Bull conquistou oito títulos de pilotos — incluindo quatro seguidos com Sebastian Vettel, entre 2010 e 2013 — e os quatro últimos com Max Verstappen.